Com vergonha de Deus
“… Meu Deus! Estou confuso e
envergonhado, para levantar a ti a minha face…”(Esdras 9:6)
Queridos leitores, estamos vivendo dias escuros e sombrios, os
perigos nos rondam por todos os lados, inseguranças e incertezas nos apavoram;
a sociedade pós-moderna, com sua imprevisibilidade, nos espanta; o governo e
sua indiferença nos causa pavor; a cristandade naufraga em um caos espiritual e
teológico, nos deixando quase sem esperança. Entretanto, a vida continua,
devemos em detrimento a tudo isso, continuar firmes “olhando para o Autor e Consumador
da fé” (Hb 12.2).
Apesar de cristãos, não estamos imunes aos combates e
intempéries da vida, que trazem aflições, dores e apertos no coração, que vão
de problemas no casamento à crises financeiras e ministeriais, bem como tantas
outras áreas, nos deixando perturbados.
O versículo de Esdras retrata enfaticamente sobre aqueles
que “estão em falta com Deus”, estão aflitos e com o coração apertado. Foi uma
declaração de Esdras feita após o exílio babilônico. Os judeus haviam retornado
a Israel depois de décadas de cativeiro na Babilônia. O objetivo deles era a
reconstrução do Templo bem como dos muros da cidade sob a égide de Esdras e
Neemias. Eles deveriam também restaurar o sacerdócio, o culto ao Senhor e a
observância da Lei, trazendo assim paz e harmonia à nação.
Porém, não foi bem isso que aconteceu: eles estavam
negligenciando todos esses afazeres, desprezando a Lei, retardando a
reconstrução do Templo, promovendo casamentos mistos (com mulheres não judias),
enfim, estavam andando em total desacordo com a vontade de Deus, ignorando
assim o próprio Deus!
É nesse cenário que aparece Esdras, um dos seus líderes, que
apesar de não participar diretamente desses pecados, fazia parte dessa nação,
eram seus familiares, por isso Esdras se pronuncia – diante de Deus – em oração
representando o seu povo e a si próprio dizendo: “Meu Deus! Estou confuso
e envergonhado, para levantar a ti a minha face…”
Um dos maiores fardos que um homem pode ter no coração, uma
das maiores angústias da alma é aquele terrível dilema da mente: “estar em
falta com Deus”!
Muitos de nós estamos vivendo essa realidade: quantos erros
temos cometido? Quantas faltas, pecados, rebeldias, desleixo e omissão nas
coisas de Deus e para com o próprio Deus temos cometido? O que nos leva a uma
profunda vergonha. Por tudo isso nos tornamos como Esdras, são tantas decepções
que damos a Deus, que não conseguimos levantar o próprio rosto para os céus.
Nós fazemos como o filho pródigo: passamos uma fase da vida
sem dar conta do lamaçal que estamos envolvidos – passando muitos dias, meses e
até anos – convivendo nesse estado precário, sem nos darmos conta do mesmo, mas
de súbito, somos tomados por um choque de realidade: onde estou? O que estou
fazendo? Aonde isso vai parar? Então, um profundo pesar vem ao nosso coração!
Que este texto desta semana, queridos, venha ser um
instrumento para reflexão de suas vidas. E se você perguntar-me qual o
“remédio” para tudo o que aqui foi comentado, eu diria: um arrependimento
sincero o qual só conseguimos se recorrermos a Deus através de muita (sempre,
muita) oração. Fazendo a nossa parte, Ele há de fazer a sua tão perfeitamente
bem.
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