sexta-feira, 28 de junho de 2013

Rejeitado
Amapaense classifica administração de Camilo Capiberibe como péssima, segundo pesquisa

Quanto à possibilidade de reeleição, 83,23% dos entrevistados responderam de forma negativa

José Marques Jardim
Da Editoria

Mal avaliado desde os primeiros seis meses que assumiu o Governo do Amapá, em janeiro de 2011, Carlos Camilo Góes Capiberibe, ao que tudo indica, vai mesmo entrar para a história política do Estado como o gestor público a obter os piores índices de rejeição.

Este fenômeno de impopularidade tem se agravado a passos longos e é atribuído à falta de experiência e capacidade que o governador tem para lidar com os problemas da máquina pública. Hoje, ele tem nas mãos um Estado com educação deficiente, saúde agonizante e uma segurança pública com índices assustadores.
O Amapá também é o Estado com o pior ambiente de trabalho, segundo pesquisa divulgada pela revista Veja. O também semanário Época apontou o governador como titular de 35 contas bancárias, para arranhar ainda mais a turva imagem daquele que se apresentou em 2010 como o "salvador da lavoura de milho" e é visto hoje como corvo. Se antes faltava gestão e tinha dinheiro, bordão usado por Camilo Capiberibe durante a campanha ao governo, atualmente o quadro é o mesmo, faltando muito mais gestão. Politicamente o governador é conhecido pelos "tiros no pé" que se tornam cada vez mais frequentes. Na recente crise com os professores deixou o diálogo de lado para aplicar, segundo eles, o golpe da regência, incorporando o direito adquirido pela classe, ao salário e fazendo com que os próprios educadores passassem a pagar o que é dever do Estado. A antipatia que já existia ganhou a estratosfera. Indiciou médicos que reivindicavam vencimentos e melhores condições de trabalho, na tentativa de desqualificar a categoria perante a opinião pública. Ainda na saúde, utiliza contratos emergenciais para suprir necessidades deixando de lado a Lei das Licitações, criada para moralizar contratações nas gestões públicas. Faltam medicamentos e exames nos centros especializados. Óbitos são registrados frequentemente.  O povo, que como se diz no jargão popular "coloca e tira" e é considerado por certos personagens como analfabeto político, parece estar escrevendo o começo do fim.

O primeiro capítulo foi visto na eleição municipal do ano passado quando a candidata apoiada pelo governador foi um fiasco e declinou ainda mais depois que Camilo Capiberibe se propôs a ser garoto propaganda da campanha. Cristina Almeida despencou indo parar na terceira colocação. Até mesmo o apoio dado na marra ao PSOL, de Clécio Luís, teve que ser mantido às escondidas, por medo da contaminosa rejeição do governador. O mesmo aconteceu com Marcivânia Flexa que disputava a prefeitura de Santana. Bastou uma aparição de Camilo e a grande massa de professores que apoiava a candidata petista debandou fazendo a diferença nas urnas. Em Pedra Branca do Amapari, mais uma vez a rejeição do governador foi comprovada com a derrota do candidato apoiado por ele. A própria tia de Camilo, Raquel Capiberibe, preferiu o palanque da oposição. A máquina pilotada pelo governador enguiçou mais uma vez e ficou no caminho. O gestor que se diz socialista está sendo colocado de lado pelos mesmos eleitores que acreditaram em sua promessa de mudança. Recentemente voltou à mídia nacional, mais uma vez de forma negativa. O reflexo de tantos desmandos lhe rendeu o título de o governador com a maior rejeição do País, texto escrito pelo jornalista Walter Gomes na coluna Leitura Dinâmica da revista Brasília em Dia, edição de 15 a 21 de junho. O título deve permanecer se depender da maioria dos amapaenses que avaliaram a administração de Camilo Capiberibe como péssima, de acordo com pesquisa de opinião realizada em todo o Estado do Amapá e a qual a Tribuna Amapaense teve acesso.

Números
A pesquisa foi realizada este mês em todos os municípios amapaenses. O resultado geral foi o seguinte: Para 58,26% da população, a administração de Camilo Capiberibe é péssima. 16,13% acham ruim. 55,31% dos entrevistados disseram ter votado no governador em 2010 e 45,71% se declararam arrependidos. Quanto à pergunta sobre a possibilidade de mais quatro anos de administração de Camilo, 83,23% responderam não.

Veja o detalhamento da pesquisa

Como você avalia a gestão do Governo do Estado?

                                               Intenção de votos                 %

01 – PÉSSIMA                                   455                         58,26
02 – RUIM                                          126                           16,13 
03 – REGULAR                                  140                         17,93            
04 – BOA                                              35                              4,48
05 – ÓTIMA                                         21                             2,69          
06 – NÃO RESPONDEU                       4                            0,51                     
TOTAL DE ENTREVISTAS               781                       100,00%                      



Você votou em Camilo nas eleições de 2010

                                            Intenção de votos                    %

01 – SIM                                             432                            55,31
02 – NÃO                                            306                            39,18
03 – NÃO QUIS RESPONDER           43                               5,51                
TOTAL DE ENTREVISTAS               781                       100,00%    



Você está arrependido de ter votado em Camilo Capiberibe

                                             Intenção de votos                   %  

01 – SIM                                          357                           45,71
02 – NÃO                                         115                          14,72                                                    
03 – NÃO VOTOU                          309                           39,56
TOTAL DE ENTREVISTAS            781                        100,00%


Você acha que Camilo Capiberibe deve ser reeleito

    Intenção de votos             %


01 – NÃO                                             650                         83,23  
02 – SIM                                                  91                      11,65
03 – NÃO QUIS RESPONDER            40                       5,12

TOTAL DE ENTREVISTAS                 781                    100,00%         

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