segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Atleta do Passado - Vadoca


História viva do Futebol e de Macapá

Por Fabiana Figueiredo

O atleta do passado desta edição é a prova viva da história de Macapá e do Futebol Amapaense. Por este e outros motivos, Vicente Valdomiro de Carvalho Ribeiro - pouquíssimo conhecido pelo nome verdadeiro -, o Vadoca foi escolhido para ser o personagem desta editoria.

Ele nasceu no dia 07 de Setembro de 1932, filho caçula de Celso de Ataíde Ribeiro e Emelinda de Carvalho Ribeiro, na Rua da Praia (atual Rua Beira Rio), onde cresceu jogando as famosas "peladas" na "Beira", assim como também na Praça Matriz, onde é a Praça Veiga Cabral na frente da Igreja de São José.

O primeiro contato com o Futebol aconteceu por ali, depois foi admitido pelo Esporte Clube Macapá, em 1946, com apenas 14 anos de idade como titular do time, e lembra que foi "ao lado do Alcolumbre, Dino, Joliro, Jacson, Oliveira, Pigmeu, Avestino, Mojacyr, Cambão e muitos outros". E acrescenta: "naquela época, o Trem, o Macapá, o Amapá e o São José eram os quatro times que existiam".

Pelo E.C. Macapá, conquistou o título de Campeão Amapaense de Futebol no ano de 1950, um dos mais importantes de sua história. Por lá, continuou até 1951, quando foi convidado para jogar no Trem Desportivo Clube.

Na nova equipe, segundo ele, jogou ao lado de "Salles Lima, Vasconcellos, Caboco Alves, Aristeu, Turíbio, Goloso, Joãosinho, Keka, Hélio, Adão e Lelé". Vadoca conta que no ano seguinte, em 1952, o Trem foi Campeão Amapaense contra o seu antigo time, o E. C. Macapá, "foram quatro jogos para decidir o título", lembra.

Vadoca conta que aos 18 anos, Pauxy Gentil Nunes o levou para o Rio de Janeiro, para fazer teste de seleção no time do Vasco da Gama. Lembra orgulhoso que passou, entretanto, recorda que não aceitou por causa da família. "Eu fiz o teste e passei, mas como eu era o caçula de 5 irmãos, eu tive que voltar pra casa, cuidar da minha família, eu tinha tudo aqui. Eles acharam que eu estava doido, mas eu queria voltar pra Macapá de qualquer jeito", afirma Vadoca.

Paralelamente à carreira de jogador de futebol, Vadoca conheceu a alfaiataria aos 10 anos, quando sua irmã o ensinou a profissão. O atleta lembra-se do amigo Passarinho, que também foi alfaiate e trabalhou na construção das fardas dos guardas territoriais. Vadoca recebia muitas ofertas de trabalho no Governo, entretanto, teimava em não trabalhar, segundo ele, não gostava de ficar empregado, apenas de fazer o que gostava que era ser alfaiate. "Eu nunca quis emprego. Eu me aposentei nessa profissão. Eu não contava pra ninguém, mas paguei 35 anos de INSS. Eu já sabia o meu futuro, ele já estava garantido", disse. 

O atleta encerrou a carreira no ano de 1956, aos 25 anos, adivinhe para quê: Ele foi casar com Odinéa Ribeiro (in memorian), uma prova de amor à sua mulher, que deixou o futebol para se dedicar à ela e à família que estava à ser constituída, foram 54 anos de casamento. Odinéa foi professora formada, e a conheceu nas festas que os clubes faziam: "Era uma boa época, as festas terminavam onze horas da noite ou meia-noite", recorda.

Pai de Mário Sérgio, Valdo, Lico, Sandra, Rosália, Sônia, Lúcia, Tânia e Valdonéia (in memorian), avô de 6 netos e bisavô de 3 crianças, Vadoca se orgulha da vida que teve, e hoje curte a vida viajando pelo país e visitando sua filha que mora no Estado do Espírito Santo. Seus três filhos homens têm a herança do pai: um é árbitro formado pela Confederação Brasileira de Futebol, e todos já jogaram em times amapaenses.

Vadoca lembra que também contribuiu com a obra "Bola de Seringa", juntamente com o querido amigo Leonai Garcia, ao contar a participação que teve e os mais belos feitos no futebol amapaense.


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