sexta-feira, 26 de abril de 2013


Porto de Santana
Camilo diz que sem a participação do Estado o porto “quebra”

Roberto Gato
Da Editoria

Mais uma situação de litígio se estabelece no Estado, a partir das ações intempestivas praticadas pelo governador Camilo Capiberibe, que tenta tirar o controle acionário do Porto de Santana das mãos do município.
O prefeito Robson Rocha (PTB), não gostou nem um pouco da forma como o governador Camilo vem tratando o assunto, e já demonstrou que não quer sentar a mesa com o Estado para tratar do tema, nos moldes em que interessa ao governo estadual.
Em entrevista concedida a imprensa, Camilo afirmou que, o prefeito Robson Rocha e o presidente da Companhia Docas de Santana, foram convidados pela Secretaria Nacional de Portos e eles se fizeram ausentes. "Eu considero uma descortesia você ser convidado por um ministro, e não ir e nem mandar um representante. Temos que ter responsabilidade e maturidade. Com esse gesto o prefeito demonstra dificuldade em trabalhar com os seus discursos, antes era política, agora é gestão. O governo do Estado tem um compromisso com o Ministério dos Portos e vamos fazer os projetos para desenvolver o Porto de Santana."
Camilo criticou ainda a falta de investimento no Porto e afirmou que essa atitude só demonstra que ele nunca foi importante para o Estado. Camilo insinuou que Robson tem muitos outros assuntos de urgência que precisam ser resolvidos no município, como asfaltamento, tapa buracos etc., e diz que não se deve cobrar do município, mas sim da União. 
Ele lembrou que em 2011 em uma reunião do Fórum dos governadores, um representante da CD/Pará apresentou um programa mais competitivo, montado pela Confederação Nacional das Indústrias, onde mostrava todos os portos e toda a logística da Amazônia, para apoiar o desenvolvimento do Brasil, e o Porto de Santana não estava lá. Para Camilo isso demonstra que o porto não era olhado como algo importante para o Estado do Amapá, pois, não valorizava aquele porto. Não se pode conceber, na visão de Camilo, um porto fora de um programa de logística. Sem infraestrutura como cobrar investimentos do setor privado? E sentenciou: "Isso é uma vergonha. Protestei e demonstrei a importância do Porto e que ele não é crucial só para o município de Santana, mas, para todo o Estado. São milhares de empregos que podem ser criados, se houver abertura para investimentos".
Camilo anunciou que no dia 08 de maio a equipe da Secretaria dos Portos estará no Amapá para coletar e apresentar estudos das tratativas com a CDS para ampliação do Porto daquele município. "O compromisso que assumi na parceria com a Secretaria de Portos, com o prefeito de Santana e o presidente da CDS é que  vamos  inscrever o Projeto do Porto no PAC e brigar a partir de hoje para conseguir desenvolver o projeto, já temos o dinheiro para o porto, e todos sabem o que aconteceu, não foi investido e o atraso foi imposto de dez anos para o Amapá e Santana".
O economista e membro do Conselho de Autoridade Portuária, Jurandil Juarez, afirma que é preciso que as pessoas compreendam que  área portuária e porto são coisas distintas. Quem fala da inadequação do porto não o conhece. O Porto de Macapá e Santana está perfeitamente adequado a necessidade da economia amapaense. O Conselheiro diz que o Porto trabalha com uma capacidade ociosa de 90%. É sentencia: precisamos é de carga.
Jurandil afirma que o Porto precisa de tudo menos de desavença. "O Porto é da União e a administração por concessão é da Companhia Docas de Santana, portanto, o controle acionário tanto faz ser do Estado ou do município, isso não altera em nada a propriedade do Porto". Com relação à vontade de investir aventada pelo governador, Jurandil afirma que se o governador quer realmente ajudar, invista na recuperação da Claudomiro de Moraes, que é uma Rodovia estadual e fundamental para entra e saída de veículos para o Porto.
Jurandil diz que o porto tem píer, equipamentos, pátio para movimentação de containeres e tudo em bom estado de conservação, o que o estado não tem é estrutura administrativa para gerenciar empreendimentos de natureza produtiva. O governo acabou com a CODEASA, SENAVA e os Hotéis e não administram a ferrovia.
Para finalizar, Jurandil afirmou, que o Poder Público tem acento num dos órgãos deliberativos mais privilegiados do Porto de Macapá e Santana, o Conselho de Autoridade Portuária. Lá tem acento os trabalhadores, empresários (usuários), o governo federal e o município, quem está ausente é o estado por não fazer sua indicação.
Jurandil finaliza afirmando que o Estado deveria respeitar a posição do município de Santana.

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