por Gabriel Fagundes
No Estado do Amapá, a cada mês, cerca de 200 a 300 pessoas procuram atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS's) do município para o tratamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST's). Esses são alguns dos dados que a Coordenadoria Municipal de DST/AIDS contabiliza. Em entrevista concedida ao Tribuna Amapaense, o coordenador Iveis Laiano Cunha de Souza contou que Estado e Município dividem a atenção básica e de média complexidade, que, entre outras coisas, recebem os pacientes que procuram tratamento para DST/AIDS, e que Macapá recebe grande demanda de atendimento de pessoas de outros municípios, inclusive de fora do Estado.
"Possuímos algumas unidades básicas de saúde localizadas dentro da cidade, e outras adjacentes à capital, isto é, nos distritos de Macapá; uma unidade na Fazendinha e outra no Coração. Essas duas unidades são responsáveis por grande parte da população que recebemos que não é do município. A unidade de Fazendinha recebe pessoas de várias regiões, o que é explicado pelo fato de que barcos atracam ali. A unidade do Coração recebe uma comunidade muito grande de pessoas que vem de Santana, Carapanatuba, Abacate da Pedreira, pessoas de outras localidades, como do Pará, que geralmente vem de barco procurar atendimento. Essas são as entradas da população ribeirinha e da população que procura atendimento médico, vindas de outros municípios".
Outros dados mostram que a incidência de doenças sexualmente transmissíveis na capital caiu: em abril de 2012, foram feitos 378 atendimentos, sendo que desse total somente em 6 pessoas foi detectado algum tipo de DST; em maio, foram contabilizados 533 atendimentos sem nenhum caso de doença.
Por outro lado, o arquipélago do Bailique, por exemplo, segundo Iveis Laiano, tem grande incidência de DST's. "A incidência de DST's nessa localidade é muito grande porque as pessoas não usam preservativos e não há nenhuma política de prevenção, além de que a distribuição de preservativos não é feita de modo correto e não existe uma educação sobre como se usa o preservativo. As pessoas não sabem que o preservativo, além de poder evitar a gravidez, pode evitar também as DST's. Mês passado eu fui palestrar lá e muitas pessoas se assustaram quando ouviram falar das doenças sexualmente transmissíveis. Por outro lado, a incidência de AIDS não é tão preocupante, embora já tenham sido confirmados alguns casos", comenta o coordenador.
Sobre o tratamento, Iveis Laiano explica detalhadamente como é feito. "Dentro das UBS's existe o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), que são salas onde fazemos diagnósticos tanto de AIDS quanto de DST's, como sífilis e hepatite A/B. Os recursos para o tratamento da AIDS são todos disponibilizados pelo Ministério da Saúde e a logística é organizada por esta coordenação municipal. Além dos kits que recebemos, trabalhamos também com insumos de prevenção, que são os preservativos, os quais distribuímos tanto pelas unidades de saúde como para profissionais da Estratégia Saúde da Família (TSF), que passam na comunidade entregando esses preservativos, orientando como devem ser usados e fazendo palestras educativas."
A malária (também chamada de febre terçã, sezão, paludismo, maleita), doença causada por um mosquito conhecido como mosquito-prego, é bastante presente em países onde o clima tropical e subtropical prevalece. O Estado do Amapá faz parte da região amazônica, que é a região do Brasil onde ocorrem 98% dos casos de malária.Segundo informações da Coordenadoria de Endemias do Município, o número de casos de pessoas com malária tem decaído na capital: de 01/01/2011 a 30/06/2011 foram contabilizados 313 casos da doença; no mesmo período de 2012os números de casos da febre terçã totalizam 230.
Em entrevista ao TA, o diretor de endemias do municipio de Macapá, Fábio Mourão, explicou que a Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA), através da Coordenadoria de Endemias do Município, tem intensificado ações de busca ativa eborrifaçãodomiciliar para tentar combater a transmissão da doença pela picada do mosquito. "Foram feitos quase 1300 atendimentos, e dessa quantia mais de 1000 são pessoas vindas de outros Estados e municípios. Tais casos são os chamados 'importados'. O número de casos importados, diferentemente dos de casos locais, cresceu: ano passado, de janeiro à 30 de junho, ocorreu uma média de 650 casos importados; esse ano, no mesmo período, o número aumentou para quase 1200."
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