"Eu me sinto satisfeito de ter contribuído com o futebol e com a imprensa"
por Fabiana Figueiredo
O Atleta do Passado desta semana também fez parte da era de ouro do futebol amapaense (década de 70), juntamente com os irmãos Espírito Santo, Léo Furtado, Castelo, Bill e muitos outros; Aldemir Furtado França, 59 anos, foi um marco na história pela sua contribuição com o futebol.
Tendo o primeiro contato com o futebol aos 8 anos na Igreja Nossa Senhora da Conceição, no Bairro do Trem; iniciando na categoria cruzada, depois no pré-juvenil e, em seguida, no juventude oratoriana do Trem (JOTE). Logo depois, Aldemir França recebeu um convite para jogar no Ypiranga Clube, na categoria juvenil e fora neste time que começou a colecionar, aos 16 anos, os títulos que hoje mostra com orgulho. Em 1972, o Ypiranga foi campeão do Campeonato Amapaense e Aldemir estava no meio do time juvenil. Em 1973, já como titular, o atleta garantiu o título para o clube na 1ª divisão do Campeonato Amapaense.
Em 1974, Aldemir foi transferido para o Esporte Clube Macapá, onde teve uma das maiores atuações. No mesmo ano, o Macapá foi campeão amapaense; Aldemir também foi campeão pelo time nos anos de 1978 e 1980.
Também pelo Macapá, em 1975, Aldemir participou do Copão da Amazônia, na primeira edição da Taça da Integração da Amazônia, em Rondônia. Na competição, garantiu o título para o E. C. Macapá. "A maior lembrança que eu tenho do futebol foi de quando nós fomos campeões do Copão da Amazônia. Nós chegamos aqui, tínhamos reconhecimento de outros times, então eu acho que essa é uma lembrança da maior consagração que o futebol amapaense já teve", relatou.
No E.C. Macapá, Aldemir permaneceu até meados de 80. Depois foi para o MV-13 Esporte Clube, onde se consagrou vice-campeão do Campeonato Amapaense em 1981. Dois anos depois, o Atleta do Passado voltou ao Ypiranga, e no próximo ano [em 1984], encerrou a carreira no E.C. Macapá, aos 35 anos, pois acredita que o corpo já estava debilitado e sem grande atuação dentro de campo.
Olhando sua vida futebolística, ele lembra que o E.C. Macapá o levou para todos os Estados da Amazônia e também para a Jamaica, onde teve dificuldade de relação com os nativos, mas que aprendeu muito. Ele também chegou a receber convites para jogar no Pará, mas, como ele mesmo diz, "sou amapaense da gema mesmo e de coração".
Ele enfatiza dois treinadores que marcaram sua vida: "Chefe Humberto e Aluízio Brasil, que me ajudaram muito". Sobre as dificuldades, ele revela que teve que deixar várias coisas de lado para conseguir subir na vida e permanecer no futebol. "As dificuldades eram muitas porque eu tinha de aliar trabalho, estudo, futebol e ainda cuidar da família", diz.
Como ponta esquerda e, em seguida, meio-campo, Aldemir lembra principalmente do time de base do Macapá. "Léo furtado, Bill, os irmãos Marco Antônio, Assis, Aroldo Santos, Aldo e Bira, nós formamos um time praticamente imbatível".
Comentarista
Os amigos Nariz, Aldo, Aldemir França, Dodoca, Bira, Carioca e Ademir Pena (Ferrão) no Estádio do Zerão |
Ainda em seu último ano de atleta, Humberto Moreira, grande radialista que narrava os jogos relacionados ao Estado do Amapá, convidou Aldemir para comentar um jogo. "Fui pra lá, comentei o Copão da Amazônia em 1985. E então me convidaram pra trabalhar na Rádio Difusora, onde fiquei 10 anos. Fiz programa de televisão também, como comentarista de futebol", lembra Aldemir.
Em 2001, o ex-atleta foi morar em Belém, mas voltou 6 anos depois para ajudar o pai que estava com problemas de saúde. Nesse tempo, Aldemir recebeu um convite "para arrumar o Ypiranga e resgatar tudo o que tinha no passado do clube; hoje sou o diretor-administrativo financeiro".
Aldemir finaliza aconselhando os novos garotos que pretendem entrar e/ou crescer no mundo do futebol: "Nunca deixe um cavalo arreado passar na sua frente sem você pegá-lo e seguir em frente. Porque no futebol, as oportunidades aparecem muito rápido, você tem que segurar com firmeza e seguir junto com elas".
Nenhum comentário:
Postar um comentário