segunda-feira, 2 de julho de 2012

Série D: Santos investe pesado no futebol


Centro de Treinamento do Time do Santos em conclusão de obras


Por Roberto Gato

Luciano Marba Silva, 39 anos, Tenente do Exército Brasileiro, Bacharél em Direito pela Faculdade Famap e História pela Universidade Federal do Amapá, desde cedo acreditou na iniciativa privada e, quando ainda estava na ativa no Exército, dividia o tempo da caserna com sua loja de artigos militares. Depois veio a experiência de comandar a gerência operacional de uma das maiores empresas de segurança do Norte. A Norsegel. "Ali aprendi tudo sobre segurança. Aliando meus conhecimentos de militar com a experiência adquirida nesta empresa, não tive dúvida. Abri a minha empresa de segurança LMS Ltda”.

Marba é um trabalhador incansável e não acredita que as coisas venham fácil, pois tudo na vida dele foi conquistado com muita luta. Trabalho e também contendas jurídicas. "Quem entra no ramo empresarial tem de estar preparado para enfrentar o mercado que é muito competitivo e, de vez em quando, alguns concorrentes querem te passar a rasteira."

Marba tem expandido seus negócios. Agora investe pesado num Centro de Entretenimento. “Estou investindo num segmento que sinto que existe uma enorme carência no mercado amapaense e também por poder aliar o entretenimento aos interesses futebolísticos da empresa que administro, que é o Santos Futebol Clube”, conta.

Luciano Marba, empresário bem sucedido, não tem economizado no investimento que tem feito no esporte. No Centro já investiu até agora R$ 2 milhões e no profissional do Santos R$ 1,2 milhão. "Quero elevar o nome do futebol do Amapá no cenário nacional, este é o meu Estado, a terra que escolhi pra viver com minha família, por isso tenho compromisso com o Amapá e o futebol está no coração de todos os brasileiros. Plagiando o cancioneiro popular, quem não gosta de futebol, bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé."

O presidente do Santos fala que a prioridade do time é a Série "D", mas não quer perder o campeonato de profissionais. "Não fomos bem no primeiro turno, principalmente no início da competição, mas no final ajustamos a equipe, contratamos reforços e entregamos o comando à um profissional respeitado e que já conhece o futebol amapaense por já ter trabalhado aqui. Não decidimos o primeiro turno, sinceramente, por fatores extra-campo. Espero que no returno estes vícios e equívocos da arbitragem não se repitam, pois desta forma quem se descredibiliza é o futebol."

Polêmico, arrojado e empreendedor. Essas são apenas algumas das características da personalidade deste gaúcho de Pelotas e amapaense de coração. Tranquilo ao lado da esposa Rovenia Sheila Mota Marba Silva e dos dois varões, Luciano, que é uma promessa do futebol amapaense, e o travesso Guilherme, que durante a entrevista com o pai, molhou toda a sala da residência da família, ele acredita que se o futebol do Amapá investir na base vai crescer e os campeonatos regionais vão ter mais craques tucuju.

Vai começar a Série D
Depois de um mês de imbróglio jurídico que foi parar na justiça comum, na última quarta-feira (20), o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Rubens Approbato, revogou a suspensão do Campeonato Brasileiro Série D. A competição inicia neste fim de semana, mas por questões de tabela, o Peixe só estreia na segunda rodada do grupo A2, no dia 30 de junho contra o Araguaína-TO fora de casa.

Para técnicos e jogadores, o adiamento da competição beneficiou o time, que pode se preparar ainda mais para a competição. O treinador Flávio Barros, recém-chegado, terá mais tempo para entrosar a equipe que assumiu após a saída de Wilsinho, que não foi bem no comando do Santos. Em quatro jogos no Amapazão, conseguiu apenas quatro pontos, e estacionou o Santos no meio da tabela.

Neste ano, a série "D" contará com 40 clubes divididos em oito grupos, com cinco equipes cada, que se enfrentam em turno e returno, totalizando oito partidas para cada time, para no final os dois primeiros avançarem as oitavas de final. Em seu grupo o Santos enfrentará Araguaína-TO, Sampaio Correa-MA, Comercial-PI e Mixto-MT.


