segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Boas Palavras - Fome e sede de justiça - Por Aline Colares


"Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos." (Mt. 5: 6)

Fome e sede. Essas são necessidades básicas para sobrevivência de qualquer ser vivo. Sem a ingestão de líquidos ou alimentos é impossível que se conserve a vida biológica, mas tão prejudicial quanto ausência de alimento ou líquido é a contaminação daquilo que se ingere. Às vezes, o desespero da fome e da sede pode levar pessoas a comerem lixo, por isso é que não basta ter fome e sede, mas é necessário ter fome e sede dos alimentos que trarão vida e não morte. Ter fome e sede de justiça e não de injustiça, ou de violência ou vingança pessoal, mas fome de Deus e da Sua justiça.

Antes de compreender ao que esse verso quer dizer, vamos entender o seguinte: Jesus Cristo não estava se referindo à justiça que é administrada nos tribunais dos homens. Não teve objetivos políticos e nem representar um plano de caridade. Esta bem-aventurança não depende de transformações sociais ou fundamenta-se nas relações sociais. Já ouvi dizerem até que Jesus estava incentivando a partilha de bens no intuito de equilibrar a distribuição de riquezas... Caro leitores, não é nada disso!

Como ter fome e sede de justiça? Onde encontrar fartura de justiça? A resposta para estas perguntas nos fará compreender melhor os conceitos apresentados por Jesus no sermão do monte. 

Diante de uma multidão faminta e sedenta Jesus declara que aqueles que têm fome e sede são felizes. O fato de não ser tolerante às injustiças sociais não aproxima o homem de Deus. Promover projetos de cunho social não é o caminho que conduz aos céus.

Em um mundo em crise social, econômica, política, familiar, etc, as pessoas desejam mudanças urgentes e clamam por justiça, mas esta fome e sede de justiça não é a que traz a verdadeira felicidade. Somente os pobres de espírito têm sede e fome de justiça. Os ricos espirituais são aqueles que consideram-se justos diante de Deus. São aqueles que se justificam por meio de suas ações diante dos homens.

Os pobres nada têm neste mundo para sentirem-se seguros, mas eles terão o reino dos céus. Somente os pobres de espírito sentem fome e sede de justiça, e em Deus serão fartos. Aquele que concede o reino dos céus é justo e justificador, e somente Ele pode satisfazer o que é exigido pela Sua justiça. Veem o quanto as bem-aventuranças são interligadas?

A maneira para que os pobres de espírito saciem a fome e sede, segundo o profeta Isaías no capítulo 55: 2, é ouvindo atentamente a palavra de Deus, e estes que assim o fizerem comerão o que é bom, o melhor! Se o homem tem sede e fome de justiça, ela será saciada a partir do momento que se obter da vida que há em Deus. Só após tornar participante da natureza divina o homem estará abastado de justiça.

Cristo não estava preocupado com a miséria socioeconômica do povo. A falta de moradia não era a causa ou a bandeira do evangelho. O evangelho social não estava em voga no discurso do Messias. Cristo levou a iniquidade de todos nós, mas é o conhecimento transmitido por Ele que nos justifica, ou seja, quando Paulo diz que a fé vem pelo ouvir e o ouvir pela palavra de Deus, nada mais é do que aprendermos com Aquele que é manso e humilde de coração.

Através do conhecimento adquirido vem a fé, e por meio da fé podemos agradar a Deus. Após adquirir vida através da palavra de Deus, adquirimos um espírito manso, somos justificados, ou seja, declarados justos diante de Deus.

Portanto, só em Cristo é possível obter a justiça que vem de Deus. Após ser justificado por meio de Cristo o homem obtém o direito de entrar no reino dos céus. Que assim seja, leitores!

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