"Vou consolidar a cooperação e parcerias entre o município e os Governos Estadual e Federal, e fortalecer a parceria com a bancada federal, realizando um levantamento com o diagnóstico da prefeitura para ser apresentado a eles, para assim resolver os problemas de nossa cidade".
por Reinaldo Coelho

Para o novo prefeito eleito de Macapá, Clécio Luis, acabou a campanha, o palanque já está desmontado, agora é “arregaçar as mangas” e começar a trabalhar na reconstrução de Macapá. Clécio disse que fará a "reconstrução" de Macapá. "Faremos uma reconstrução do município e vamos precisar de todo mundo, nosso governo será transparente e popular. É tempo de resgatar a autoestima e a confiança do povo na política, que não se dará só pelo prefeito, pelos políticos, mas também pela participação popular”.
Leia a entrevista do prefeito eleito ao Tribuna Amapaense:
Tribuna Amapaense - A coligação que o senhor representou teve a adesão do DEM, PSDB, PC do B, PTB e até do PSTU. Assim como o PSB em última hora. Esses partidos terão participações diretas no seu governo, ocupando cargos na PMM?
Clécio Luis - A Coligação "Unidade Popular" inclui Psol, PCB, PPS, PV, PMN, PRTB e PTC. A aliança feita com PSDB e DEM ganhou o apoio no segundo turno dos dois principais partidos líderes, tais como Davi Alcolumbre e Papaléo Paes. Não discutimos a adesão desses partidos ao governo, o apoio deles não está vinculado a isso. Eles apenas querem que o projeto que combateram no primeiro turno não continue, aceitamos inclusive acolher algumas propostas pragmáticas do programa do candidato Davi Alcolumbre (DEM).
TA - Mas, com certeza, eles irão passar o "recibo" pelo apoio?
CL - Para ganhar as eleições é preciso fazer alianças; no segundo turno não há coligação, nem alianças formais. Os candidatos do DEM e do PCdoB fizeram uma campanha que também reivindicava mudanças, então foi natural que eles declarassem apoio a mim. Não tinha como eles baterem no atual prefeito e apoiá-lo no segundo turno.
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Prefeito eleito Clécio Luis, seu vice Alan Salles (PPS),e o senador Randolfe Rodrigues, festejando a vitória |
TA - E o apoio do PSB? Antes o partido tinha emitido uma Carta aos Macapaenses, cobrando posição ideológica do PSOL para poder apoiá-lo no 2º turno. A resposta foi um silêncio sepulcral da parte dos pesolistas. Em seguida, eles deram espontaneamente este apoio. Haverá participação deles no seu governo?
CL - Nossa caminhada começou devagarzinho, no pátio das casas, foi crescendo e ganhou corações e mentes dos eleitores que compreenderam a nossa proposta. Porém, sozinhos não teríamos conquistados essa vitória. O apoio da militância do PSB na reta final do segundo turno foi muito importante, pois todo apoio é bem vindo.
TA - A gestão de Roberto Góes frente à prefeitura de Macapá trouxe inúmeros benefícios nas áreas de educação, saúde e transporte coletivo. O senhor manterá esses programas como, por exemplo, a Escola Viva?
CL - A nossa vitória nas urnas não representa a interrupção do que já está sendo feito e garanto que darei continuidade aos projetos executados pela administração de Roberto Góes. Não queremos assumir no dia 1º de janeiro para interromper ou acabar com o que está sendo feito. Um exemplo será a manutenção de projetos que oportunizam a entrega de kits escolares e alimentação nas escolas.
Plano Emergencial
TA - No último debate na TV Amapá, o senhor foi categórico em afirmar que existe um Plano Emergencial para os primeiros 100 dias de seu governo. Como ele está sendo elaborado e como será executado?
CL - No plano emergencial para os cem primeiros dias vai ser priorizada a saúde, limpeza urbana e transporte coletivo. Vamos colocar os postos de unidade de saúde para funcionar, comprar medicamentos e contratar mais médicos; voltar a limpar a cidade, fazer coleta regular de lixo e reorganizar o transporte coletivo de Macapá com novos ônibus e itinerários. Vamos arrumar a casa.
