sexta-feira, 26 de abril de 2013


  1. O Tribuna avisou
  2. UNIMED/Macapá abre falência


Jamille Nascimento
Da Reportagem

Em Setembro de 2011, o Tribuna Amapaense usou as páginas desse semanário para denunciar a falta de respeito e os desvios financeiro por parte da UNIMED/Macapá. Saímos na frente com uma "bomba", que na época já dava sintomas de que seria fatal. 

Nesse período a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) começou a cobrar dos planos de saúde o prazo para atendimento dos convênios médicos, a resolução determina que os planos garantissem aos pacientes uma condição mínima de atendimento na espera de serviços indispensáveis, regulamentando prazos de, por exemplo, uma semana para consultas básicas; exames específicos de cardiologia e oncologia duas semanas e para exames de alta complexidade, quimioterapia e radioterapia, três semanas.



Como já era esperado a UNIMED/Macapá não conseguiu entrar nas normativas estabelecidas pela ANS obrigando assim a agência tomar uma providência definitiva para facilitar a vida de usuários que pagavam um serviço caro e não eram retribuídos por partes da cooperativa. A decisão contida no Diário Oficial da União (DOU) de n° 1.399 no dia 28 de março deste ano dizia que a UNIMED possuía condições "econômicas-financeiras e administrativas graves que colocam em risco a continuidade ao atendimento à saúde", por isso obriga que a UNIMED cumpra dentro de 30 dias a alienação de 38 mil carteiras de plano de saúde, entre eles os servidores do Tribunal de Justiça do Estado do Amapá remanejando esses usuários para outro plano. A ANS também determinou que a operadora suspenda a venda de novos planos ou de qualquer produto relacionado.

O rombo financeiro da empresa beira R$ 20 milhões, só de encargos devidos à  prefeitura de Macapá gira em R$ 5 milhões. Segundo a diretoria da UNIMED essa dívida chegou a esse montante devido às mudanças impostas pela ANS.
A UNIMED funciona em Macapá há 27 anos com 186 médicos para atender uma demanda de 38 mil usuários. É uma equação que não tem como funcionar são exatamente 204 pacientes para cada médico atender. Agora imagine uma fila diária de 204 pessoas esperando esse atendimento, e o que é pior tendo que pagar preços altíssimos por isso.  

Data
A resolução determina que a cooperativa inicie a transferência dos usuários até o dia 28 de abril de acordo com o art. 10 da RN N°112 do dia 28 de setembro de 2005, que estabelece a alienação da carteira das operadoras de planos de assistência à saúde, e dá outras providências e o artigo 9º, § 4º, da Lei 9.656/1998, que estabelece procedimentos a serem observados nos inquéritos administrativos aplicados à liquidação extrajudicial das Operadoras de Planos de Assistência à Saúde. 

A pergunta que fica é se a UNIMED sofreu tantos abalos pela falta de competência administrativa e pelo descontrole na venda de planos, proporcionando uma demanda maior que a oferta do serviço. Como outra operadora conseguirá absorver essa quantidade de usuários? 

Esse problema foi detectado há anos atrás por nossa reportagem, mas infelizmente fomos interpretados por alguns de maneira errônea, nos levando a um embate judicial com um médico da cooperativa, pelo simples fato de defender o interesse da população e divulgar isso de maneira neutra.

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