Por Fabiana Figueiredo
Com a presença maciça de voluntários, simpatizantes e autoridades, foi entregue a casa de apoio aos amapaenses doentes de câncer |
Na última quinta-feira (02), a casa de apoio do Instituto do câncer Joel Magalhães aos portadores de câncer foi inaugurada, contando com a presença de autoridades públicas do Estado do Amapá e da população que tanto ajudou para que este sonho se tornasse realidade.
Para a construção da obra da casa de apoio, o Instituto contou com a ajuda da sociedade civil, através das milhares de doações recebidas durante dois anos.
Para o Padre Paulo Matias, presidente do IJOMA, o prédio apresentado é a realização do sonho de muitos amapaenses e dos voluntários do Instituto, que tanto recebeu ajuda da população, principalmente em Janeiro deste ano, quando se realizou o evento "Amapá contra o câncer", o qual teve sucesso. Em entrevista a este Jornal, o presidente diz que "é o primeiro prédio construído pelo povo. O Amapá é um dos estados mais deficitários no atendimento ao paciente de câncer. Por isso, esse prédio toma uma dimensão vultosa. Agora podemos realizar uma parte daquilo que nós pensamos em fazer para contribuir com as famílias e os pacientes."
A ideia nasceu depois que o padre acompanhou a triste história de vida de Joel Magalhães, o maranhense que dá o nome ao Instituto. Joel sempre foi pobre, não tendo condições de se sustentar, deixou a vida no Maranhão e veio tentar uma vida melhor no Amapá. Trabalhou como carregador de cimento, e tempos depois, adquiriu o câncer. Ao descobrir a doença, não queria voltar ao seu Estado e pediu ajuda ao Padre Paulo, que o ajudou inconstantemente. Seis meses depois, em dezembro de 2001, Joel Magalhães faleceu, tendo o corpo sepultado neste Estado e se deu início a uma luta contra o preconceito e combate ao câncer que mata tantos.
César Bernardo, jornalista, portador de câncer e que acompanhou o trabalho desde o início, cita que o câncer é uma doença que afeta não apenas o paciente, mas todo aquele que está ao redor dele. "É muito ruim se sentir abandonado e entregue à uma doença tão perigosa; é quase insuportável. O IJOMA representa aquela pessoa que quer ver o paciente vivo e bem. Se eu não tivesse meus amigos e a minha família eu teria morrido, porque o câncer dói muito", diz emocionado.
O atendimento é oferecido a quem não tem condições de pagar o tratamento da doença, principalmente àqueles que vêm do interior do Estado e dos distritos ribeirinhos das ilhas do Pará. O Padre quer construir outros projetos como o hospital de médio porte e o novo prédio de logística.
A casa oferece atendimento e apoio psicológico, prevenção, diagnóstico precoce e suporte aos pacientes portadores de câncer, tudo gratuitamente e com a ajuda de voluntários. O Instituto promove, também, ações de conscientização da população, com o intuito de que a sociedade conheça a doença e não tenha medo de combatê-la.
O trabalho é voluntário, portanto se espera que qualquer pessoa se disponha à esse tipo de trabalho, é só procurar a casa e participar. A casa de apoio fica na Avenida Silas Salgado, no bairro Alvorada, atrás da CTMac (antiga EMTU).
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