sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Editorial - Edição 332

O poder e o dinheiro

As duas coisas estão associadas e para ser ter o poder econômico, precisa-se do poder político e consequentemente do ideológico. Assim, dominando essas três formas de poder se tem o controle de uma sociedade. O paradoxal de tudo isso é que na democracia representativa sobre a qual estamos submetidos o povo é o poder. Em nome dele e pra ele que o poder deve ser exercido. Mas ao analisarmos nossa história desde a República - no Império era pior - isso fica apenas no plano das teorias. Na realidade, se governa para grupos. É assim a séculos e não vamos mudar esse comportamento do homem.

O governador Camilo Capiberibe se elegeu em meio a um tenebroso acontecimento que foi deflagrado com a égide de varrer do Amapá a corrupção. A chamada "Operação Mãos Limpas". Foi um festival de sirenes e prisões. Pessoas e famílias foram expostas para todo o Brasil.

Mas e hoje o Amapá mudou? Claro que não! O que está acontecendo com a licitação da Secretaria de Educação do Estado fica claro a direção de um evento público da contratação de serviços de vigilância para as escolas do Estado, que deveria ter critérios isonômicos e rigorosos em seu edital, mas que na verdade foi marcado por um festival de erros grosseiros. Empresas irregulares e outras sem as mínimas condições de concorrência fizeram parte do certame, sem que lhes fossem exigidos documentos que lhe habilitassem conforme o tosco edital exigia. Ficou claro o objetivo.

Na realidade o Amapá durante o advento da "Mãos Limpas" serviu de "bode espiatório" para emblematizar o combate a corrupção no Brasil. Quando foi conveniente o presidente Lula citou o Amapá como um exemplo de combate rigoroso contra a corrupção. 

Hoje ele considera o julgamento do mensalão um julgamento político. É que os corruptos agora são seus aliados que habitavam o mesmo teto do Palácio do Planalto em Brasília e pior, bem ao lado do seu gabinete. Lá José Dirceu um ícone da resistência a ditadura nos idos de 60 comandava um dos maiores escândalos de corrupção do País. A compra das consciências dos representantes do povo e da federação.

Quando a gente mergulha fundo na história do Brasil, entendemos porque Lula e sua trupe classificam a condenação dos envolvidos no mensalão como julgamento político. É que José Serra e Pedro Malan que comandaram o Programa Econômico de Recuperação do Sistema Financeiro Nacional que socorreu os Bancos falidos desviaram R$ 112 bilhões dos cofres públicos. Isso sob a batuta de um dos maiores sociólogos do planeta, Fernando Henrique Cardoso. Ora, porque Serra e Malan deveriam ser presos. Delfim Neto e Ernane Golvea não foram quando operaram para o Coroa Brastel e desviaram outros tantos bilhões para salvar este grupo econômico.

Este é o Brasil. Gigante pela própria natureza. Impávido colosso que possui um povo maravilhoso que agüenta todos esses ladrões a sangrar nossas riquezas sem dó nem piedade. 

E no Amapá as falcatruas são operadas por amadores que parecem ter certeza de que tudo podem e, portanto, não se preocupam minimamente em maquilar tecnicamente suas obtusidades administrativas. A Pregoeira da SEED tentou elaborar uma errata e publicou uma dispensa de licitação da Saúde. Em outras erratas fez correções nos lotes e não divulgou datas. Quem achou o soneto ruim, não tinha ouvido a emenda. Uma magistrada em caráter limitar afirmou  que isso era um equívoco tão somente que não prejudicava o conteúdo do evento. E a vida segue pachorrenta no Arraial de São José de Macapá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...