sexta-feira, 3 de maio de 2013

EDUCAÇÃO SUPERIOR
Camilo transforma UEAP em universidade de 2ª classe e a 4ª pior do Brasil.


Reinaldo Coelho
Da Reportagem


            É necessário que se criem as condições para  preparar mais e melhor os nossos jovens para liderarem no futuro os rumos do desenvolvimento de que o Amapá necessita. Nessa direção, não é sem propósito reafirmar que os jovens amapaenses querem estudar e de preferência, numa universidade pública. Enquanto outras unidades federadas estão preocupadas com a preparação de mão obra de qualidade e com graduação superior, o governo amapaense vem remando em sentido contrário, está retirando a condição de colocar os jovens acadêmicos da Universidade Estadual do Amapá (UEAP) com formação de excelência e condições de aturem do setor primário ao terciário no estado, com cursos que lhes proporcionem aprendizagem laboratoriais de excelente predicado e com professores dentro do exigido por lei, doutores e mestres. Nestes sete anos de funcionamento, a instituição pública estadual já enfrentou muitos problemas, inclusive a falta de registro da Universidade no MEC, bem como seus cursos no Conselho Estadual de Educação.

         No atual governo o arrocho é no setor financeiro. O governador Camilo Capiberibe, vem dando conotação negativa a educação no Amapá, percebido pelo tratamento que é oferecido aos professores estaduais e o desprezo com o crescimento da universidade estadual, que possui um orçamento pequeno, alocado para 2013 em R$ 12 milhões e logo em seguida remanejados a R$ 5 milhões, pela Secretaria de Comunicação (Secom) para publicidade institucional. O risível é que pela Lei de sua autoria, que como deputado estadual fixou o orçamento da UEAP em 2% do ICMS. Agora como governador, implanta esse orçamento medíocre que compromete todo o trabalho acadêmico, impossibilitando a execução mínima de uma aprendizagem competente. 

             Um acadêmico de pedagogia declarou a reportagem que a Ueap passa por diversos problemas estruturais. "No início deste semestre, o curso de pedagogia estava sem vários professores porque a Ueap atrasou o edital para o processo simplificado, no caso, só tínhamos dois professores para ministrar nove disciplinas. Agora, ainda há professores que assumiram até três disciplinas, o que ocasiona uma sobrecarga", comentou.

            Os alunos dos cursos de engenharia são os mais prejudicados, pois são caros e precisam de aulas práticas. No campus da Presidente Vargas os laboratórios são pequenos e não existe a possibilidade de fazer uma aula com a turma inteira, então os professores precisam selecionar os alunos para participarem das aulas durante a semana. Ou seja, os professores perdem tempo, perdem produtividade e os alunos perdem conteúdo, por não ter um espaço físico adequado. O pior é o Campus da Procópio Rola, que nem o básico da higiene pessoal (papel higiênico) tem. Enquanto isso se aguarda a construção do campus próprio da Ueap que passa a ter o prazo de quatro anos para encaminhar o processo de construção do campus.

DCE

A principal bandeira de luta dos membros do Diretório Central dos Estudantes (DCE) é a questão do orçamento, pois todos os problemas da Universidade surgem daí. O orçamento é pouco e ainda teve 60% retirado, então não tem dinheiro para viabilizar projetos e até para a compra de materiais básicos. "A UEAP passa por uma situação delicada, existem salas que precisam de equipamentos de pesquisa e os laboratórios não dispõem de profissionais técnicos especializados suficientes para orientar os alunos", reclamam os acadêmicos.  "Isso compromete a nossa formação acadêmica. Sem ensino adequado e estrutura, que profissionais seremos no futuro?" questionam.

Contaminação


Outra preocupação da comunidade acadêmica diz respeito à insegurança e risco de contaminação pela falta de equipamentos de proteção no manuseio de substâncias químicas. Estudantes do curso de Engenharia Química tem que tirar do próprio bolso dinheiro para comprar os Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Esta é mais uma demonstração de descaso e justificativa para aumentar o orçamento da Universidade.

Pior não pode ficar, será?

A situação está péssima na UEAP e fora dela está pior. Isso está retratado na pesquisa realizada pela Folha de São Paulo em setembro de 2012, em âmbito local, a pesquisa apontou as duas universidades do Amapá em colocações achacáveis. A Universidade Federal do Amapá (Unifap), por exemplo, ficou em 139º lugar e a Ueap com o 184ª num ranking de 188 universidades avaliadas. Em critério como qualidade de ensino e produção de pesquisa, a universidade ficou com nota zero, e mais uma vez o Amapá é lanterna em todos os parâmetros, dos econômicos aos educacionais. 
Porém, para o pró-reitor de graduação da Ueap, Alexandre Amaral, a pesquisa é contestável, pois, a metodologia usada não foi adequada. "O ranking é bastante questionável. Em nenhum momento a universidade foi ouvida dentro dos critérios que apontam os indicadores de avaliação", disse.
Alexandre Amaral, pro-reitor de Graduação da UEAP
"Quando analisamos a qualidade de ensino, por exemplo, ele [Datafolha] pede que os pesquisadores do CNPq apontassem dentro de sua realidade, quais eram as principais instituições de ensino. Ora, apenas apontar não é um instituir qualidade de ensino", completa Amaral.





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