sexta-feira, 19 de abril de 2013

"Nós achamos, que existe muita reclamação contra a atuação do poder público no trato com os problemas dos jovens. Porém, temos de olhar dentro de casa a família, pois, somos nós que ensinamos os primeiros passos a esses jovens, formatamos o seu caráter, ensinamos o caminho a seguir para saberem se encontrar em meio à sociedade". Francisco e Maria de Nazaré Quintela do Carmo


A Editoria do Pioneiris
mo dessa semana foi 
buscar um casal de educadores que chegou ao Amapá em busca de estudo, trilhou o sacerdócio do magistério e passou a seus filhos e alunos a educação formativa e de caráter, procurando orientá-los para serem membros de uma sociedade voltada para o bem, eles são: Francisco e Maria de Nazaré Quintela do Carmo. Acompanhem a história deles.

A  história do setentão  Francisco Quintela do Carmo, começou  em Afuá (PA), onde nasceu, filho de Raimundo Airosa do Carmo e Ana Quintela do Carmo - os pais eram embarcadiços e agricultores de sobrevivência. Até os nove ano de idade permaneceu no roçado das ilhas afuaenses ajudando os pais. Seus genitores  por necessidade de colocar os nove filhos para estudar e não ter escola onde residiam,  se mudaram para   Macapá. Pois, seu Raimundo Airosa teve conhecimento que o governo do recém-criado Território Federal do Amapá, estava recrutando mão de obra, para ajudar na construção da nova unidade administrativa da União. O agricultor não perdeu tempo e fez uma troca: seu barco por uma residência localizada no então bairro comercial de Macapá, e apresentou-se ao então governador Janary Nunes e passou a atuar na Olária Territorial produzindo tijolos para as obras do governo territorial.

Luta para estudar
Porém, um acidente no caminhão de transporte de tijolos, levou o senhor Raimundo Airosa a se afastar dos serviços e posteriormente veio a falecer. Ficando viúva Ana Quintela, passou a depender dos serviços prestados pelos seus rebentos , entre eles, Francisco Quintela, que atuou de jornaleiro a vendedor de roupas. "Os meus irmãos mais velhos, estudaram pouco e logo se casaram. Eu tinha 13 anos e passei a ajudar minha mãe a terminar de criar meus três irmãos caçulas João, Manoel e Antônio. Porém minha meta era estudar e me formar em uma universidade, estudei na Escola Barão do Rio Branco e Alexandre Vaz Tavares onde conclui meu Ensino Fundamental e depois realizei meu colegial no Colégio Amapaense e prestei vestibular na Universidade Federal do Pará (UFPA) para o Curso de Letras e onde fiquei até me formar", conta Francisco.

O encontro dos corações
Neste ínterim, o destino colocou no caminho de Francisco, a paraense Maria de Nazaré Castro, que nasceu em Belém (PA), e em uma visita à Macapá, de férias,  conheceu o seu futuro esposo. Filha de Francisco Almeida  e Maria Correa Castro  era a sexta filha de uma prole de 16 irmãos. "O meu pai trabalhava em um laboratório e completava a renda como motorista de ônibus, o que recebia dava somente para a alimentação, então todos tinham que dar sua contribuição, para podermos comprar material escolar e roupas. Ao vir para Macapá, de férias, minha tia que me hospedou, sugeriu que eu ficasse aqui para poder estudar. Foi o que eu fiz, terminei meu segundo grau no Colégio Comercial do Amapá, (hoje EE Gabriel de Almeida Café) e ao mesmo tempo trabalhava como caixa nas antigas lojas Casas Pernambucana".
Nesse mesmo período, Francisco Quintela, já com 19 anos, trabalhava na Farmácia Hernani ao lado das Lojas Pernambucanas, foi ai que começou o namoro entre eles. Porém, com a ida dele para Belém para fazer o ensino superior, veia a separação, mas juraram esperar um pelo outro, e mais uma vez o destino interferiu. "O meu gerente em Macapá, foi transferido para a filial de Belém e me convidou para ir trabalhar com ele. Uni o útil ao agradável, pois a minha família ali morava, assim como o Quintela e lá chegando fui pedida em casamento, sai do emprego e passei a me dedicar a ajudá-lo a montar nossa família", conta Nazaré.

Em paralelo aos estudos, Quintela que já lecionava em escolas estaduais e privadas, o que o impulsionou ao casamento. Nazaré Quintela ressalta que teve de deixar o emprego, pois a empresa não aceitava funcionárias casadas. "Logo que ele se formou, viemos embora para o Amapá, pois era mais fácil se empregar aqui, por ser Território Federal e na década de 70 éramos governados pelo General Ivanhoé  Martins, que de imediato contratou o Quintela como professor. Retornei aos meus estudos e me formei em História, seguindo a carreira do magistério. Trabalhei 31 anos, somente dois em sala de aula, pois, tinha especialização em Deficiência Mental, e a SEED não possuía técnicos nesse segmento. Passei a coordenar, dentro do Ensino Especial, o setor   de minha especialização. O Quintela, em sua carreira de educador, atuou no IETA (como professor e depois vice-diretor);no Ginásio de Macapá, Sebastiana Lenir, Azevedo Costa e em seguida dentro da Secretaria de Educação (SEED) onde chegou a ser o titular da mesma". 

Vida de casados
Depois de 43 anos de casados e com três filhos e nove netos, os Quintelas orgulham-se de todos estarem formados e com profissões definidas. “Nossos filhos: Clésio Castro do Carmo, é professor de Matemática e advogado; a Crissi Castro do Carmo, professora de Letras e o Glauber Castro do Carmo, militar e formado em Tecnólogia em Redes e possuimos uma filha do coração: Natalia Ferreira da Silva, que é formada em Administração”.
Mesmo aposentado, o casal se uniu e criou uma Clinica de Tratamento Alternativo: Terapia de Biomagnetismo. "Fizemos o Curso de Biomagnetismo no Chile, que é uma técnica para tratamento, através de imãs para cura de pessoas acometidas por doenças e agora trabalhamos junto com nosso filho Clésio", explica. 

Trabalhando e criando uma juventude do bem
Em relação aos jovens, o casal dedicou-se totalmente, tanto no âmbito profissional quanto famíliar. Eles deram aos filhos uma educação voltada para o caminho do bem, transmitindo os valores de caráter, honestidade e respeito ao ser humano. "Os nossos filhos todos estudaram em escola pública e tínhamos bons professores graças a Deus, tivemos sorte nisso. E a educação que demos a eles, pedimos que repassassem aos seus filhos, pois são valores que dão retidão ao caráter de qualquer ser humano".
É grande a preocupação do casal com referencia a violência, envolvendo e sendo práticada, pelos jovens. "Nós achamos que existem muita reclamação contra a atuação do poder público no trato com os problemas dos jovens. Porém, temos de olhar dentro de casa a família, pois, somos nós que ensinamos os primeiros passos a esses jovens, formatamos o caráter, ensinamos o caminho a seguir, para saberem se encontrar em meio à sociedade. Foi isso que passamos aos nossos filhos e alunos, e sempre pedimos que eles repassem aos seus filhos e netos, assim contribuiremos com a diminuição da violência entre os jovens. Se deixarmos solta sua família e seus filhos, ninguém conseguirá afastá-los da criminalidade", finalizam os Quintela.

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