segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Futebol Amapaense: Quais estádios temos para as competições?



por Reinaldo Coelho

O Amapá está participando de dois campeonatos nacionais, a Copa Brasil e o Brasileirão Série D, além do Estadual Profissional, o Amapazão, que, não maioria dos outros Estados, já estão na semifinal e aqui nem estádio temos para competir.

As três principais praças esportivas do Amapá - o estádio Glicério de Souza Marques, "O Glicerão"; o Estádio Milton Corrêa, "O Zerão", em Macapá; e o Estádio Augusto Antunes, em Santana - estão sem condições de receber as equipes locais, imaginem as nacionais, como é o caso da escrete do Goiás que disputará a Copa do Brasil com o Oratório Recreativo Clube no dia 10 de abril.

Glicerão
O Glicério Marques, nosso mais antigo estádio de futebol, virou campo para todos os torneios; o gramado está totalmente destruído, a arquibancada está interditada pelo Corpo de Bombeiros, as obras de ampliação estão paradas, nos vestiários dos atletas se verifica a existência de enormes formigueiros; banheiros danificados e sem atendimento condigno para receber as torcidas e crianças. O Glicério Marques, mais velho que o estádio do Maracanã, continua impávido com a mesma cara deixada pelo ex-governador Janary Nunes. Uma reforma foi iniciada e está apenas com o esqueleto, sendo destruído e o dinheiro público indo junto com as enxurradas do tempo. 

De acordo com o atual administrador do estádio, William Anaice, o Pixote, a Coordenadoria Municipal de Desporto e Lazer (Comel) que é a responsável pela velha arena está agilizando a recuperação para receber o primeiro jogo da Copa do Brasil, no dia 10 de abril e mais os jogos do campeonato estadual. "Uma equipe de 15 pessoas trabalha no campo. Uma empresa está revitalizando as arquibancadas, e a CEA efetuou os serviços de recuperação dos refletores", resumiu Anaice.

Augusto Antunes
Outro importante equipamento esportivo do Amapá, o estádio Augusto Antunes, recebeu o mesmo tratamento de outras praças esportivas: o abandono. O acesso àquela arena é difícil, motivado pelas crateras, e com as chuvas, transformadas em lagos. É promessa do prefeito de Santana Robson Rocha, regularizar essa situação; isso é bom, pois em Santana sedia dois grandes clubes amapaenses e de grande torcida que os prestigiam: o Independente e o Santana Clube.

Outra situação que poderá sanar o déficit das arenas de futebol é o Vilelão, que está também entregue à própria sorte e com uma infraestrutura muito boa e que de acordo com o prefeito Robson Rocha está nos planos da prefeitura entrar em reforma e passar a sediar jogos em Santana e sua localização favorece, pois fica no centro da Vila Maia.

Zerão
O maior estádio de Macapá, o Zerão, construído onde passa a linha imaginária do Equador, já tem 22 anos de criação e está sem condições de sediar jogos de futebol, ainda patina no término das obras ali realizadas, é a mais longa novela da construção e reforma de uma arena de futebol no Amapá, são mais de seis anos.

O Zerão começou mal, foi inaugurado incompleto, os sucessivos governos do Estado não se sabe se por falta de recursos para manter um estádio deste porte, ou simplesmente for falta de interesse não deram a devida atenção ao mesmo. O estádio chegou a fechar e não recebeu mais jogos porque a estrutura já estava tão deteriorada e tão mal cuidada que não tinha mais condições de receber nenhuma partida. E assim o que seria o principal palco do futebol amapaense permaneceu fechado, esquecido e praticamente abandonado por vários anos.

Desde 2007, mais precisamente, várias ações estão sendo tomadas para reconstrução do estádio, e agora aparentemente o projeto não somente de reforma mas de ampliação e modernização do Zerão parecem caminhar a passos largos.

A estrutura metálica para receber a cobertura e arquibancada está sendo instalada. As cabines de imprensa, vestiários e banheiros estão em fase de acabamento. Está faltando a colocação dos refletores nas torres de iluminação. O engenheiro da Secretaria de Infraestrutura (Seinf), Pedro Campos, declarou que a cobertura é a parte mais complicada da obra, pois é necessário mão-de-obra especializada e que aqui não temos. "A estrutura metálica é o serviço mais pesado que temos, é um serviço minucioso que requer prática de um profissional capacitado específico para a área de soldagem", explicou o engenheiro.

O estádio tem capacidade para cinco mil pessoas sentadas e a obra está estimada em R$ 11,5 milhões. Quanto ao prazo de entrega da obra, a empresa responsável é cautelosa, pois um dos fatores que complicam a execução dos serviços é a mão de obra. "Temos de fazer a capacitação dos profissionais, treinamentos para que os serviços sejam bem executados. Preferimos não trabalhar com prazos, pedimos para a o população ter paciência. Estamos fazendo um serviço minucioso e seguro", declarou.



 Enquete 
Osmar Marinho, Diretor de Futebol do Trem Desportivo Clube
"Temos essa preocupação com referencia aos estádios que deverão sediar o Amapazão e os jogos nacionais. Por isso, achamos precipitado o início do Estadual em 15 de março. Sugerimos aguardarmos mais um pouco, pois o Vilelão em Santana poderá voltar a receber jogos. Podemos ter jogos também no CT do Trem que estamos terminando de concretar a arquibancada".

Raimundo Tupã Duarte, Presidente do Ipiranga Clube
"Nós temos batido nesta tecla, não criticamos a FAF, mas como é realizado o estadual. Todos os anos têm um campeonato rápido sem condições, pois falta infraestrutura. Não temos um bom gramado, banheiros, e nem uma boa arquibancada para receber as famílias. Fizemos um jogo em Santana, em 2012, contra o Paysandu, a iluminação no Augusto Antunes é precária, e o gramado não presta. Qualquer chuva, o campo alaga. O Glicério pode receber uma partida de futebol, porém, para um campeonato, não aguenta". 

Luciano Marba, Presidente do Santos Futebol Clube
"O que eu vejo é que tem que haver um comprometimento tanto da PMM quanto do GEA, pois já passaram vários prefeitos e governadores e ninguém fez nada. Um dia vai ser solucionado, pois sou daqueles que esperança é a ultima que morre. Acho que para o meu filho de 8 anos, que um dia pode ser presidente do Santos, poderemos ter um estádio bom no Amapá".

Arlindo Moreira, Presidente do Oratório Recreativo Clube
"No Glicério Marques, a Comel está realizando uma revitalização no gramado e na arquibancada é um dificultador. O Zerão não vai estar pronto, pois a "previsão" é para junho. Vamos ter que encarar o Goiás naquele campo que tem lado cruel para a equipe visitante que acaba nos favorecendo, pois os campos em condições ruins prejudicam a equipe mais técnica, e em tese o Goiás é mais técnico que o Oratório. Essa é a nossa situação, mas vamos à luta".


Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...