sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

cidades - Vila do Trem

Vila do Trem

Uma comunidade produtiva ameaçada

Reinaldo Coelho
Da Reportagem

No inicio dos anos 2000 com o poom da Área de Livre Comercio de Macapá e Santana, nasceu o eldorado econômico amapaense, muitas famílias nordestinas imigraram para Macapá. A maioria deles de origens maranhenses e de atividades agrícolas.

Nessa leva veio seu Gomes, que se instalou na Lina F do KM 9 de Macapá e passou a atuar no plantio hortifrutigranjeiro com a produção crescendo começou a incentivar e trazer parentes de sua terá natal e entre eles veio um sobrinho, José Ribamar Gomes da
Silva 36 anos, agricultor, maranhense.

O convite do tio veio em boa hora e José Ribamar com a esposa e dois filhos chegou a Macapá. "Chegamos do Maranhão e fomos trabalhar na Linha F em um sitio de um tio nosso, que foi trazendo os parentes e fomos aprendendo com ele e hoje cada um trabalha por conta própria".

Após o aprendizado chegou hora de andar com as próprias pernas e tendo conhecimento de uma área que estava sendo invadida próximo dali resolveram arriscar e já se vão sete anos. "mas a necessidade de terras melhores para plantar provocou uma nova migração. Desta vez resolvemos adentrar mais e chegamos ao local onde hoje é a comunidade de Vila do Trem. Quando aqui chegamos já tinha moradores, há dez anos estamos a sete trabalhando na agricultura da Vila do Trem".

Ameaça de 
perder as terras


"Trabalhávamos no KM 9 e aqui era uma área que pertence a Eletronorte e a Estrada de Ferro do Amapá que estava devoluta então algumas pessoas invadiram".

 A Estrada de Ferro do Amapá (EFA) deu entrada na justiça pedindo a remoção dos moradores da comunidade tendo em vista dos inúmeros de acidentes que aconteciam na linha férrea. "Recebemos uma notificação judicial através da Associação dos Moradores da Vila do Trem, o argumento foi de que seria uma área ilegal e imprópria para moradia. Porém os técnicos da Eletronorte ao contrario  orientaram os jovens agricultores que de não poderiam construir residências embaixo das torres de alta tensão. E procuramos a não trafegar próxima a linha de trem".

Produção rentável

A produção do novo pólo agrícola abastece a capital amapaense e Santana. Os agricultores estão construindo suas residências em padrão de conforto com a renda adquirida da venda das hortaliças
A produção da comunidade é rentável e além de termos um lugar para morar e trabalhar, com a renda está construindo os seus lares e mobilhando com o de melhor para o conforto e bem-estar da família.

Em Vila do Trem existem mais de 30 famílias, formando uma rede de parentesco complexa e com fortes laços de vizinhança, dentro das quais há uma intensa troca de produtos ou produtos por serviços. Normalmente, a renda de cada família é o resultado da venda do que cada uma produz.

São famílias de agricultores, que tem em seu quintal uma horta. No entanto a principal fonte de renda está na agricultura. "Não há grandes plantações de nada, pois se privilegia a diversidade em detrimento da quantidade".

A quantidade de hortas é de número significativo, num total de 120, já que a maioria das famílias tem pelo menos uma tarefa para seu uso. Em cada tarefa cabem cerca de quatro hortas. A variedade é grande, são plantadas: salsa, coentro, cebolinha, couve, alface, cheiro verde, etc...

A maior parte dessas hortas e plantações está localizada cerca de 16 km do centro de Macapá, na Rodovia BR 156, pelo lado direito no sentido Macapá/Norte.A produção do novo pólo agrícola abastece a capital amapaense e Santana, assim como para o uso dos próprios moradores e entorno.  De acordo com os agricultores locais, eles não utilizam inseticidas para combate as pragas é uma plantação orgânica. "Só utilizamos vividos para combater formigas, mas que não atingem os legumes e verduras".

A atividade desses produtores é de livre iniciativa e da orientação recebida de familiares maranhenses. "Não temos apoio ou investimento de ninguém, algumas vezes o Rurap aparece aqui e dar algumas orientações. 

"Isso aqui ninguém nos toma. Temos nosso terreno demarcado, a área deles ninguém quer o que queremos e conseguimos é a licença para plantar e trabalhar tranqüilos".

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