sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

artigo do tostes

José  Alberto Tostes
tostes.j@hotmail.com / josealbertotostes.blogspot.com

Neste mundo extremamente veloz, a informação circula em frações de segundo por todo o Planeta, é importante ao começar o novo ano, realizar a primeira reflexão. Tenho a oportunidade de dialogar semanalmente com muitas pessoas, pessoalmente, por e-mail ou pelo acesso através das redes sociais. Na velocidade das informações, há uma tendência natural do ser humano buscar níveis cada vez mais rápidos visando atender as necessidades imediatas. A prova elementar desta afirmação são as inúmeras redes sociais que vem se formando após a criação do Facebook. 

Diante de tal cenário, é válido pensar, o que seria a primeira reflexão no novo ano de 2014, percebo nas redes sociais confrontos e discordâncias sobre possíveis pontos de vistas, não ocorrem no campo das ideias, mas na diversidade da negação do outro, o que significa na prática? Muitas vezes, abdicamos de refletir sobre o contexto local e político de um lugar, aderimos o slogan de alguém, de um grupo, é cada vez mais comum nos dias atuais. Nesta direção caminhou a minha primeira reflexão. A reflexão sobre a necessidade, de aliar melhor, as oportunidades que hoje o mundo virtual nos oferece.

É cada vez mais intenso nas redes sociais, a banalidade dos fatos e da vida, a maior parte das informações que circulam, dizem respeito a individualidade do sujeito. Estamos diante de um mundo legitimo e contraditório, no exercício do Direito, se chama de contraditório. Ao defender uma ideia, dizer que é contra, parece negar a causa, logo o sujeito é acusado de algo. Vivemos um momento que está em evidencia a fração das cotas, busca-se implementar todo tipo de cota, sem atentar para o fato, onde está a grande causa, da escola deficiente, da família desestruturada, da falta de geração de emprego e do sentimento de impunidade.
Nos últimos quatro anos, escrevi para a imprensa escrita, virtual ou através da publicação de livros, mais de 300 artigos expondo uma infinidade de ideias para permitir ao público múltiplas reflexões, exercer o direito de pensar e refletir sobre algo, sentimento mais nobre e democrático, daquela democracia dos antigos clássicos, entretanto, existe uma crise velada sobre como exercer o contraponto em relação a um conjunto de temas bastante diversificados. Os temas que mais incomodam são aqueles relacionados as questões políticas. O nosso sistema, ainda favorece a letargia e a contradição entre as diferentes esferas de poder, contribui para confundir o cidadão.

Realizei um brincadeira pela internet, era uma pergunta: Pensar dói? O objetivo era fazer uma provocação, significativa parcela do público vem abdicando de ler de forma continua, muitos responderam afirmando que depende de cada pessoa, da formação ou do grau de interesse. A minha primeira reflexão, levou em conta o fato, estamos vivendo uma revolução provocada pelas tecnologias, as palavras chave são: compartilhar, reencontrar, reviver, alterar, modificar e transitar.

Tais preceitos denotam mudanças graduais sobre o perfil da sociedade atual, são diferenças colossais em relação as décadas anteriores, quando o quesito é discutir o comportamento individual e coletivo. Tive a oportunidade de escrever no Amapá para vários jornais, sempre quando se esgotava um período, ocorria uma tentativa de mudar o meu perfil, por conta do público que supostamente também mudava, pensa assim, ou "assado", quando este fato ocorria, deixava de escrever. Na realidade, havia uma clara tentativa de moldar o sujeito a forma, conceito que na minha área de arquitetura e urbanismo é funcional, porém, na vida real, é algo inteiramente subjetivo.

A minha primeira reflexão passa por compreender mais profundamente como vive a sociedade "tribal e virtual". É cada vez mais usual que o sujeito faça suas opções de acordo com o perfil que se apresenta na virtualidade. Percebo que o tema político, é algo que incomoda nas redes sociais, tipo de incomodação com dupla interpretação: a primeira condicionada pelo receio e a segunda pela descrença. As milhares de noticias ruins chegam aos nossos ouvidos todos os dias, por rádio, TV ou jornais impressos, espelha este contexto: verbas desviadas, políticos corruptos, políticos com mandatos intermináveis e obras paralisadas por décadas.

Por mais perverso que seja este cenário, a sociedade ainda não se deu conta do imenso poder que tem nas mãos. A frágil mobilidade social e o baixíssimo grau associativista, evidencia, quem precisa mudar não são os políticos, mas a sociedade que elege. As regras de todo este processo devem ser construídas com base no processo de construção coletiva. Quando percebemos que a sociedade afirma que precisa de mais recursos para saúde, mais recursos para segurança, mais recursos para isso ou para aquilo, deixamos de realizar um papel mais crítico.
O papel mais crítico é aquele que proporciona a discussão e apresentação de propostas para melhorar o ambiente social, a rua, a cidade , o município, o Estado e o país em que vivemos,  evita a distorção de milhares de problemas relacionados aos equívocos do mal uso dos recursos.  Portanto, a primeira reflexão é aquela onde nos colocamos como sujeitos protagonistas, não aqueles "revolucionários" de corredores, das palavras de ordem e da fácil constituição das "tribos virtuais". A primeira reflexão, permite pensar, a maior parte das transformações que ocorreram nas sociedades consideradas mais evoluídas, foi por conta do desenvolvimento das ideias e a materialização das propostas. E você? Qual foi a sua primeira reflexão?

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