Eles também podem decidir

Garrinchinha
Outro atleta capaz de chamar para si a responsabilidade de um jogo, o Santos tem o atacante Garrinchinha de 32 anos, que também veio do Cametá, e marcou o primeiro gol no jogo do título contra o Remo. Ele tem passagens pelos grandes clubes da capital paraense e na Portuguesa Santista-SP. O craque tem em seu currículo uma Série D conquistada em 2009, quando atuava pelo São Raimundo-PA. 

O atacante elogiou a melhora da equipe no comando de Flávio Barros e afirma que além da Série D, o time quer levar também o caneco do Amapazão. "O trabalho tem que continuar, vamos fazer de tudo para conciliar muito bem, se depender de mim, jogo todas as partidas. Me sinto preparado, com uma responsabilidade a mais por ter sido campeão paraense, claro que o jeito do futebol amapaense é diferente, é jogado com muito mais raça e vamos em busca dessas conquistas", declara.      

Destaque das categorias de base, o jovem Fabrício de Sá, 21 anos, que foi promovido do Sub-18 para o profissional e já valeu a aposta. Em sua primeira partida como titular no Amapazão, marcou os dois gols da vitória sobre o Independente por 2 a 1 e conquistou a confiança do treinador. "Trabalho forte para alcançar meus objetivos dentro do clube, estou aqui desde os 18 anos e estou sempre a disposição do professor para jogar na frente. É um dos meus objetivos, toda minha família, principalmente o meu pai, já vivem este sonho junto comigo", conta. 


ENTREVISTA
Soares - Ele veio para resolver


Aguerrido em campo, e decisivo nos momentos certos, chegou ao Peixe da Amazônia com status de craque, também pudera, ele é o jogador que fez o gol de falta aos 44 do segundo tempo em pleno Mangueirão, arrancando das mãos do Clube do Remo o título de campeão paraense desta temporada. Soares levou a taça para o Cametá, equipe do interior do Pará. Entre tantas propostas, preferiu o Santos Futebol Clube do Amapá, para carregar o time rumo a série C.

Em entrevista concedida ao Tribuna Amapaense, o craque ressaltou o fato de estar vindo de um título paraense. E que sente a pressão de sempre se superar a cada jogo.

TA: Como é chegar ao Amapá com a responsabilidade de ter sido campeão paraense?
Soares: Em primeiro lugar a humildade, mas em nenhum momento esqueço a minha responsabilidade. Não chega a ser pressão, porém sei que tenho que dar respostas ao clube e a torcida, pois o que você joga, varia de equipe para equipe e tudo é uma soma de fatores. O entrosamento com os torcedores, um bom gramado, uma sequência de jogos, mas estou preparado para jogar no Santos.  

TA: Como você veio parar no Santos? 
Soares: Após o campeonato, recebi várias propostas, inclusive de fora do Norte, mas optei pelo Santos, pelo fato de já ter jogado por aqui no ano passado, também pelo meu desejo de jogar uma Série D e por causa de toda e estrutura que o Santos está me oferecendo. Além de financeira, é um apoio moral, em que qualquer jogador se sente bem para entrar em campo com a consciência limpa e pronto para dar o melhor de si.

TA: Quais as suas condições para a série D?
Soares: Estou me aprimorando cada dia, pois a quarta divisão é muito difícil, pois conta com equipes de todo o país, e além de tudo é uma vitrine nacional, vai ser complicado conciliar com o segundo turno do Amapazão, mas estou preparado e tudo que eu mostrar em campo vai ser reflexo do meu trabalho aqui no peixe.  



Ficha Técnica
Idade: 35 anos
Altura: 1,61 m
Posição: Meio-campo
Clube Anterior: Cametá
Histórico: Começou profissionalmente aos 20 anos, na equipe do Carajás. No Pará já jogou por Paysandu, Remo e Tuna Luso, por aqui atuou no Trem e Ypiranga, além de uma passagem pelo São Bento-SP.


