sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Dossiê - O blefe da "esquerda" e a incoerência ideológica


Quem já arriscou um jogo de baralho certamente já ouviu os "profissionais" da jogatina falar em blefe. O blefe, a rigor, é iludir no jogo apostando ou agindo como se tivesse boas cartas, isto é, esconder uma situação precária ou desvantajosa, segundo nosso queridíssimo Aurélio Buarque. É próprio dos que negam que a noite foi feita para dormir e o dia para trabalhar. Coisa de jogador profissional, inalcançável para os amadores. E não é que o PSOL e o PSB resolveram blefar com o eleitor amapaense em puro gesto de desrespeito e hipocrisia.

Logo após o término da apuração do primeiro turno das eleições para prefeito, o candidato Clécio Luis (PSOL), primor, segundo ele, de moralidade e retidão, incapaz de transigir com a verdade, falou que sua candidatura era independente e não faria aliança com ninguém. Dias depois, anunciou sua aliança com o DEM e o PTB com direito a brindes e abraços fraternos. Mesmo flagrado com batom na cueca, Clécio Luis insistia em dizer que aquilo não era aliança, era apenas uma adesão política, algo equivalente ao cônjuge flagrado em adultério que afirma que "não é bem isso que você está pensando". DEM e PTB passaram, então, a ser os amiguinhos de confidências, tal qual o par do cônjuge traidor, logo após o flagra.

O PSB, de seu turno, logo que soube da rejeição à aliança do primo PSOL fez aquele "beicinho" - que denota mágoa e a proximidade do choro - e foi para casa tricotar com a postura do insolente PSOL. Dias depois, soltou uma "Carta ao Povo Macapaense" em que afirmou, em letras garrafais, que não compactuava com a "incoerência ideológica" do PSOL e pregou a neutralidade, liberando os pobres militantes. A questão foi tão debatida que houve militante que jurou ódio eterno aos insolentes ensolarados e todos foram para casa digerir a arrogância política. Ficou um nó na garganta daqueles que nem o sono passa. Sentiram-se traídos e com uma vontade louca de pagar com a mesma moeda.

Mas ocorreu uma coisinha que tanto o PSOL quanto o PSB já previam: Roberto Góes, candidato do PDT, disparou na preferência popular e o fato exigia uma reflexão da esquerda. O blefe, como já foi definido, é o jogador fingir que está numa boa quando, na verdade, suas cartas não formam sequer um par. E eis que, de repente, na calada da noite de domingo, há o encontros dos "pseudo-opostos" - que se parecem até no DNA - e, juntos, juraram que perdoavam a traição recíproca e desenharam a reconciliação. E todo retorno adúltero tem estripulia na cama e juras de amor eterno.

Na manhã de segunda, do Senador João Capi e família ao mais baixo clero do PSB já se via um cantar diferente, próximo a um assovio gratuito de quem recuperou o amor e todos usaram as redes sociais para recuperar os militantes que saíram ao ouvir o canto da neutralidade. Era a revelação de um blefe indecente, próprio dos jogadores profissionais que não titubeiam em fazer do jogo um modo esperto de viver. Ambos estavam em desvantagem política e pregaram a soberba e a arrogância com direito a achincalhe recíproco, como o PSB que chamou os companheiros do PSOL de "incoerentes ideológicos".

 O blefe político que teve como vítima os eleitores de ambos os lados foi dado sem nenhuma atenção ao discurso moralista de ambos. Agora, reconciliados, se abraçam com aqueles que historicamente chamaram de nocivos sociais, excrescência da classe política, aves de rapina do erário e outros adjetivos só dito para os malditos. O cinismo, revelado no blefe de ambos, acerta no peito da sociedade que, doravante, vai ter que esperar um pouco até saber se estão falando a verdade ou blefando para derrotar o opositor,  mesmo que as cartas não lhes sejam favoráveis. O melhor nesse caso para os enganados, militantes de ambos os partidos, é rasgar o baralho e parar com brincadeira como ocorre nos porões da jogatina suja ou radicalizar e dar uma surra  para jogar direito. Surra, bem entendido, de votos contrários!

Rabiscos
E o blefe veio a tona. Agora PSOL e PSB juntos e misturados com os antes  impuros. Democratas e assemelhados agora são bem vindos à sala vermelha e amarela. Éguua!!!////Já dizia o saudoso Delegado Zé Maria Franco, palavra empenhada não se volta atrás, quando dita em nome da moralidade, eitcha....///// Agora Camilo, Randolfe e Clécio juntinhos com Davi, Lucas, sem qualquer incoerência ideológica////O blefe da esquerda só vitimou seus militantes que saíram bradando horrores um contra o outro. E agora "triozão". Eita, mundão!!!////E eu que disse que o primo PSB "sartou fora" da incoerência ideológica e levou junto o irmão de criação PT. Eu estava enganado, não entendi o blefe.../////Que tal convidar o Demóstenes para um vinho. O companheiro Demóstenes gosta e eu também. Todo mundo juntinho. Bem disse o RG:  Não vale do engana, Clécio no debate a TV Amapá!!!/////Aliás,o Davi que já era só empolgação, por ser absolvido do crime de impureza ideológica agora pode chamar tôo mundo. Porteira aberta.../////Segundo fontes "inidôneas", claro, a reconciliação ocorreu por que R12 estaria muito, mas muito na frente e aí o PSOL pediu reforço. Mas será? Sinceramente não acredito/////Não dá para chamar o Robson, Rosemiro, Marcivânia agora é todo mundo do bem nada de "harmonia", só o Roberto Góes/////E o Ibope revelou o blefe e forçou a reconciliação dos "meninos" probos, honestos e...o que mais?!////// Repetindo: Roberto Góes com isso mantém coerência e vai costurando com o povo suas alianças, "Bob", sem arrogância, não "afroxa"////Aliás, A TV Amapá não divulgou a pesquisa espontânea que foi 47% RG a 39% CL. Por que, hein? Tá certo, critério técnico. Política é isso não aquilo////E treze vereadores eleitos, apesar do cansaço, andam de mãos dadas com "Bob" Góes. Aline Gurgel  suando o colarinho igual na sua campanha/////E os bairros periféricos respondem aos arrogantes azulando, diz um militante do PDT, sem blefe, claro!///// E a imprensa PINK, aquela que bajula até os talos, lê meia página do almanaque abril e se acha, como vai? Vocês alguma vez já blefaram, hein, babys? É claro que sim,  especialidade da casa, né lindas?/////Converso com meu amigo não-moralista Silas Assis, que nunca blefou no jornalismo e nem fez contrato emergencial com os governos, sobre a reconciliação do PSOL e PSB. E ele diz: ê mano, eu rasgo o baralho na hora. Égua!!! não entendi nadinha, sinceramente. Meu patrão eu quero é receber, o resto é radicalismo nojento. Ora  vão trabalhar, vagabundos!!!/////Roberto Góes me pergunta se já blefei alguma vez. Que é isso, meu caro, comigo pau é pau, pedra é pedra. Camilo, logo/////bye

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