Wagner Ribeiro, um ícone
das artes plásticas no Amapá
Por Gabriel Fagundes
Poucas são as pessoas que recebem o dom divino de ser autodidata. Wagner Ribeiro, amapaense que nasceu na Serra do Navio, é um deles. Wagner é, além de artista plástico, chargista, cartunista e escultor. Dotado desses talentos desde a infância, tem uma carreira e história que realmente merece ser reconhecida e valorizada.
Em entrevista concedida ao Tribuna Amapaense, Wagner Ribeiro contou sua história de vida de artista, e disse que nasceu com o dom. "Eu sempre conto essa história: eu nasci com o dom da pintura. Foi na minha infância que eu comecei a trabalhar com escultura, à beira de rio. Eu sempre senti a necessidade de trabalhar com a arte, eu olhava para as coisas e dizia para mim mesmo: eu sei fazer isso, eu sei fazer aquilo. Mas realmente só em 2000 que eu comecei a compartilhar e divulgar meu trabalho com o público. Eu fiz alguns trabalhos profissionais, placas e trabalhos escolares. Esse trabalho que eu faço exige muita técnica, principalmente com essa tinta acrílica."
Wagner descobriu-se artista quando outro artista, também amapaense, maravilhou-se com o trabalho dele. Ele conta que pintava e fazia esculturas sem compromisso, mas ia guardando tudo o que tinha na própria sala. "De repente, eu comecei a fazer vários trabalhos, um atrás do outro. Então, um artista macapaense passou em frente à minha casa e viu os meus trabalhos, pediu para olha-los e falou: 'Você é um artista'. O engraçado era que eu não conseguia falar que eu era um artista, eu não acreditava que eu realmente era um. Depois de ele ter dito que eu era um artista, ele pediu para que eu repetisse a frase 'A partir de hoje, eu sou um artista'. O nome dessa pessoa é Ivan Amanajás. Ele é um artista que já tem trabalhos bem evoluídos e amadurecidos, com relação às técnicas e estilo. A partir daquele momento que ele me disse aquelas coisas eu comecei a acreditar em mim mesmo, e eu comecei a pintar para valer. Ele me disse: 'Vamos fazer uma exposição', e eu respondi: ‘Vamos’".
Depois da primeira exposição, que fora a sua porta de entrada para o profissionalismo artístico, Wagner Ribeiro despontou; ele tem um histórico de tirar o fôlego.
Sobre o sucesso depois da primeira exposição, Wagner declarou que ocupou o cargo de Conselheiro de Cultura do Estado, e contou como foi a experiência. "Depois da minha primeira exposição no Teatro das Bacabeiras, eu nunca mais parei de pintar. Hoje eu vivo da arte. Tive alguns períodos que eu trabalhei em órgãos públicos, mas eu nunca deixei de pintar. A experiência de ser Conselheiro de Cultura foi boa, mesmo eu tendo ficado menos de dois anos no cargo, pois eu vi de perto a realidade do artista, as dificuldades e necessidades, as lutas que eles enfrentam. Somos um povo que ainda vive com pouco entendimento da própria cultura e da arte, do que é teatro e técnicas."
Cada artista tem um estilo, e o de Wagner assemelha-se ao impressionismo, como ele mesmo diz: "Todas as minhas técnicas e meu estilo eu aprendi sozinho. Eu gosto muito do impressionismo. Meu trabalho está entre o impressionismo e o realismo, embora eu não o considere nem um, nem outro. Tem semelhanças, porque os impressionistas trabalhavam a questão da luz, inclusive eram conhecidos como os 'mestres da luminosidade'". Mas, para chegar a tal entendimento, Wagner precisou estudar bastante a história da arte, e conta que as pessoas perguntavam frequentemente para ele qual era o estilo dele. "Muita gente me pergunta: o que é isso? Foi então que eu passei a pesquisar mais sobre a arte para poder responder às questões que as pessoas me faziam e esperavam que eu respondesse. Eu me dediquei muito à história da arte e passei a responder bem as perguntas das pessoas."
Wagner tem muitos trabalhos distribuídos em órgãos públicos e privados da cidade, como por exemplo: Prefeitura Municipal de Macapá, Palácio do Governo; Tribunal de Contas e Prefeitura de Santana. Ele conta que tem trabalhos em outros Estados e até mesmo fora do Brasil.
