Saúde Publica
Período invernoso, proliferação da dengue
REINALDO COELHO
Essa deveria ser a compreensão de toda a sociedade e dar as mãos aos órgãos públicos no combate a dengue no Amapá. Infelizmente, muitos ainda proíbem o acesso dos agendes de saúde aos seus quintais para fazer o combate a proliferação dessa endemia que pode levar a morte.
Com a chegada das chuvas amazônicas as condições ambientais são muito adequadas para a proliferação do mosquito e o índice de infestação predial é muito alto. "Hoje 30% dos mosquitos nascem dentro de casa, nos depósitos domésticos, então temos que dobrar a atenção para as bandejas de geladeira, dos bebedouros e até um saco plástico no quintal pode virar nascedouro do mosquito", explicou o coordenador de Vigilância da Saúde do município de Macapá.
Nesse período de chuva, todos sabem dos riscos da dengue, mais mesmo assim pessoas informadas, como as autoridades de nossa cidade, parecem não enxergar a realidade, isso se pode observar andando pela cidade, um dos lugares é as borracharias que estão cheias de pneus jogados a céu aberto pegando chuva e servindo de criadouro de mosquitos da dengue e colocando a nossa população em risco.
A população também tem que fazer sua parte no combate dos criadouros do mosquito da dengue,limpando os seus terrenos e quintais,pois a população tem que ficar atenta a suas obrigações,para poder também cobrar do poder publico.
A dona de casa Maria Risoleta Cambraia, 48 anos moradora da Zona Norte e que diz que é o local mais desprestigiado com a falta de coleta de lixo. "Não se admite que por falta de educação de uns todos paguem. O que a secretaria de saúde devia era aplicar uma multa nesses proprietários de oficinas e terrenos que estão servindo de criadouro do mosquito da dengue", reclama revoltada.
Situação amapaense
Embora nenhum dos 16 municípios do Amapá faça parte da lista dos municípios brasileiros em situação de risco para a dengue, o Estado vai receber R$ 2,4 milhões destinados a intensificar as ações de vigilância, prevenção e controle da doença. Com esse objetivo o Ministério da Saúde decidiu dobrar o volume de recursos adicionais que serão repassados a todos os estados e municípios brasileiros. Portaria autorizando o repasse de R$ 363,4 milhões foi assinada hoje pelo ministro Alexandre Padilha. Os recursos são para incrementar os investimentos realizados nas ações de vigilância em saúde, que somam R$ 1,2 bilhão, sem o montante adicional.
Este montante adicional significa um acréscimo 110% em relação ao que foi transferido em 2012 e contempla todos os municípios do país. No ano passado, foram transferidos R$ 173,3 milhões. Em contrapartida, os municípios precisam cumprir metas como assegurar a quantidade adequada de agentes de controle de endemias, garantir a cobertura das visitas domiciliares pelos agentes e realizar o LIRAa.
Mapeando a Dengue
Novo mapa da dengue revela que 157 municípios brasileiros estão em situação de risco para a doença, outros 525 em alerta e 633 cidades com índice satisfatório.
Os dados são do Levantamento Rápido de Índice para Aedes aegypti (LIRAa),elaborado pelo Ministério da Saúde em conjunto com estados e municípios, foi realizado entre 1º outubro e 08 de novembro de 2013 em 1.315 cidades e tem como objetivo identificar onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito transmissor da doença.
O levantamento também revelou que três capitais estão em situação de risco: Cuiabá, Rio Branco e Porto Velho. Outras 11 (Boa Vista, Manaus, Palmas, Salvador, Fortaleza, São Luís, Aracaju, Goiânia, Campo Grande; Rio de Janeiro e Vitória) apresentaram situação de alerta e seis estão com índices satisfatórios (Macapá, João Pessoa, Teresina, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre). Sete capitais (Belém, Maceió, Recife, Natal, Florianópolis e Brasília) ainda não apresentaram ao Ministério da Saúde os resultados do LIRAa.
Conforme os dados, Macapá permanece em Médio Risco para dengue, mas já é possível perceber um resultado positivo das ações da campanha municipal de combate à Dengue "Macapá Contra Dengue", com a queda de 2% para 1,6% de infestação predial em 2013.
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Borracharia no Centro de Macapá |
Para realizar a pesquisa Macapá, que possui aproximadamente 162.739 imóveis, foi dividia em três zonas e subdividida em 16 grupos de até dez bairros cada. Dos 16 grupos trabalhados, sete apresentaram índice de infestação menor que um, caracterizando Baixo Risco, outros sete com Médio Risco e somente dois em situação de Alto Risco para dengue.
Os bairros Perpétuo Socorro, Cidade Nova, Brasil Novo, Parque das Palmeiras e Loteamento Amazonas apresentam Alto Risco.
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