"Me sinto realizado por ter chegado tão longe"
por Fabiana Figueiredo
O Atleta do Passado desta semana é um grandão de 2,07m do Basquetebol brasileiro: o Pivô Daniel Rachel Davis, com 38 anos de idade, hoje se orgulha da bela carreira que tem como jogador de basquete.
"Nasci na Guiana Francesa, mas sou filho de Macapá". Assim se define Daniel Davis, que veio morar na capital amapaense aos 2 anos, e aqui cresceu na pacata cidade pérola da Amazônia. Filho de Josefina Laplitior Davis, brasileira, e de Raphael Maurício Defrel, martinicano, de família tradicional em Macapá, Davis teve seu primeiro contato com os esportes aos 8 anos, quando jogava vôlei com o professor Alaor.
Quando tinha 11 anos, Davis conheceu o basquetebol e o handebol na antiga Escola GM onde estudava. Este foi seu passo inicial para, então, jogar em vários times: no Amapá Clube, com o prof. Ernesto; Esporte Clube Macapá; Guarany Esporte Clube; e São José.
Ao completar 15 anos, Davis foi disputar o Campeonato Brasileiro Juvenil de Basquete, no Estado do Espírito Santo; uma viagem inesquecível. "Eu estava participando do Campeonato. Lá, a Confederação constatou que eu tinha dupla nacionalidade, eles acharam que a minha documentação era falsa e eu tive que comprovar. Acabei não participando dos jogos, fiz apenas o aquecimento, e na raiva, eu comecei a cravar de todo jeito nos treinos, pulava de vários jeitos. Foi, então, que o técnico da Seleção Paulista acabou vendo e gostando do meu jeito, e me chamou para ir jogar em São Paulo; falamos com a minha mãe e fui", conta.
Foi em São Paulo que Davis começou a destacar-se entre os meninos de sua idade, e de onde tem orgulho de ter jogado. Pelas categorias juvenil e adulto, Daniel Davis pode jogar durante um ano pelo Ravelli Franca Basquetebol; depois, mais um ano pelo Banespa/Jales; mais dois anos pelo time de Guarulhos, com o técnico Marcel, da Seleção Brasileira; e atuou também no Esporte Clube Pinheiros.
Surgiu, então, o convite para jogar na Europa, através de um Agente, espécie de "olheiro". Davis foi contratado por dois anos no time Fuenlabrada, na Espanha.
Depois retornou ao Brasil, e jogou durante um ano em Bauru-SP. Foi parar também na França, jogar meia temporada (seis meses). De volta ao Brasil, Davis jogou em Angra dos Reis-RJ, "foi meu último clube profissional, encerrei a carreira com 28 anos", ressaltou.
"Eu digo que não vou mais jogar, mas acabo contribuindo um pouco com o basquetebol. Até porque é bom passar um pouco dessa experiência que eu tive", comentou Davis. Realmente, ele não parou aos 28 anos. Jogou no time do São José durante vários anos, e depois atuou pelo time do CNPJ, E. C. Macapá, Santana Esporte Clube, e está há dois anos no Meta.
Conquistas
Davis foi Pentacampeão do Campeonato Paulista por diferentes times, nas categorias de base. Pela categoria adulta, foi Campeão Paulista por Franca; Campeão de Clubes e Vice-campeão paulista por Jales; Campeão do Campeonato Aberto e 3º lugar no Campeonato Paulista pelo time de Guarulhos. Jogou também nos Jogos Estudantis Brasileiros (JEB's) pela Seleção Paulista, campeões e vice-campeões em dois anos. Pela seleção Brasileira, ele se lembra de um título importante conquistado no Campeonato Sul-americano Juvenil, na Argentina. A Copa Norte também tem participação do nosso atleta: três títulos pelo São José; um pelo Santana, outro pelo CNPJ, um pelo Macapá, e segundo lugar pelo Meta - segundo o próprio jogador, este último campeonato é o que ele mais participa, até hoje.
O Basquetebol, "por ser um jogo de contato e de raciocínio rápido", acabou destacando Davis porque sempre foi um jogador de perfil desse tipo de esporte. "É um esporte que não transforma só um craque, ele também ajuda o homem e a mulher a se tornarem uma pessoa melhor, e percebi isso tanto no cenário nacional quanto no exterior".
Além do reconhecimento, o jogador pode ter também uma boa educação ao jogar em São Paulo. Não se esquecendo das raízes amapaenses, que sempre lhe ajudaram em sua carreira.
"Para o basquetebol não tem idade, tem em todas as categorias, desde o mirim até o máster. Se a pessoa tiver disposição, joga até 70 ou 80 anos. Quero dizer, que a nossa cultura converge para o futebol, mas peço que os jovens procurem os clubes e as escolinhas, jogar basquetebol para que a gente possa entrar no circuito nacional. E só entraremos se os jovens começarem a se interessar. Porque é da juventude que vamos colher bons frutos".
"Eu vejo que o basquetebol na minha vida foi um sonho realizado. Me considero um vencedor, me sinto realizado por ter chegado tão longe", conclui.
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