| Presidente do SINDSEP é suspeito de utilizar notas fiscais frias | para justificar gastos com o dinheiro do | servidor federal |
Documentos em poder do Ministério Público Estadual (MP/AP) sobre irregularidades apontam que o presidente do SINDSEP (Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Amapá), Hedoelson Uchoa, o Doca, utilizava notas fiscais frias para justificar gastos com o dinheiro que a entidade arrecada do servidor federal associado ao SINDSEP. Para o MP, isso demonstra a má aplicação dos recursos do sindicato.
Doca é alvo de uma investigação do Ministério Público que vem sendo feita pelo promotor de justiça, Pedro Leite, da promotoria da cidadania. As denúncias que levaram o MP a investigar o SINDSEP, partiram de um grupo de servidores federais liderado pelo sindicalista Cláudio Miranda, indignados com a corrupção que vem ocorrendo dentro do sindicato. Entre as denúncias está a fraude no processo eleitoral, ausência de prestação de contas, além da falta de transparência da gestão de Doca que administra um orçamento mensal de mais de 280 mil reais. Contabilizando isso ao ano, os valores ultrapassam a casa dos 3 milhões de reais, e a categoria não sabe ao certo o destino de todo esse dinheiro, já que Doca não presta conta dos recursos que administra dos associados da SINDSEP.
Além das irregularidades que vem sendo apuradas pelo MP, associados do SINDSEP estarão acionando Doca na Justiça do Trabalho com uma ação de prestação de contas acumuladas, e com pedido de anulação de sua eleição. Doca já está em seu quarto mandato à frente do SINDSEP. A ação vai pedir ainda a destituição de toda a sua diretoria.
O uso de notas fiscais frias para comprovar gastos no SINDSEP não é uma surpresa para a categoria. Segundo informações de servidores, quando esteve à frente da Secretaria de Finanças da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Amapá, Doca se utilizou de notas fiscais suspeitas para comprovar gastos da central sindical no Amapá. Somente nos últimos seis meses de sua gestão a frente das finanças da CUT no Amapá, ele movimentou cerca de 180 mil reais da entidade e não prestou contas.
Um levantamento feito revelou que várias despesas da CUT pagas por Doca suspeitam-se que foram com notas fiscais frias. As notas não eram preenchidas corretamente com a discriminação dos serviços, quantidade e preço unitário. A reportagem do Tribuna teve acesso a duas notais fiscais (ver fac-símiles): uma da Panificadora Pão da Vida, e a outra, da Cris Lanches Rural, que forneceram para a CUT Amapá. Para a Pão da Vida, a CUT pagou com despesas com fornecimento de refeições para um curso da entidade R$ 4.580,00. O preço unitário das refeições não foi registrado na nota e o que mais chama a atenção é que a Panificadora Pão da Vida não fornece refeições, só pão e café da manhã. Com despesas com quatro refeições (café, lanche, almoço e jantar), Doca pagou como secretário de finanças da CUT, a Cris Lanches Rural o mesmo valor de R$ 4.580,00 pago a Panificadora Pão da Vida pelo fornecimento de apenas uma refeição. A nota da Cris Lanches Rural não trás o preço unitário das refeições e na discriminação dos serviços cita apenas "despesas com alimentação". Para os servidores, todas as irregularidades praticadas por Doca, tanto no SINDSEP quanto na CUT, só uma investigação mais profunda vai esclarecer.
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