segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Editorial Jornal Tribuna Amapaense - Edição 327

Ficha Limpa, ultrassom e urnas eletrônicas

Houve um tempo em que gravidez e eleições geravam enorme ansiedade e dúvida. O sexo do bebê e a vitória dos candidatos se revestiam do mesmo mistério. Durante muitos anos, a surpresa foi o elemento comum entre esses fatos. Tão logo a mulher se descobria grávida, instalava-se o suspense em relação ao sexo do bebê. 

Não faltavam adivinhações, palpites e prognósticos, baseados em experiências, sintomas e superstições. Não adiantava alimentar a imaginação. O resultado só era conhecido ao final de nove meses, depois de o bebê "dar as caras" e mostrar suas "credenciais".

O resultado das eleições também era angustiante incógnita. Candidatos se apresentavam, como hoje, mas os mediadores de opinião eram escassos e inseguros. As mudanças de cenário aconteciam, sem que pudessem ser convenientemente avaliadas. Certeza da vitória, só depois de concluída a contagem manual dos votos; coisa aflitiva, que parecia uma eternidade.

O ultrassom, com cem por cento de acerto, desvendou o segredo do ventre materno. Com poucos meses, agora, sabe-se se o bebê é "ele" ou "ela". 

A tecnologia abreviou as incertezas e trouxe economia para os pais, que podem fazer a escolha das cores adequadas do enxoval.

No campo político, a eleição também assumiu outro ritmo. Com as pesquisas de opinião e o advento da urna eletrônica, o resultado é facilmente presumível, quando não imexível. Não há mais aquela longa e emocionante espera pela proclamação dos vencedores; a apuração acontece em questão de horas.

Além do acerto das pesquisas, da agilidade na apuração, as eleições municipais do último 7 de outubro trouxeram um novo ingrediente: a Lei da Ficha Limpa. 

Assim, nos mais de 5 mil municípios quase 3 mil candidatos tiveram o seu registro questionado ou impugnado pela Justiça Eleitoral. Some-se a isso, que a primeira eleição da Ficha Limpa ocorreu sob o impacto do julgamento do Mensalão, no Supremo Tribunal Federal.

Em plena maré de ética na política brasileira, o Tribuna Amapaense traz aos seus leitores uma edição especial: a relação dos vereadores eleitos em Macapá; e uma análise dos bastidores da inusitada disputa, em segundo turno, pela administração da capital, entre o prefeito Roberto Góes (PDT) e o vereador Clécio Luis (Psol). 

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