segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

PMM inicia o "remendo" nas ruas de Macapá

por Reinaldo Coelho

Plano Emergencial da Prefeitura remendas as ruas. “Não é o ideal”, diz o prefeito


Avenidas e ruas de Macapá estão parecendo um “queijo suíço”, devido à grande quantidade de buracos que se formaram e pioraram durante este inverno. Não precisa andar muito pela cidade para se deparar com verdadeiras crateras que estão gerando transtornos aos proprietários de veículos.

A Prefeitura Municipal de Macapá (PMM) decretou Estado de Emergência no município, e uma das áreas a serem atendidas foram as vias esburacadas da Capital. Na última quinta feira (21), a Secretaria Municipal de Obras (Semob) começou em três frentes o serviço de tapa buraco. 

O prefeito Clécio Luís declarou à reportagem que, no primeiro momento, a ideia é fazer o serviço emergencial para amenizar o problema. Após o inverno, será realizado um trabalho mais efetivo e com maior durabilidade, realizado pela Semob que está movimentando as três frentes de trabalho para atuar na operação de emergência e amenizar um problema que vem se arrastando há anos.

De acordo com o secretário da Semob, Elder Fábio do Carmo, o serviço será feito com qualidade, usando um novo tipo de asfalto frio, que permite ser empregado mesmo após fortes chuvas, com fácil aplicabilidade e rapidez. “Serão três equipes trabalhando, as duas primeiras serão executadas pelos servidores da Semob e a terceira é da empresa Manary, que fornecerá 400 toneladas de asfalto, como parte do pagamento de débito junto a prefeitura”, esclareceu o secretário.

Prefeito Clécio Luis acompanha o
serviço de tapa-buraco nas vias de
Macapá
Inicialmente, o serviço de tapa buracos será implementado nas principais vias do centro da cidade e de bairros mais próximos, onde o fluxo de veículos é maior. São vias como Cândido Mendes, Padre Júlio, Tiradentes, São José, Leopoldo Machado, Jovino Dinoá, Eliezer Levy, Hamilton Silva, Hildemar Maia, Santos Dumont, Timbiras, Mato Grosso, Guanabara, dentre outras.

Para Clécio Luís, este serviço que está sendo executado não é o ideal e nem de sua vontade fazê-lo, pois é jogar dinheiro pelo bueiro. “Vamos fazer esta operação durante todo o período invernoso, porque a malha viária da cidade está toda comprometida, mesmo que tampássemos todos os buracos em um único dia, no outro ressurgiriam, ela tem que ser totalmente trocada”.

Prosseguindo, o prefeito disse: “A operação tapa buraco não é a ideal, eu não gostaria de estar fazendo esse serviço. Porque é jogar dinheiro fora e era só isso que vinha sendo feito em Macapá durante muitos anos. Temos que sair dessa lógica que ‘tapa buraco’ é emergencial. O que queremos fazer é a reposição asfáltica”.

Parceria GEA/PMM
“No verão, estaremos aplicando outra técnica com outro tipo de asfalto, fazer requalificação asfáltica”, estabelece o prefeito e detalha que a parceria do GEA-PMM acontecerá mais concretamente em outras obras que estão sendo estudadas e montadas o planejamento junto com os técnicos do governo e do município. “Com referencia ao tapa buraco, o governador Camilo Capiberibe está estudando como irá participar. Ele já estabeleceu que realizará no época do verão, vinte quilômetros de requalificação asfáltica, que é muito importante, pois serão obras perenes”.
Situação das ruas e avenidas de Macapá
Entretanto, o prefeito ressalta que vai precisar do apoio do governo nessa etapa emergencial, “para ver se antecipamos o processo de tapa buraco e todos os bairros de Macapá sejam contemplados”.

Insumos
Os serviços emergências de tapa buraco utilizarão asfalto produzido e aplicado a frio. Cem toneladas serão usadas na primeira fase e 300 toneladas na segunda fase, que terá inicio nesta segunda-feira (23).

Em dez dias, estará desembarcando em Macapá o asfalto adquirido através uma Licitação que foi feita em Pregão Público, em Brasília, já com preço estabelecido, a prefeitura aderiu à ata e adquiriu pelo mesmo preço. “Será da empresa Vale do Aço, cuja tecnologia de aditivos permite a sua aplicação mesmo em dias de chuva, o chamado CBUQ-ITA-F. Desse novo produto serão usados 200 toneladas durante a terceira fase da operação tapa-buraco”, explicou o secretário da Semob.

Uma outra Licitação deverá acontecer para a aquisição de um novo produto fornecido por outra instituição. “No dia 27, quarta-feira, nós teremos uma reunião com a Petrobras em Brasília com a presença do senador Randolfe Rodrigues (PSOL) que está articulando este contato”, disse o prefeito.

Custos
Os custos desse serviço somarão mais de R$ 2 milhões, de acordo com o prefeito. O produto que está sendo adquirindo chegará pronto para ser aplicado. “Ele tem custo maior, porém, quando você dilui com todo o trabalho de usinagem, o serviço de fabricação e aplicação da outra tecnologia, esses custos se equivalem. É um recurso que se eu pudesse não utilizar dessa forma eu faria. Eu entendo que é necessário, pois está gerando muito prejuízo para população e é uma causa de acidentes”, explica Clécio Luís.

A nova tecnologia a ser usada é a chamada “asfalto-frio”. Fabricado em alta temperatura com tecnologia de aplicação à temperaturas baixas, o que garante melhor compactação do material. O asfalto pode ser aplicado mesmo após fortes chuvas, resiste à umidade, o que promove a redução de custo de mão de obra e garante mais economia.

De acordo com o prefeito de Macapá, a péssima qualidade do asfalto usado nos últimos anos na capital é um dos principais motivos da proliferação de buracos. “Com a chegada do inverno eles só pioraram”, explicou Clécio. “Queremos alternativas mais eficientes que apenas usar a chamada ‘borra’, já que sabemos que esse problema é antigo”, completou.


Opiniões
Para o Urbanista Alberto Tostes, esse serviço que vem sendo executado, como tapa-buraco é jogar dinheiro fora. “Ele apenas ameniza as dificuldades durante o período invernoso, as vias em Macapá são conhecidas como ‘couro de Jacaré’, a trepidação é intensa. São anos e anos de remendo, não há mais vida útil da pavimentação, apenas a recomposição de algo que não oferece mais nenhuma qualidade”, esclareceu o urbanista.

Marcos Alves, Oficial de Justiça, disse à reportagem que ainda não dá para ver um resultado positivo ou negativo desse serviço que começou a ser executado. “Pois, para quem utiliza o carro no dia a dia, como eu, que sou Oficial de Justiça e trabalho na rua. Entra prefeito e sai prefeito e o único serviço é esse, quando as chuvas voltam, começa tudo de novo. Será que vai mudar?”

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