"Até agora não recebi, diretamente, qualquer repúdio de partidários contrários à participação no governo. Ao contrário, recebemos manifestações entusiasmadas ante a possibilidade de participar de um plano governamental, fato não experimentado pelo PSDB nos últimos anos. Acho que a esperança de crescimento é o sentimento reinante no ninho tucano" -Deputado federal Luiz Carlos (PSDB/AP)
Reinaldo Coelho
Da Reportagem
Esta semana estaremos entrevistando o deputado federal pelo PSDB Luiz Carlos. O parlamentar amapaense esta cumprindo seu primeiro mandato legislativo (2011/2015) conduzido a Câmara Federal por 10.945 votos. É 2º vice-presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania - CCJC e de diversas comissões especiais, como a que trata da PEC 111. O deputado amapaense assumiu a presidência do Diretório Estadual do PSDB no início do mês de maio, com a saída das lideranças da sigla tucana no Amapá. Já tendo declarado seu apoio à administração do governador Camilo Capiberibe (PSB). A reportagem entrevistou o deputado Luiz Carlos através de E-mail encaminhado ao seu gabinete em Brasília, que de imediato atendeu e respondeu as perguntas, acompanhe:
Deputado Luiz Carlos - A política é dinâmica e mudança faz parte do teatro de operações. Vão os anéis, permanecem os dedos. Tanto Jorge Amanajás quanto MichelJK contribuíram com o partido enquanto desejavam e saíram por vontade, são pessoas por quem guardo carinho e respeito. A saída de lideranças afasta alguns e atrai outros, que, eventualmente não comungavam com os anseios dos que saem. O que desejamos é construir um partido orgânico e reunir pessoas que dividam conosco os ideais tucanos mesmo que não visem eleições ou mesmo cargos eletivos, formação de grupos políticos. Partidos políticos não são propriedades e tem vida própria independente de quem os comanda ou do numero de mandatos que constituiu. Desejamos sorte aos que se desfiliam. A politica é assim. Em 2014 estabeleceremos metas ideais para aumentar o numero de cadeiras de Deputados Estaduais, Federais, Senador e, em 2016, Vereadores e Prefeitos. A discussão das eleições Majoritárias nunca foge dos nossos objetivos, reflexo de um partido da envergadura do nosso.
TA - O senhor está na sua primeira legislatura, ao se eleger em 2010, contou com o apoio dos que hoje saíram do partido, o senhor tem garantias de reeleição pelo PSDB em 2014?
LC - A pergunta remete a outra pergunta: Alguém tem garantia de reeleição? O que devemos avaliar com presteza, que eleições se fazem com parcerias de mão dupla. Fui apoiado e também apoiei bastante eleitos e não eleitos em 2010. Na caminhada política, a meu ver, conceitos e afirmações absolutas são deveras perigosas. Fui apoiado pelo PSDB e também por várias lideranças de outros partidos que conosco dividem um trabalho dedicado à sociedade amapaense. A reeleição passa, creio, pela avaliação do povo, do eleitor acerca do trabalho do representante. Será isso que oferecerei aos amapaenses como justificativa à reeleição: o meu mandato. Tento desenvolver minha atividade dirigindo ações de resultado coletivo e que ajudem a transformar a vida da população do Amapá. Faço isso através da busca de recursos a serem investidos em setores sensíveis das comunidades como a organização do trânsito, a saúde em municípios, em segurança pública e atenção aos servidores públicos. Mas, no fim das contas, quem decide é o povo, ele é soberano.
TA - Consta do noticiário politico que ao assumir o Diretório Estadual do PSDB estará participando do governo do PSB, é verídico? E em que condições isso acontecerá?
LC - Meu mandato hoje integra a base do Governo do Estado. Assim o faço por convite do Governador que confiou desenvolvermos ações que coincidem com nossos ideais de fazer crescer o Amapá. Não se trata de ocupar esse ou aquele cargo, mas de poder influenciar em atos práticos que ajudem no avanço da sociedade, da economia, do tecido social. Sempre tive desejo em fomentar o crescimento do Estado a partir do campo por crer que o Amapá tem esse potencial. É um desafio que remete à possibilidade de acrescer no Estado mais pessoas fixadas ao campo e que tais, vejam no Estado, o ente que ajuda a avançar. Desenvolvimento do Estado através de ações que fomentam atividade econômica do setor primário, essas são as circunstâncias.
TA - Após manifestação de apoio à administração do governador Camilo Capiberibe, teria tornado insatisfeitos antigos companheiros que o apoiaram para a Câmara Federal, não só pela "adesão branca" ao PSB, mas também porque teria em seus planos lançar um irmão dele, em 2014, para deputado estadual. E isso mesmo?
LC - Até agora não recebi, diretamente, qualquer repúdio de partidários contrários à participação no governo. Ao contrário, recebemos manifestações entusiasmadas ante a possibilidade de participar de um plano governamental, fato não experimentado pelo PSDB nos últimos anos. Acho que a esperança de crescimento é o sentimento reinante no ninho tucano.
TA - Já deu inicio a reformulação no partido que agora irá adotar uma gestão mais participativa e de valorização de seus filiados? O novo diretório do PSDB segue a campanha de filiação e já se prepara para as próximas ações do partido que visa movimentar os diretórios municipais e trabalhar as articulações para as eleições de 2014.
LC - Seguimos em programa de filiação. A meta agora é de fazer formação política e conceitual nos novos e antigos filiados. Estabelecer agenda e pauta de reuniões periódicas do Diretório Regional, fortalecer os movimentos temáticos como a juventude e movimentos das mulheres tucanas e, claro, começarmos a debater 2014. Temos que mudar a forma de pensar, quando a pratica adotada não está mais trazendo resultados para todos. Reformular e transformar é preciso- e é isso que nós vamos fazer, transformar o PSDB em um partido de maior representação, pautados sempre no diálogo e no entendimento.
TA - Com referência a PEC 111, como está a situação dessa emenda no Congresso Nacional?
LC - Encontra-se aguardando acordo para pauta da votação do 2º turno na Câmara. O governo federal tem sido deveras intransigente no lidar com os servidores dos extintos Territórios. Com o Amapá, mais duro ainda. Mas todos os membros da Bancada seguem em batalha firme, cada um no seio de seu partido, ajudando na negociação. A expectativa de todos é que na semana do dia 15 de maio a PEC 111 vá a pauta. Esforçaremos-nos pra isso como também lutaremos pela aprovação.
TA - O acidente no porto da Anglus Ferrus levou a criação de uma Comissão Externa (CEXAMAPÀ) para acompanhar as ações e medidas que possam envolver a empresa Anglo Ferrous Amapá Mineração Ltda, o Estado do Amapá e União Federal, para reconstrução do Porto de Minério da ICOMI e demais danos oriundos do grave acidente ocorrido no Estado do Amapá, em 28/03/2013. Em que pé está o trabalho da comissão?
LC - A comissão segue seus trabalhos com pauta de sessões, ouvindo a todos os entes, empresas e pessoas envolvidas no fato. Tanto órgãos governamentais quanto pessoas ligadas às vitimas já foram ouvidas. Aliás, esse é o foco principal, atenção ao povo. Sejam as vítimas seja a população e empregados, eles são o objetivo do trabalho da comissão. Na construção do relatório tentaremos, junto com todos os membros, a busca de elementos para contribuir para a manutenção das atividades, evitar demissão em massa, inibir mais danos aos empregados e também a todos atingidos pela atividade.
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