Operação Comendadores
Pagamentos indevidos levam a prisão
procuradores do estado
Reinaldo Coelho
Da Reportagem
Mais uma vez o delegado titular da delegacia Especializada no
Combate aos Crimes Contra a Fazenda Pública (Defaz), Leandro Leite, solicitou a
justiça a prisão de servidores públicos envolvidos e esquemas escusos contra o
sistema financeiro estadual. Dessa vez foram dois procuradores do estado
Orislan de Souza Lima e André de Carvalho Lobato e de um advogado trabalhista,
Jean Dias que são acusados de autorizarem pagamentos indevidos na Justiça do
Trabalho para servidores do Caixa Escolar Estadual, a ação foi denominada
“Operação Comendadores”.
Delegado Geral do Policia Civil Tito Guimarães |
O delegado Geral da Policia Civil Tito Guimarães e o delegado Valcelis
Almeida que presidiu a oitiva com os acusados em substituição ao delegado
Leandro Monteiro Leite que está viajando para fora do estado. De acordo com o
delegado geral a acusação é de desvio de cerca de R$ 40 milhões do Estado, em
um esquema que envolvia acordos judiciais em Varas do Trabalho de Macapá. As
verbas teriam saído da UDE – Unidade Descentralizada de Execução da Educação –
ligadas aos Caixas escolares do Estado para pagamentos de indenização por
insalubridade, a serventes e merendeiras.
A Defaz que já realizava a investigação há seis meses pediu a
prisão provisória dos Procuradores do Estado Orislan de Souza Lima e Andre de
Carvalho Lobato, assim como do advogado trabalhista Jean Dias e a Juíza
Substituta da 1ª Vara Criminal Fabiana Oliver autorizou. O procurador Orian
Souza e o advogado Jean Dias foram presos na terça-feira (26) a tarde e o procurador Andre Lobato que se encontrava em
Belém (PA) ficou de se apresentar a DEFAZ.
Delegado Valcelis Almeida |
Os
dois acusados presos foram ouvidos pelo delegado Valcelis Almeida, que
substitui o titular em seu impedimento, no comando do processo. Além da
presença de seus advogados estivem no local o Procurador Geral do Estado do
Amapá, Antônio Kleber de Souza Santos.
Após
serem ouvidos na sede da Defaz, localizada na Delegacia Geral de Polícia Civil,
Orislan Souza e Jean Dias, foram encaminhados para a Politec aonde fizeram
corpo de delito. Em seguida, foram apresentados no Instituto de Administração
Penitenciária (Iapen), porém, por conta de prerrogativas legais, acabaram sendo
transferidos para o Quartel do Corpo de Bombeiros e da Policia Militar,
respectivamente.
Advogado Jean Dias um dos acusados |
Acusações
Os dois promotores são acusados de autorizar a Justiça do Trabalho
a sequestrar recursos do Fundo de Particpação do Estado (FPE) para pagar causas
trabalhistas, inserindo o governo do Estado do Amapá como devedor solidário
para pagamento de indenização por insalubridade de serventes e merendeiras do
Caixa Escolar.
De acordo com as informações prestadas a imprensa pelos advogados
dos acusados, Doutor Maurício Silva
Pereira advogado de Jean Dias e doutor
Alessandro Dias dos promotores, era grande o número de pedidos indenizatórios
junto a Justiça Trabalhista onde foi realizado um acordo de unificação de
pagamento de valores em uma média de R$ 10 mil cada. E esse acordo foi
autorizado pelos procuradores sem autorização do Procurador Geral e do
Governador do Estado.
A Justiça do Trabalho através dos juízes de suas quatro varas
trabalhistas do Amapá entenderam que serventes e merendeiras não tem direitos
as indenizações já que não foram atingidos pela convenção coletiva do Sindicato
de Asseio e Conservação do Amapá e esse era o mesmo entendimento do Tribunal
Regional do Trabalho, mais mesmo assim o acordo prosperava.
O advogado dos procuradores, Alessandro Dias, |
O advogado dos procuradores, Alessandro Dias, diz que os acordos
tinham autorização do governo. “Os documentos que temos, comprovam que os procuradores cumpriam
ordem do governador e do Procurador Geral do Estado”.
Para o advogado de Jean Dias, Maurício Silva
Pereira as acusações são falsas e as
prisões precipitadas, e afirma: “se trata de ações movidas
contra o Estado com valores entre R$ 20 e R$ 25 mil e que o acordo teria
reduzido em até 50% o montante que deveria ser desembolsado pelo governo o que
reduziu a cifras que variavam entre R$ 5 e R$ 10 mil.”
Em cima deste questionamento, Pereira disse não haver a
possibilidade da existência de desvio ou prejuízo à Fazenda Pública. O advogado
finalizou dizendo que já entraria providenciando o Habeas Corpus do cliente. “Só deve acontecer prisão preventiva quando existe uma ameaça a
ordem publica, risco de fuga do réu. Estão sendo presos três profissionais do
direito em um situação controvertida que
vai ser melhor esclarecida. Entendemos que essa prisão é ilegal”
Advogado de Jean Dias, Maurício Silva Pereira |
Uma das situações que a investigação, pois as claras foi a amizade
pessoal do procurador Orlean Souza com o advogado Jean Dias, que tem em sua
banca 95% das mais de 400 causas e levando 30% das ações ganhas na justiça
trabalhista. Segundo a policia quando era servidor da Justiça do Trabalho
respondeu a um processo administrativo disciplinar por ter favorecido o
advogado Jean Dias em uma causa.
O governo estadual já pagou mais de R$ 40 milhões em indenizações
por insalubridade desde Março de 2012, nas quatro varas trabalhistas do Estado.
Foram depositadas cerca de R$ 600 mil
reais por mês. Recentemente a Justiça do Trabalho seqüestro R$ 6 milhões dos
cofres do governo amapaense.
Os acusados irão responder por peculato e corrupção passiva, porem
a policia continua as investigações sobre o destino do dinheiro após a
liberação pela Justiça do Trabalho.
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