sexta-feira, 28 de junho de 2013

Transporte público no Amapá

Falta de abrigos nos pontos e má conservação dos ônibus são algumas das reclamações mais comuns

Thaís Pucci
Colaboradora


Diariamente os moradores de Macapá sofrem com a falta de abrigo nos pontos de ônibus da capital, a longa espera pelo transporte público e as alterações climáticas repentinas, características da região. Apesar das inúmeras reclamações, poucas melhorias são percebidas pela população. 
Verinaldo Miranda, morador do Jardim Marco Zero, convive com os transtornos para pegar o ônibus para o município de Santana há mais de 20 anos. “É muito ruim aguardar aqui, e já estou a quase 40 minutos esperando a condução. Hoje, já peguei chuva e já suei nesse ponto, que nem sinalizado é” reclamou ele, que na maioria das vezes opta por se deslocar de bicicleta. “Se tivesse  ido de bicicleta, já tinha chegado” comentou.
Outro ponto destacado pelo morador foi à condição dos ônibus, que muitas vezes estão com os bancos quebrados, estofados rasgados e mal conservados. A mesma reclamação foi feita por Roseane Silva, de 25 anos, que aguardava o ônibus também em um ponto sem abrigo. 
“Este ponto está nesse estado deplorável há mais de 3 anos. Os passageiros sofrem para pegar a condução para se deslocar pela cidade. E sei que o pior ainda está por vir. No verão o calor fica insuportável”, completou.
Devido à doença do marido, internado há 12 dias, Andrea, de 39 anos, moradora da Zona Norte, tem enfrentado uma realidade diferente da que está acostumada. “Lá onde eu moro, no bairro Pantanal, não costumo levar mais de 10 minutos para conseguir um ônibus. Nesses últimos tempos, já houve uma vez que esperei por 3 horas para conseguir voltar para casa”, contou a senhora que utiliza duas vezes ao dia o transporte público, e ressaltou que aos finais de semana a situação complica ainda mais. “Eles reduzem o número de ônibus. Uma vez a espera foi tanta que preferi pegar dois ônibus, um até a metade do caminho, e depois esperar outro.”
Enquanto a repórter produzia a matéria, a chuva aumentou e todos que aguardavam o transporte correram para a marquize do estabelecimento em frente ao ponto improvisado. “É sempre assim! Quando a chuva aperta a gente se protege na beirada da casa, próximo a placa do ponto” conclui Andrea.
 
Aumento na passagem
Apesar das condições do transporte público na cidade, o aumento nas passagens é constante. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado do Amapá, desde 1996, quando o serviço de ônibus iniciou na cidade com o valor do bilhete a R$0,60, o aumento já chega a 283%. 
O valor das passagens passa por reajustes e embates judiciais, desde  2005. Na época, a passagem que custava R$ 1,35 passou a R$1,50, após uma decisão judicial. Desde então, o bilhete já sofreu um aumento de 70% em sua tarifa e hoje custa R$2,30. 
Rodoviários reivindicam aumentos salariais e nas cestas básicas, porém o SETAP já anunciou o limite de aumento oferecido à classe: 16%. 8% de aumento no salário e mais 8% de aumento na cesta. Segundo o diretor do SETAP, agora, apenas a prefeitura poderá intervir para outro aumento.
A justificativa da SETAP é que não há como aumentar o salário dos rodoviários sem um novo aumento na passagem que vem sendo estudado e discutido. As empresas já somam mais de R$800 mil apenas de peças trocadas, que não estavam previstas.
O Sincotrap prometeu entrar em greve caso um reajuste de 10% no salário não seja feito. Após 2 assembléias, na última semana, a manifestação está prevista para dia 26 de junho, caso nenhuma contraproposta seja oferecida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...