sexta-feira, 29 de novembro de 2013

AEROPORTO INTERNACIONAL DE MACAPÁ

Esqueleto de um projeto

O sonho em prancheta

CORRUPÇÃO E MOROSIDADE

Aeroporto Internacional de Macapá não decola

Jamille Nascimento
DA REPORTAGEM

Criado como campo de pouso na década de 1930, no local onde atualmente se localiza a Avenida FAB, em 1956 o aeroporto foi transferido para a sua localização atual, distante apenas 3 km do que era no então centro da cidade. O novo aeroporto deveria ter ficado pronto em 2007, porém, as obras foram interrompidas quando a empreiteira Gautama foi acusada na Operação Navalha, da Polícia Federal, de desviar R$ 113 milhões do projeto. Desde então, a morosidade marca o andamento da construção.
Além de ser o único aeroporto do Estado, os amapaenses ainda têm que se contentar com as péssimas condições do espaço físico do prédio. O Aeroporto Alberto Alcolumbre mais parece uma rodoviária, se diferenciando apenas pelo fato de lá, pousar aviões de médio e grande porte. Como tudo no Estado ultimamente não decola, essa é mais uma obra que dá vôo raso.


 Entenda o caso

Em 2004, o então governador Waldez Góes autorizou o início da obra do novo aeroporto de Macapá, a obra abrangia uma mudança significativa no setor aeroportuário do estado. Com um montante de R$ 113 milhões, onde a maior parte financeira era de responsabilidade da Infraero, e a outra parte era de contrapartida do estado R$ 17 milhões. Aobra civil de edificação e todos os elementos relacionados ao terminal são de responsabilidade da Infraero; o governo do estado era responsável pelos acessos ao terminal do aeroporto, incluindo pavimentação, sinalização e urbanização. Pelo cronograma, as obras no aeroporto deveriam ficar prontas dentro do prazo de 30 meses, o que não aconteceu.  

Desvio de verba
A Polícia Federal abriu inquérito no dia 17 de junho para investigar a ampliação do aeroporto internacional de Macapá. A PF averigua irregularidades detectadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União). A ampliação parou após o tribunal descobrir problemas no contrato e na execução, entre eles, um sobre preço de pelo menos R$ 17 milhões. Incluído no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o empreendimento foi inicialmente orçado em R$ 113 milhões.
A obra transformou-se em um imenso esqueleto de concreto, ficou paralisada por mais de 3 anos, tomado pelo mato e, segundo auditoria, com sinais de deterioração. A ampliação foi um pedido pessoal do senador Sarney ao presidente Lula.
Operação Navalha
Os primeiros indícios de irregularidades foram apurados na Operação Navalha, deflagrada em abril de 2007 para investigar fraudes em licitações de obras públicas. O principal alvo da polícia foi Zuleido Veras, dono da Gautama, vencedora, em consórcio com a Construtora Beter, da licitação para o novo aeroporto, em 2004. Zuleido, executivos e lobistas da Gautama foram presos e indiciados por formação de quadrilha, corrupção e tráfico de influência.

"Puxadinho"
Adotado com a finalidade de reduzir os problemas existentes em vários setores no atual aeroporto, a Infraero concluiu a obras dos terminais modulares, conhecido popularmente como "puxadinhos".
Segunda a Infraero, os terminais modulares são usados em aeroportos de vários países, por se tratar de soluções de engenharia rápida e de baixo custo.  O objetivo é dar mais espaço e conforto aos passageiros. Os terminais contam com ar condicionado, isolamento termo-acústico, sistemas de informação e de som.
Com os terminais, o aeroporto de Macapá ganha uma área construída de mais 2.500 metros. Em 2012, cerca de 500 mil passageiros circularam pelo aeroporto de Macapá. Com a obra, o local será capaz de receber 1,4 milhões de passageiros, quase que triplicando a sua capacidade de circulação de passageiros.

2015 é a nova data.
O MAXIMO FOI UMA PUXADINHA
Essa é a nova data prevista para entrega do novo ou velho aeroporto de Macapá, já foram fixadas varias datas em relação a entrega do novo terminal, porém noticias recentes dão indícios de que a população pode aguardar a entrega para 2015.
Segundo informou a Infraero, só para a conclusão da estrutura do novo terminal, serão gastos mais de R$ 100 milhões. Retomadas em 2010, para a construção da cobertura protetora do novo terminal, as obras estão em andamento.

GEA e PMM

Os governos estaduais e municipais não fizeram o dever de casa, é de responsabilidade deles a implantação da via expressa para transporte de carga do aeroporto à Rodovia Duca Serra, além da duplicação desta rodovia até o Distrito Industrial de Santana. Com a construção da nova pista paralela à atual, a rodovia já batizada de "Norte Sul", deverá ser construída na parte limite inferior da área da Infraero e o conjunto habitacional para abrigar famílias que deverão ser remanejadas ficará em outro local. Nada disso foi feito. As obras da Norte/Sul estão paralisadas por conflitos com a própria INFRAERO e a prefeitura de Macapá realizar o levantamento e cadastramentos dos moradores do entorno e remanejamento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...