Por Gabriel Fagundes
Os quatro mestrandos vieram de duas universidades norte-americanas, Columbia e Emory, e cursam Administração Pública e Desenvolvimento Sustentável |
Há muito tempo que os olhos do mundo moderno têm se voltado para o Brasil, principalmente por causa das grandes proporções de recursos naturais que o país possui. No que diz respeito a estudos e pesquisas desses recursos, a região amazônica é, sem dúvida, alvo especial e ideal para a realização deste tipo de atividade, não à toa, pois a Amazônia é uma região extensa, rica e inigualável em se tratando de biodiversidade.
Tendo tal preposição como ponto de partida, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária no Amapá (Embrapa/AP), em parceria com a Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) e as Universidades de Columbia (Nova Iorque) e Emory (Estado de Geórgia), proporcionou a quatro mestrandos dos cursos de Administração Pública e Desenvolvimento Sustentável dessas universidades norte-americanas a oportunidade de intercâmbio e estágio de campo no Amapá.
Segundo informações da assessoria de comunicação da Embrapa/AP, este mestrado é executado por meio de uma rede de 23 universidades em vários países. Na América do Sul participam a Colômbia e o Brasil.Os mestrandos iniciaram as atividades no Brasil pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e chegaram ao Amapá em julho.
Ainda de acordo com informações da assessoria, as ações de campo incluíram acompanhamento de extração de óleo de andiroba, estudos in loco de açaizais nativos, visitas a áreas de desembarque de madeira (Pedrinhas e Canal do Jandiá) e visitas a feiras do Buritizal, Pacoval e de Santana.
Projeto Florestam
Os estudos e as pesquisas realizadas pelos mestrandos das universidades norte-americanas foram diretamente ligados a um projeto da Embrapa/AP, o Florestam, que tem por objetivo estudar a ecologia e o funcionamento das florestas de várzea no Amapá. O líder do projeto é o pesquisador da Embrapa/AP, engenheiro florestal e professor do Programa de Pós-graduação em Biodiversidade Tropical (PPGBio) da Unifap, Marcelino Guedes.
Os mestrandos visitaram a feira do Buritizal acompanhados do pesquisador da Embrapa, Marcelino Guedes |
Segundo Marcelino, o Florestam existe desde 2010 e estuda maneiras de se viabilizar uma economia verde para as comunidades locais, através do manejo de recursos naturais, como, por exemplo, o óleo de andiroba, o açaí e a madeira, e da preservação ambiental. "Ajudamos as comunidades ribeirinhas a gerarem renda através do manejo sustentável e valorização das florestas em pé, propiciando assim uma economia verde", afirma o líder.
Também de acordo com Marcelino, os estudos realizados pelos mestrandos das universidades norte-americanas beneficiará o Amapá, na medida em que estes agregam à pesquisa amapaense técnicas ainda desconhecidas e "mais do que isso, o importante é propiciar a eles uma imersão na realidade da Amazônia, pois eles poderão ser futuros tomadores de decisão de assuntos que podem nos afetar diretamente. Estando eles mais sensibilizados a partir do contato direto com a nossa realidade, nós ganhamos parceiros importantes na conservação da floresta amazônica e em estudos que visem melhorar a qualidade de vida das comunidades locais", finaliza.
Conheça os mestrandos

Jaivadhan Singh é indiano, 27 anos. Os estudos por ele realizados tinham interesse na comparação da renda do uso madeireiro e não madeireiro da andiroba. JV, como é chamado, declarou em entrevista ao TA que foi interessante acompanhar de perto a realidade amapaense. "Temos muitas questões sociais na Índia que se assemelham às do Amapá, pessoas que dependem de florestas para viver. Poder conhecer a realidade daqui certamente vai me ajudar no futuro a elaborar um plano melhor que vise resolver tais questões sociais".


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