sexta-feira, 6 de setembro de 2013

ARTIGO DO GATO





Amapá está fedendo?


Uma matéria veiculada no jornal Estado de São Paulo, O Estadão, no dia 02 de setembro de 2013, (http://blogs.estadao.com.br/blog-da-garoa/macapa-retrato-do-abandono-do-saneamento-basico/) alega que o Amapá é o mais fétido entre as Unidades Federadas brasileiras. A julgar pelo crescimento populacional e o baixo investimento em esgoto sanitário é fácil concluirmos a razão do título.

Embora nós amapaenses não contestemos o título, porém, fica para os mais argutos, a clara certeza de que o Brasil é um País fedido, pois nos 27 Estados e mais o Distrito Federal a situação não é muito diferente da do Amapá. Uma grande densidade populacional se aglomera na área urbana das principais cidades brasileiras e pouco investimento é direcionado para a infraestrutura e aí, inserido nesse contexto, o esgotamento sanitário. Ou vão me dizer que nas cidades satélites de Brasília existe uma cobertura de 100% de esgoto, ou que isso ocorra nos morros do Rio de Janeiro ou na periferia da paulicéia desvairada?

O pior do Brasil não é o fedor que exala do excremento humano despejado diariamente e em grande quantidade a céu aberto ou em fossas negras ou ainda pelo lixo acondicionado de forma inadequada e, em muitos casos, nem isso. Nosso País cheira mal pelos políticos corruptos, hipócritas que conduzem o País priorizando o individual em detrimento do coletivo.

Este sim é um mau cheiro entranhado em nossas almas e que não deixam em paz nossas consciências. Como queremos que um País cheire bem com um governo que trata os brasileiros do Norte e do Nordeste como cidadãos de segunda categoria.
O Amapá é um exemplo clássico. Aqui foi criado o Parque Montanhas do Tumucumaque, mais de três bilhões de hectares e para nós nada foi perguntado e nem as promessas de contra partidas foram cumpridas. A Companhia de Eletricidade do Amapá - CEA vai passar para o patrimônio da União, mas não sem antes honrar o compromisso assumido de pagar uma dívida com a Eletrobras de mais de R$ 2 bilhões. A Hidroelétrica Coaracy Nunes foi construída para dar suporte ao desenvolvimento do Amapá e a Eletronorte foi criada para gerenciar a hidroelétrica, porém o tempo passou e a gente perdeu a Coaracy Nunes e a Eletronorte passou a ser nossa maior credora. Os recursos hídricos são do Amapá e para nós não houve a benevolência que foi concedida aos Bancos através do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional - PROER onde foram investidos de 1995/2000, pasmem! Mais de R$ 30 bi, o que correspondia a 2,5% do PIB brasileiro daquela época, mas para o Amapá não se podia perdoar R$ 2 bi.

O PROER foi uma ação do governo FHC, e do Lula esse acordo dragoniano para o Amapá assinado com Zargozy em 1988 que permite entre outras aberrações jurídicas a entrada de policiais franceses até 150 km em território nacional. Isso tudo é feito sem a menor cerimônia.


O que o Brasil não ouve e não vê são as condições que vivem os brasileiros da fronteira com a Guiana Francesa. Assassinatos e desrespeito com esses brasileiros são corriqueiros, mas o que fazer se existem políticos amapaenses defendendo esse tipo de acordo. Fica difícil esse discurso quando temos um governo que também discrimina os pobres do Amapá. Mais se fedemos, pelo menos um alento, fedemos igual ao resto desse País injusto, preconceituoso e hipócrita.

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