TA - O senhor como vereador tem na Câmara Municipal de Macapá o Orçamento Municipal para 2013 para ser votado, podendo, antes de assumir, eliminar todos os obstáculos e adaptá-lo aos programas de seu Plano de Governo. Vai acontecer isso?
CL - Vou aproveitar o término de meu mandato de vereador para garantir um orçamento equilibrado da Prefeitura de Macapá para 2013. Nossa projeção do orçamento do município de Macapá para o ano que vem é algo em torno de R$ 515 milhões.
O valor representa um crescimento de 2,38% em relação ao orçamento de 2012, de R$ 503 milhões. Um orçamento de R$ 515 milhões é insuficiente para "reconstruir" o município de Macapá. Nesse contexto, além dos recursos próprios, vamos retomar imediatamente a cooperação com o Governo Estadual e acessar aos recursos federais.
TA - A maior dificuldade na gestão de Roberto Góes frente à PMM foi a negação do Governo Estadual em firmar parcerias para ajudar na execução de atividades a fins que beneficiasse Macapá. O senhor tem certeza que não acontecerá isso na sua administração, principalmente por vir pregando a independência?
CL - A parceria com o governador Camilo Capiberibe é fundamental para a manutenção de serviços essenciais, como o asfaltamento da cidade e a limpeza urbana. Do mesmo modo, vamos consolidar a parceria com o Governo Federal, além de garantir a aplicação efetiva dos recursos oriundos de emendas parlamentares da bancada federal.
TA - É promessa a de campanha da realização de concurso público, com a finalidade de diminuir os cargos comissionados da administração municipal. Isso acontecerá logo nos primeiros 100 dias de sua administração?
CL - A realização de um concurso público amplo para todas as áreas da administração municipal é uma das prioridades. Após o diagnóstico da estrutura atual da Prefeitura de Macapá, vamos preparar um concurso público amplo que não ocorre há oito anos na capital. O objetivo é suprimir, ao máximo, os cargos de confiança e os contratos administrativos que têm sido usados de forma paliativa. O concurso público será balizado pela demanda de servidores em cada área da administração e terá como parâmetro a Lei de Responsabilidade Fiscal que fixa em 60% o gasto máximo com pessoal da Prefeitura de Macapá e da Câmara Municipal.
Transição (Entrevista aconteceu na 4ª feira (31/10)
TA - Como e quando acontecerá a transição?
CL - Ainda não conversei com o prefeito Roberto Góes para montar o governo de transição. Porém ouvi uma entrevista dele em uma rádio onde serenamente estabeleceu que ele e a sua equipe estejam à disposição da nossa equipe e em fazer uma transição tranquila. Com sua experiência, o prefeito Roberto Góes tem muito a colaborar na transição para organizarmos o plano emergencial dos 100 primeiros dias da nossa administração.

CL - Eu e o vice-prefeito Allan Sales (PPS) convidamos o economista Charles Chelala para assumir a coordenação da equipe de transição junto a Prefeitura de Macapá. Na quinta-feira (01/11), pela manhã, foi protocolado na PMM o Pedido de Transição, solicitando reunião com o prefeito Roberto Góes (PDT).
TA - Quais foram suas orientações ao coordenador Charles Chelala para compor a equipe de transição?
CL - Recomendamos que a equipe de transição fosse composta com critérios eminentemente técnicos. O coordenador Chelala considera que o grupo deva conter, no máximo, oito nomes, podendo contar com consultores externos em áreas específicas.
TA - O senhor já tem nomes para o seu secretariado?
CL - Estamos estudando caso a caso e de acordo com a situação das secretarias e coordenadoria veremos um nome técnico e capaz para assumi-la. Queremos destacar que os que compõem a equipe de transição não são necessariamente nomes para a equipe de governo.
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