Sob Nova Direção
Técnico Flávio Barros

O responsável por comandar o Santos rumo a série C é o experiente treinador Flávio Barros. Bastante rodado no eixo norte-nordeste do futebol brasileiro, o técnico, que por muito pouco não levou o alvinegro a decisão do primeiro turno, foi o responsável por dar um novo ânimo ao clube. "O grupo tem qualidade. Cheguei a pouco tempo, mas já pude perceber isso, claro que dificuldades existem, porém cabe a nós superá-las e nesse curto período por aqui já deu para dar uma arrumada nesse elenco. Só que para aproveitar o melhor que ele pode oferecer, preciso ainda fazer com que ele se encaixe, pois a equipe bem encaixada é aquela que não precisa trocar a formação em todos os jogos", afirma Flávio Barros.

Com o começo da Série D e o início do segundo turno do Campeonato Amapaense, o técnico vê o provável desgaste dos seus comandados. "É sempre difícil, não só aqui mais em todo clube do país, nessas horas que é importante ter elenco, que possa suprir essas necessidades, mas temos nomes de destaque que podem realizar com maestria essa jornada. Os garotos Fabrício e Luciano que vieram da base e já conquistaram seu espaço no time principal, além dos experientes Soares, Garrinchinha, Jean Marabaixo e Max Jari. Com todo o potencial deles, e a força do restante do elenco, vamos com tudo para essa competição". 

Experiência o treinador tem de sobra para entrar de cabeça na competição, em 2009, treinou o Atlético Cristal e por pouco não conseguiu alçar a série C. Há 12 anos como comandante já foi tricampeão alagoano e, detalhe, por três equipes diferentes (ASA, CSA e Coruripe). Também conquistou o Campeonato Paraibano pelo Treze de Campina Grande, além de passagens por Gama-DF, CRB-AL, Santa Helena-GO, Aparecidense-GO, Central-PE, entre outras equipes do país.



A base do nosso futebol 

A falta de investimentos, ou simplesmente de planejamento futuro acabam culminando em uma atual carência de craques locais no nosso futebol. Nos tempos de Glicério completamente lotado, a torcida exaltava o nome de craques como Jason, Antônio Trevisani, Aldo, Miranda, Nariz, Zezinho Macapá, Bira, entre outros, muitos outros. Hoje em dia podemos contar nos dedos aqueles que podem ter potencial e fazer carreira no futebol, pois a necessidade de ter uma vida estabilizada é uma barreira para a garotada que quer seguir jogando futebol, principalmente no Amapá onde os investimentos na base são poucos. A falta de investimentos faz com que os garotos deixem de pensar somente no futebol, enquanto que em outras regiões os clubes dão todo o aparato para transformar em ídolos, algumas promessas.

Mas essa realidade está com dias contados. O empresário Luciano Marba, ex-jogador de futebol amador agregou as suas empresas mais um negócio. O futebol. Marba faz um alto investimento no Centro de Entretenimento que está construindo ao longo da Rodovia Duca Serra. Lá o empresário já investiu mais de R$ 2 milhões. A estrutura física do ambiente não deixa a desejar aos grandes centros de treinamento do país. São dois campos de futebol. Um oficial e outro society, com gramado sintético. Uma quadra poliesportiva, um campo de areia e outro de treinamento. Piscina, academia de ginástica e ambiente para eventos e palestras. "Nosso investimento vai atender a população que se associar ao Santos Futebol Clube e as categorias de base que vamos trabalhar. Futebol é um negócio rentável se levado a sério e é isso que estou fazendo no Amapá.

Marba fala orgulhoso do filho Luciano Marba que estreou no profissional no jogo contra o Santana e marcou um golaço de voleio. O garoto de 16 anos tem mais de 1,75m e ainda tem muito a crescer. "Ele também é patrimônio da minha empresa e do santos, vamos trabalhar seu potencial e suas qualidades, todas as condições serão dadas a eles e a todos os garotos que vieram para as divisões de base do Santos Futebol Clube.






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