segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Meio Ambiente: Eles estão matando você



por Gabriel Fagundes

O processo de urbanização que uma cidade sofre, seja capital ou não, decorrente dos investimentos públicos e privados que objetivam o seu desenvolvimento, acarreta consequências positivas e negativas para sociedade que nela vive. Em Macapá, já não é novidade que o número da frota de veículos em circulação pelas ruas da capital aumentou significativamente nos últimos anos, fato que pode ser explicado pelos "descontos" que o preço dos veículos tem tido com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), por exemplo, e que pode ser evidenciado quando se observam os primeiros indícios de engarrafamentos, típicos das metrópoles brasileiras, nas principais vias da cidade.

Esse fato, quando analisado numa época em que as discussões sobre meio ambiente, desenvolvimento sustentável e afins, nos leva a encontrar um fator negativo do processo de urbanização: com o aumento do número de veículos, cresce também a emissão de gases danosos à atmosfera e ao ser humano, como o monóxido/dióxido de carbono.

Uma pesquisa divulgada em 2011 pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), mostra que a emissão de gás carbônico por veículos automotores aumentou 283% em 30 anos no Brasil. De acordo com outro estudo do British Heart Association (Associação Britânica do Coração), da Inglaterra, divulgada no Portal R7, a exposição recorrente à fumaça de veículos aumenta o risco de se ter um ataque cardíaco. A pesquisa mostra ainda que quanto maior a exposição maior o risco, que é calculado cerca de seis horas depois de se respirar a fumaça, de acordo com o professor Jeremy Pearson, diretor-médico da British Heart Foundation, autor do estudo. Ele explica que isso acontece porque a poluição pode engrossar o sangue e causar coágulos no órgão. "Nós aconselhamos aos pacientes que se foram diagnosticados com algum problema cardíaco que tente evitar passar muito tempo em locais onde há altos níveis de poluição de carros, como os próximos a ruas muito movimentadas", informa o médico, de acordo com informações do Portal R7.

Agravante
Um fator agravante que pode ser facilmente observado nas ruas de Macapá é a permanência e circulação de veículos muito velhos, especialmente caminhões, que são os que mais emitem gases perigosos à saúde. "No caso de um veículo a diesel, pelo fato de ocorrer a formação de fuligem, quanto mais negra for a tonalidade da fumaça, maior também a emissão de poluentes. Mas não é somente com o motor em funcionamento que o veículo polui. Mesmo com o motor desligado, ocorre a evaporação de combustível pelo respiro do tanque e sistema de carburação do motor e grande parte destes vapores é lançada na atmosfera. Individualmente as emissões de um veículo é pequena. Entretanto, a concentração de milhares de veículos, fato que ocorre nas grandes cidades, gera toneladas de poluentes por dia", explica o artigo intitulado "Poluição do ar por veículos automotores", dos engenheiros de segurança José Luis A. Assumpção, Osvaldo Luis Gonçalves Quelhas, Gilson Brito Alves Lima e Oscar Erthal de Souza.

A solução
Para solver o problema da poluição do ar maléfica à saúde humana gerada pela crescente frota de veículos na cidade de Macapá e da circulação de automotores sucateados, verifica-se a necessidade de organização das vias da capital pelos profissionais da engenharia de trânsito para que não ocorram engarrafamentos que possibilitem o acúmulo dos gases tóxicos na atmosfera. Além disso, como propõe o já citado artigo "Poluição do ar por veículos automotores", "a melhoria da qualidade do ar que respiramos não depende apenas de uma instituição e sim de uma ação conjunta de diversos órgãos e atividades que podemos citar: melhoria da qualidade dos laboratórios de teste das montadoras e das entidades ambientais governamentais (para efeito de fiscalização), do desenvolvimento de tecnologia dos motores e equipamentos e melhoria do combustível".

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