segunda-feira, 30 de julho de 2012

Atleta do Passado - José Leite, o Lelé


"Uma prova de que o futebol amapaense era de 
qualidade é que vários jogadores saíram daqui 
e brilharam no cenário nacional e internacional"

por Fabiana Figueiredo

O Futebol Amapaense já revelou várias promessas que deram certo, e o Tribuna Amapaense corre atrás desses atletas que deixaram marcas na história desportista do Estado, e para que deixem suas historias registradas para as gerações que não conheceram o grande futebol que o Amapá já teve e que torcemos para que retorne ao cenário nacional.


Amapá Clube: Lelé é o 2º abaixado da direita
para a esquerda
Nesta edição, você conhecerá um pouco da história do ex-jogador de futebol, José Duarte Monteiro Leite, mais conhecido como "Lelé", que atuou desde cedo no Juventus Esporte Clube.

Por volta de 1966, com 12 anos, Lelé iniciava a carreira no recém criado time do Juventus, organizado pelos componentes da Casa dos Padres em Macapá: "Eu comecei na casa dos padres onde surgiu o Juventus, e jogávamos bola na Praça Veiga Cabral". No mesmo ano, a equipe juvenil do Juventus, que Lelé fazia parte, competiu no Campeonato Amapaense, conquistando o título de bicampeão para o time, a primeira conquista de José Duarte.

Assim começava uma história de sucesso ao lado de Palito, Praxedes, Jaelson, Perereca, Sabá, Lucas (goleiro), e outros amigos que compunham um dos melhores times amapaenses.

Porém, o destino separou os amigos, cada um tomou seu rumo, e Lelé, além de amar o futebol, teve a oportunidade para outros esportes, como o Basquete, de onde conquistou títulos nove anos seguidos. Mesmo se dedicando a outros esportes, a paixão pelo futebol não esmoreceu. Quando viajava para algum campeonato fora do Amapá, "eu aproveitava para fazer vários testes de seleção em outros times do Brasil, e passei em todos: como no Sport, Bahia e Ceará", conta Seu Lelé. Entretanto, não resistindo à saudade da terra amada, sempre voltava à Macapá.

Depois de uma história de conquistas, Lelé, por falta de preparo físico, encerrou a carreira em 1985, com 31 anos. Para alguns, muito cedo. Mas para Lelé já era hora de descansar o corpo, já desgastado pelo tempo. "Eu achava que já estava na hora de parar, e estava certo, porque as lesões foram aparecendo", lembra.

Juventus Esporte Clube (extinto), Lelé é o 4º abaixado da
direita para a esquerda 
Hoje, com 70 anos e dono de uma banca de revistas, ele recorda do quanto o futebol amapaense e brasileiro sofreu transformações: "Na minha época, nós tínhamos disciplina. Para jogar em algum time, tinha os testes, e era difícil entrar, tinha que se dedicar muito, diferente de hoje que qualquer perna-de-pau ganha bem". Dessa forma, Lelé também desabafa que hoje não se dá oportunidade para os jogadores locais, e só se quer contratar os jogadores que já vem com "manias". "Quando vão buscar os caras em outro Estado, eles já vêm viciados, não querem receber ordem. Por que eles não vão a Santana, Mazagão ou Oiapoque procurar os meninos que precisam de uma oportunidade?". Para Lelé, antes, o futebol era muito melhor, mesmo perdendo fora do Amapá, "quando os jogos eram aqui, os outros times levavam peia, não tinha conversa. Uma prova de que o futebol era de qualidade é que vários jogadores saíram daqui."

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