Por Reinaldo Coelho
Mesmo com o aumento de apreensão, o consumo de drogas vem crescendo no Amapá. No primeiro semestre de 2012, a Polícia Civil do Amapá montou ações investigativas através da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), tendo a frente o delegado titular Uberlandio Gomes, quando foram executadas dezesseis operações que resultou na apreensão de 200 kg de produtos entorpecentes.
Segundo informações da DTE, o movimento operacional da Polícia Civil amapaense teve início logo nos primeiros dias de janeiro, quando foram apreendidas 96 pedras do crack na aérea portuária do município de Santana, uma das principais portas de entrada de drogas.
Logo na segunda quinzena de janeiro, cumprindo uma ordem judicial de busca e apreensão de objetos ilícitos, no bairro do Santa Rita em Macapá, foram encontradas 107 cabeças de droga, tipo crack e no bairro do Perpetuo Socorro, 100g de cocaína foram apreendidos. No dia seguinte, no Km 9, os agentes flagraram um homem que conduzia uma motocicleta transportando 196 cabeças de entorpecente.
No mês de fevereiro, os agentes apreendem 3kg de crack na Rua Professor Tostes, no bairro do Muca, zona sul de Macapá, e mais 3kg foram encontrados com um homem na 11ª rua no bairro Congós. No mês de março, foram 6kg de crack escondidos em um recipiente em meio a polpas de cupuaçu, o produto estava com três homens no bairro Jardim Felicidade, zona norte de Macapá.
Titular da DTE, delegado Uberlândio Gomes |
O delegado Uberlandio Gomes relata que "cinco dias mais tarde, denúncias levaram a policia a vistoriar um ônibus urbano, prender uma pessoa e apreender um quilo de droga. No mesmo período, recebemos a informação de que um motoqueiro utilizava o veículo para o transporte e distribuição de drogas nos pontos de vendas. Foram apreendidos com ele, 10 kg de maconha e em uma residência mais 9kg", descreve.
O secretario de segurança pública do Estado (SEJUSP), Marcos Roberto, afirma que outra medida tomada pela SEJUSP, foi a questão da investigação dos locais que proliferam o uso do crack. "No ano de 2011, nós tiramos de circulação 300% a mais de drogas em relação ao ano anterior. Assim como colocamos mais de 100 traficantes atrás das grades. E isso é positivo", comemora Marcos.
A equipe de agentes do DTE não dá folga aos traficantes em todas as frentes da capital amapaense, assim como em outros municípios do Estado. Dando prosseguimento de combate ao tráfico de drogas, os agentes foram à 19ª avenida no bairro Congós e lá encontraram 50kg de maconha.
Maior apreensão
No circuito de execução de mandados de prisão, busca e apreensão e flagrantes ocorreu a maior apreensão de drogas na história da Polícia Civil do Amapá. No último dia 24 de junho (quinta-feira), o titular da especializada, Uberlandio Gomes, e seus agentes apreenderam exatos 105kg de maconha em barra. O produto deveria abastecer locais de comercialização e usuários de Macapá e de Santana. A droga foi interceptada em uma embarcação na comunidade Curumum, em Breves no Pará.
Esses dados estatísticos apresentados pela Polícia Civil, através do DTE, demonstram que, em 2011, 108 pessoas foram presas, 137kg de drogas apreendidas e, nos primeiros cinco meses desse ano, 35 pessoas já foram recolhidas a penitenciaria e 200kg de tóxicos retirados das ruas livrando milhares de pessoas do vício. "Várias outras apreensões foram feitas de pequenas porções que vão de 10 a 100 gramas de drogas, mas que fazem efeito significativo", completa o delegado titular.
Porém, com toda a intensidade e logística dos policiais da DTE, o consumo não cai, o que se verifica é que tem aumentado e quando acontece um estrangulamento da oferta da droga, motivado pelas apreensões, acontece o movimento de mercado, os preços sobem e a quantidade diminui.
Verifica-se, realmente, que o crime está organizado, o comércio de drogas está estabelecido e obedece ao regulamento de mercado legalizado, ou seja, a polícia tem que se antecipar aos passos dos meliantes, que estão se alocando em locais mais acessíveis ao usuário.
As chamadas "bocas de fumo" que eram prioritárias nos bairros periféricos e locais de ponte estão agora no asfalto, sendo distribuídas por carros e motos, pelos chamados "fones drogas"; e o poder aquisitivo maior que amplia o mercado para as camadas classes A e B.
Secretário de Segurança, Marcos Roberto |
Existe uma tabela de preços que obedece o estabelecido pelos chefes do trafico, a inflação dos traficantes está altíssima. Ua pesquisa do New York Times diz que a cocaina ficou mais barata 74%, comenta o jornalista e advogado Carlos Lobato em sua coluna Menu Político,isso lá pelo lado dos gringos. Pois aqui temos é gente grande faturando em cima dos consumidores de droga.Os preços majorados de ano a ano e estilo monopólio, todos de cumprir a tabela. A pasta de cocaína ou "mela" que custava R$ 2 reais passou para R$ 10 ; R$ 5 reais a pedra de crack, o mesmo preço para o papelote de maconha. Enquanto isso, o comércio local do álcool vende a "bochudinha" à R$ 3 reais e o litro à R$ 6 reais. Ou seja, tanto a droga legal quanto a ilegal estão faturando sobre a destruição física, mental e financeira do viciado, Enquanto isso, famílias estão sendo destruídas, a violência e o roubo vêm aumentando no Amapá.
O Estado vem investindo no combate desse cancro social, mas é preciso ser feito muito mais, tem que haver uma união da sociedade para combater, em cada lar, em cada rua e em cada bairro, e, assim, termos uma frente real de combate às drogas. A saída encontrada pelos pais do Uruguai de liberar nas farmácias as vendas, já foi demonstrado na Holanda que não dá certo, pois aí entrara a mão da corrupção e é só nomear um traficante para presidir a agência reguladora de drogas lícitas.
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