Para finalizar, o artista Wagner Ribeiro diz que tem planos para o futuro: uma exposição no Teatro das Bacabeiras patrocinada pela Secretaria Estadual de Cultura (Secult), e uma viagem ao exterior. Acerca dos planos, ele conta: "A Secult já confirmou que vai patrocinar a minha exposição. A exposição está marcada para o dia 3 (três) de julho, mas eu estou pensando em adiá-la por dois motivos: primeiro porque muitos familiares meus vem para Macapá a partir do dia 20 de julho; segundo, a Secult, embora tenha confirmado o patrocínio, está demorando a liberar o dinheiro. Eu preciso de mais tempo para divulgar a exposição, pois só tenho praticamente uma semana para organiza-la, para moldurar alguns trabalhos, distribuir convites e essas coisas. Provavelmente acontecerá do dia 25 para frente, porque esse é um período de férias, então o público estará voltando de viagem. Além de expor meus trabalhos, eu quero vender, pois eu vivo da arte. Eu vou expor e estou me preparando para fazer uma excelente exposição. Eu sempre fiz meus trabalhos com base na cidade de Macapá. Essa exposição será diferente, vai ser um tema novo que certamente vai interessar e encantar a população.
Tenho planos de viajar também. Tenho duas irmãs que moram na Europa, uma em Londres e outra na Austrália. Talvez esse ano eu eu viaje para lá e apresente o meu trabalho. Para viajar falta muito pouco, pois eu tenho passaporte, passagem garantida, hospedagem e alimentação. Eu só preciso fazer alguns trabalhos, arrumar as malas e partir. Existe espaço e oportunidade para o artista, basta que ele procure.", finaliza.
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Ronaldo Pedra: músico de Pelotas
encanta amapaenses
por Araciara Macedo
O nome não combina muito com a suavidade deste gaucho de Pelotas que passa pelo Amapá presenteando com seu talento e sua voz marcante quem se dispõe a escuta-lo ao som do violão no bar de Sandro Sandin no Araxá. Ronaldo Pedra, 34 anos, está em Macapá visitando o irmão, mas como soldado parado no quartel tem sempre o que fazer, Ronaldo está fazendo uma serie de apresentações para mostrar o seu trabalho.
Foi com um sorriso nos lábios e a calma que só os poetas sabem ter que ele recebeu a reportagem do Tribuna Amapaense na varanda da casa do irmão para um papo onde falou da carreira, da paixão pela musica, do momento atual que está vivendo e sobre o Amapá. "Em março estive aqui fazendo um visita para o meu irmão, em uma das minhas saídas passei pelo bar do Sandin, dei uma canja e recebi a promessa que se resolvesse voltar poderia tocar no bar", conta.
Ronaldo chegou a Macapá no dia 03 de junho e tem feito um circuito de apresentações pela cidade. O bar do Sandin é o local onde mais tem se apresentado. "O Sandro, dono do bar, ficou meu amigo. É ele quem está me dando a chance de mostrar o meu trabalho, tenho me apresentado e meu trabalho está sendo bem recebido pelos amapaenses, isso é muito bom porque estou tendo a chance de, não só mostrar o meu trabalho, mas conhecer a cultura amapaense", ressalta Ronaldo.
Formado em produção fonográfica o artista poderia ter tentado seguir os passos que muitos artistas iniciantes seguem, gravar um CD, lançar e esperar que o trabalho receba o reconhecimento do público. Ronaldo está fazendo diferente, com um CD, que na realidade é uma espécie de portfólio, resolveu sair por diversas cidades do Brasil mostrando o que sabe fazer. "Tenho a sorte de sempre agradar, meu trabalho tem sido bem recebido pelos lugares por onde passo, fico feliz porque no inicio não acreditava que o meu trabalho era bom, agora já estou convencido de que o que faço tem valor".
Ronaldo Pedra vem da escola de grandes músicos como Djavan, no entanto faz um trabalho diferenciado. Suas musicas tem assinatura bem própria. Com melodias suaves e letras envolventes agradam os ouvidos e encantam quem gosta de boa música.
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