Galeria divulga produção artística local
Única galeria de artes permanente no Amapá, torna-se vitrine de exposições e vendas da produção artística
Fabiana Figueiredo
fabianafb.ap@hotmail.com

"Samaúma" é uma árvore frutífera da Amazônia, caracterizada, principalmente, pela sua grandiosidade: ela tem entre 60-70 metros de altura e o seu tronco é muito volumoso, chegando cerca de 3 m de diâmetro, rodeada de muitos espinhos grandes. Alguns exemplares chegam a atingir os 90m de altura, sendo, por isso, uma das maiores árvores da flora mundial.

Wagner se define como um observador da natureza, das coisas, das pessoas, "e vejo o que acontece, não só as coisas boas, mas também os descasos. Observei que esse local é de frente para o maior Rio do mundo, o Rio Amazonas; considero um complexo bonito e se encontrava abandonado. Então, fiz proposta à Fundação Municipal de Cultura e Coordenadoria Municipal de Turismo, para utilizar um dos quiosques deste complexo para montar uma galeria de artes permanente", relata Wagner, que procurou um espaço na tentativa de auxiliar os artistas independentes.

O artista plástico acrescenta, ainda, que a Galeria Samaúma está inclusa no edital de reforma do Complexo do Araxá e Aturiá já lançado pelos governos municipal e estadual, respectivamente, que contempla a melhor estruturação do espaço.
A galeria conta com uma série de obras de artistas regionais, como André Lino, Agostinho J.,Baltazar, Grimualdo, Ivam Amanajás, Ozy e Irê Peixe. O espaço também abre oportunidade de exposição e vendas aos artistas que ainda dão os primeiros passos em diversos setores culturais, incluindo também trabalhos de escritores e musicistas amapaenses.
O criador do espaço lembra que o artista amapaense não está localizado apenas na capital, mas que existem muitos artistas bons pelo interior do Estado, produzindo e vendendo seus trabalhos, mas que precisam ser valorizados. "Quando eu participava do Conselho Estadual de Cultura, fizemos uma apuração de quantos artistas estão espalhados pelo Estado, e contabilizamos cerca de 80 artistas dos mais diversos segmentos".
Wagner recorda, ainda, que já trabalhou nas casas de apoio com jovens infratores, e que lá também existem artistas que somente precisam de incentivo para ingressar de vez na carreira artística cultural.
Arte social
Wagner declara que ainda pretende realizar oficinas de artes, com pintura, charge, desenho e escultura. O público-alvo são crianças que estão em vulnerabilidade social, e o artista criador acredita que a Galeria está em um local estratégico para iniciar esse trabalho de resgate de cidadania e lazer, pois o espaço está localizado próximo ao bairro das Pedrinhas e do Aturiá. "Considero que uma das únicas que corrige um pouco a criança desocupada é a arte".
Wagner Ribeiro tem 53 anos, nasceu em Serra do Navio, mas viveu boa parte de sua vida no município de Santana. Amapaense, também é escultor, cartunista, chargista, foi considerado artista no ano de 2000, quando fez sua primeira exposição, no Teatro das Bacabeiras. Wagner é ex-professor da Escola de Artes Cândido Portinari, a única Escola de Arte gratuita da Amazônia.
Ao longo dos anos, foi conquistando o gosto cultural do amapaense. Wagner realizou diversas exposições pela cidade, e até fora do país, como em 2002, que realizou uma exposição em Caiena, na Guiana Francesa.
A Galeria Samaúma funciona normalmente das 17h às 23h, de terça-feira à domingo."Aqui não é só um local para exposição de artes visuais, é um local de oportunidades, é um local que eu posso interagir com outros segmentos e repassar conhecimento. A grande proposta da galeria é esta: o artista plástico ter um endereço", finaliza o artista plástico Wagner Ribeiro.
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