sexta-feira, 29 de novembro de 2013

SHOPPING POPULAR

SHOPPING POPULAR


Obra esquecida no centro da cidade serve hoje para consumo de drogas e prostituição



Elmano Pantoja

São comuns obras esquecidas pelo Governo e pela prefeitura de Macapá. Elas deveriam trazer inúmeros benefícios para a sociedade, mas, no entanto, trazem transtorno. Um dos casos é a construção do Shopping Popular, localizado bem no centro da capital. O projeto foi uma recomendação do Ministério Público ainda em 2009. Ao todo, 348 microempreendedores iriam se organizar no local que contaria com 32 estandes reservados aos feirantes, 54 para bares e lanchonetes, 108 para lojas e 154 para armarinhos. A obra era da Prefeitura Municipal de Macapá, mas em 2011 o Governo do Estado passou a ser o responsável. No entanto, em mais de dois anos, nada foi feito. O resultado é que os ambulantes tiveram que achar espaço na beira da rua para fazer as vendas e tentar garantir o sustento familiar. Num lugar sem estrutura e sem nem um pouco de higiene, frutas, legumes, verduras, carnes, entre outros alimentos, são vendidos.

Segundo os ambulantes, esta ficando cada vez mais difícil ter boas vendas e consequentemente, uma boa renda. "Nós já estamos nessa situação vai fazer três anos. Ninguém olha pra gente aqui. Estamos esquecidos. Estamos perdendo venda ninguém mais quer comprar aqui que não tem estrutura. Os produtos têm que ficar expostos aqui. Nós não temos onde lavar as mãos, não tem banheiro, não temos nada aqui. Ainda tem esses drogados que ficam perturbando e assustando os poucos clientes que compram aqui. Isso é uma falta de respeito". Ressaltou a ambulante Maria Rosa.


Depois que a obra foi abandonada, dependentes químicos começaram a rondar o local. Hoje é comum vê-los cheirando cola e fazendo uso de outras drogas durante o dia, ali ao lado do tapume. Homens e mulheres de rua ficam jogados nas calçadas no entorno. Segundo moradores vizinhos, é insuportável o mau cheiro de urina deixado por eles e as constantes brigas por bebidas alcoólicas e drogas. Durante a noite é quase impossível ter um bom descanso e quando amanhece o dia já dão de cara com os viciados jogados em frente às portas, pedindo dinheiro. 

O local passou a ser um ponto para o consumo e até mesmo venda de drogas e por conta disso, recebeu o apelido de Cracolândia.
"Eu moro aqui há quinze anos, e até então nunca tive o porquê reclamar. Mas depois que esqueceram essa obra ai, esses vagabundos vieram e se apropriaram do lugar. Não há um dia se quer que não saia briga entre eles que logo falam em matar, furar e coisas assim. Nós ficamos com medo porque eles drogados são outras pessoas. Não sabemos o que são capazes de fazer. De vez em quando a policia vem e expulsa eles, mas eles voltam por que isso esta abandonado. Acho que só com a retomada dessa obra isso termina. Agora esse Governador não quer nada com nada". Disse Antônio Souza, morador do entorno da construção do Shopping Popular.

Por conta dessa situação, várias pessoas decidiram se mudar e lojas que havia ali fecharam as portas.

Outro caso que tem incomodado é a prostituição. Meninas vêm do bairro Santa Inês, trazidas por alguns viciados para se prostituir. Elas utilizam uma casa ao lado da obra abandonada para fazer seus serviços como profissionais do sexo. A cada dia que passa, chegam dependentes químicos para dividir o chão e as causadas e as coisas só vão piorando. A situação de quem trabalha e mora naquele local, fica mais complicada. Enquanto a resposta do Governo do Estado é dar às costas para a população de Macapá.

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