“Trabalhamos muito, lutamos
muito, o nosso objetivo era educar os filhos, para que eles e elas tivessem
seus primeiros maridos e esposas que é o emprego. E sempre se falava em casa
que deveríamos ser uma corrente, e que fosse difícil desmanchar. E ate hoje
esta corrente continua. Todos trabalham, são casados”.
Antonio
Pinheiro dos Santos e Maria Josefa Blanc dos Santos (Risoleta)
Clevelândia do Norte é um
distrito pertencente ao município de Oiapoque. Em 24 de março de 1919 é criada
uma Colônia Militar pelo governo federal, nesta localidade nasceu um dos nossos
Pioneiros. Esta semana iremos contar a História de Antonio Pinheiro dos Santos
que veio ao mundo em 27de Junho de1929. É sua esposa Maria Josefa Blanc dos
Santos (Risoleta) macapaense. O pai alagoano era sargento do exercito brasileiro
e foi escalado para servir em Clevelândia e comandar o destacamento do exercito
brasileiro em Santo Antonio, bem em frente a São Jorge da Guiana Francesa. Relembrando os fatos de seu nascimento o
pioneiro Antonio narra que: “Foi lá que eu minha irmã Nair Pinheiro dos Santos
(falecida) nascemos. Ficamos aproximadamente um ano e depois meu pai foi transferido
para Vigia (PA) onde se aposentou. Reformado abriu um comercio, depois um salão
de festa, que não deu certo, era Alagoano de sangue quente, não tinha
paciência. Ficamos em vigia uns 9 a 10 anos”.
Antonio conta que estudou pouco, “meu
pai comprou uma canoa a vela e íamos junto fazer viagens pelo interior como
Marapanim, Maracanam, marretando (fazendo vendas). Depois fomos pra Belém onde fui
trabalhar numa fabrica de botão, com caroço de jarina, tinha que descascar o
caroço, passava num óleo, mas o dinheiro que eu ganhava não dava pra nada.
A esposa
Maria Josefa Blanc dos Santos é
conhecida como Risoleta, ela tem 74 anos e narra que a vinda de Antonio para
Macapá se deu pelo convite do primeiro governador do Amapá Janary Nunes. “O meu
sogro veio a convite do Janary Nunes e veio trabalhar e trousse a família. O
Antonio ao servir o exercito foi destacado para Clevelandia do Norte em Oiapoque .Meu sogro voltou pra Alagoas e já
estava doente e faleceu em João Pessoa , mas todos ficaram aqui”, conta.
“Eu fui à menina dos olhos da
minha sogra, eu sempre fui à nora que ela sempre sonhou. Temos mais de 30 netos
e duas bisnetas. Ainda tenho uma filha que eu criei, que é a filha do amor”,
conta sorrindo.
Risoleta narra que o encontro dos
dois seu deu quando deu baixa do exercito e voltou para Macapá. “Quando voltou
do Oiapoque nos conhecemos, uma amiga me convidou pra ver um jogo de futebol no
Glicério Marques, foi lá que nos conhecemos. Conversamos muito. Aqui na época
era difícil conhecer gente de fora, simpática. Cada um achava que ia namorar
comigo, mas ele me chamou mais atenção. Por ser tímido, educado, respeitador,
eu estava com 14 anos e ele 23 anos. Um ano depois casamos construímos nossa
família, temos 11 filhos trabalhamos muito, lutamos muito, o nosso objetivo era
educar os filhos, para que eles e elas tivessem seus primeiros maridos e
esposas que é o emprego. E sempre se
falava em casa que deveríamos ser uma corrente, e que fosse difícil desmanchar.
E ate hoje esta corrente continua. Todos trabalham, são casados”.
A profissão do Antonio foi de
Ferreiro ( funcionário de ex- território), depois que se aposentou abril uma
oficina em casa, os filhos ainda precisavam terminar de se formar;. “Graças a
Deus todos se formaram. Eu sempre fui dona de casa, e costurava também. Ele
nunca me deixou trabalhar ele é muito ciumento. Eu já fui pros Estados Unidos,
ele tem medo de fazer viagens longas, ele já viajou pro nordeste todo”, conta
Risoleta.
Família católica, e em janeiro de
2014 o casal Antonio e Risoleta vão entrar na Igreja pela terceira vez, “vamos
fazer nossa festa pra comemorar os 60 anos de casados se eu não entrar de branco
na igreja vai ser de lilás. Se Deus quiser.
Para o casal hoje o estado ainda
é um lugar para viver bem, “Tem os problemas sim, saúde, política,mas ainda
conseguimos sobreviver, tem pessoas boa de coração, como o Padre Paulo que está
na frente do IJOMA. Hoje é mais fácil comprar um kilo de carne, antes era
difícil. Podia se ter dinheiro mais tinha que entrar numa fila. Cozinhei a
lenha, carvão, porque as coisas aqui era muito difícil, e a gente nunca estava
cansada, hoje o jovem vive morto de cansado, não se pode mandar fazer nada. Que
estão sempre cansados. Hoje tudo é fácil para se criar um filho, tem fralda
descartável, mamadeira instantânea, carinho. Apesar de tudo éramos e somos
felizes.
Dona Risoleta acredita na
educação e na religião, seja qual for. “A pessoa que se encontra com Cristo
jamais será vencida, Deus em primeiro lugar em nossa vida, compreensão, sente
converse, tenha dialogo, isso é muito importante, até hoje temos os nossos desentendimentos,
mas ai conversamos. Antonio está com 83
anos ainda dirige, ele toma mais conta de mim do que eu dele, o mundo precisa
ter paz , e família pra ter uma estrutura melhor, tem que ter amor pra dar, e se não tiver amor
e caridade, não existe um mundo melhor”.
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