Recente pesquisa do IBOPE, divulgada pelo Jornal "O Estado de São Paulo", aponta que, no final de 2012, 56% dos brasileiros diziam não ter nenhuma preferência partidária, contra 44% que apontavam preferência por alguma legenda. Segundo essa matéria, no início da redemocratização do país apenas 38% das pessoas declaravam não ter um partido da sua preferência, enquanto 61% apontavam um partido favorito.
A rotinização da democracia no período posterior à redemocratização, a série de escândalos políticos, a crise de representatividade dos partidos políticos e os fatores históricos que diminuíram a polarização ideológica entre os partidos - como a queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética - são possíveis razões levantadas pela matéria para explicar esse alto índice de brasileiros apartidários.
Sem prejuízo dessas razões, gostaria de colocar mais uma para reflexão: o desgaste dos partidos políticos nas gestões administrativas de cidades, Estados e Governo Federal no período após a redemocratização.
Nesse período, os cidadãos puderam conhecer, além do discurso, a prática dos partidos na gestão de prefeituras, governos estaduais e federal. Os partidos que apresentaram resultados concretos de melhoria da qualidade de vida da população têm maior preferência, na mesma proporção dos resultados alcançados.
Não é à toa que o PT aparece bem à frente do segundo (PMDB - 6%) e do terceiro (PSDB - 5%) colocado, com 24% da preferência dos entrevistados, em outubro de 2012. Nos anos de 2003 e 2010, em que o Governo Lula teve altos índices de avaliação positiva, essa preferência chegou a 33%.
A pesquisa mostra que a tendência dos cidadãos é ter simpatia pelos partidos que conseguem melhorar a qualidade de vida da população, independentemente do posicionamento ideológico.
É por isso que o PT aparece com uma boa preferência. A população brasileira reconhece no PT um partido que obtém resultados positivos nas gestões de municípios e Estados, mas principalmente nos dez anos de Governo Federal.
Essa constatação deve servir de alerta para os dirigentes dos partidos políticos do Estado do Amapá. Por não perceberem isso, PDT e PT, por razões diferentes, estão definhando no Estado. O PSB, depois de longa temporada fora do poder, teve uma nova chance - com um julgamento preliminar em 2012 - e terá o seu julgamento decisivo em 2014. Por sua vez, o PSOL, embalado pela boa avaliação do Senador Randolfe Rodrigues e pelo desgaste das outras candidaturas, conquistou a Prefeitura de Macapá e passa a ser observado pela população no quesito competência executiva para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Precisa ficar claro o que a pesquisa indica: para os cidadãos não importa se o prefeito e o governador são aliados ou inimigos políticos, eles precisam atuar em conjunto para melhorar a vida das pessoas, respeitando suas competências constitucionais, ou serão trocados na hora do julgamento eleitoral, por falta de competência executiva.
No fundo, os cidadãos não estão preocupados se os poderes administrativo e político estão sendo fatiados entre os aliados do governo, querem é ver a educação dos seus filhos funcionando com qualidade e suas ruas com saneamento básico, sinalizadas, asfaltadas e limpas.
Não importa se os aparelhos de raio-x, ultrassonografia, mamografia, de anestesia ou de exames laboratoriais são do patrimônio estatal ou se são de empresas terceirizadas, o que eles querem é que os serviços de saúde pública funcionem com qualidade.
Por curiosidade e para conhecer quem é quem na luta política, a população acompanha as brigas, as fofocas, os debates ideológicos, mas na hora de escolher o partido da sua preferência - e na hora de votar - sempre prevalecerá o partido que tiver produzido os melhores resultados positivos para a melhoria da sua qualidade de vida. Se alguém duvida disso, aguarde 2014!
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