sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

NA BATIDA DO TAMBORIM

Tica Lemos

Afoxé do Formigueiro comemora 
20 anos na quarta de cinzas


"O Afoxé do Formigueiro é como a Fênix que renasce das cinzas, reabastece com o caldo, se sacode no trio elétrico e vai se unir ao Caldeirão do Pavão". Assim define Eri Milhomem, um dos organizadores do bloco Afoxé do Formigueiro, que este ano completa 20 anos de muita disposição para esticar o carnaval amapaense na quarta-feira de cinzas.

Tudo começou em fevereiro de 1994, quando amigos e moradores do Formigueiro, a primeira denominação do bairro que fica atrás e nas mediações da Igreja Matriz de São José, no começo da Vila de São José de Macapá, em 1758, retornavam do encerramento do carnaval e ainda cheio de energias decidiram transformar a quarta-feira de cinzas, no prolongamento do carnaval.

" E, quando termina aqui, no Formigueiro, vamos nos unir com a rapaziada do Caldeirão do Pavão e a festa continua", narra Eri Milhomem, responsável pela distribuição de abadás e caldo de legumes com mocotó aos guerreiros foliões do Afoxé.

O cantor e compositor Val Milhomem foi quem animou a rapaziada a esticar a festa. E, com instrumentos improvisados, continuaram a festa. No ano seguinte, já havia uma estrutura preparada com caldo e instrumentistas que saiam pelas ruas, na cercania da Igreja Matriz. E a medida que os anos foram passando, outras pessoas passaram a engrossar o cordão de foliões e, com o advento dos abadás, cada ano um motivo para marcar a data.

"Na comemoração dos 20 anos, o folião Norberto Tavares, ex-craque de futebol, que sempre participou do Afoxé do Formigueiro e faleceu recentemente, estará presente no bloco como o grande homenageado", informou Eri Milhomem.

A distribuição do caldo começa as 6:00 h. Lá pelas 7h começa a distribuição dos abadás e a folia segue até ao meio dia, depois de percorrer pela Av. Mendonça Furtado, Rua General Rondon, Av. FAB, Cândido do Mendes e retorna pela Av. General Gurjão até ao Formigueiro, de onde se concentra para ir ao Bairro do Laguinho prestigiar e acompanhar o Caldeirão do Pavão, sem hora para acabar. (G1)
 
Carnaval da Liesap injeta R$ 1,2 
milhão na economia amapaense


Enquanto as escolas de samba trabalham o ano inteiro para se apresentarem na Ivaldo Veras, no Sambódromo, o comércio amapaense também acompanha a movimentação. Ainda que não disponham de todo o material necessário para atender às agremiações, segundo observa a Liga Independente das Escolas de Samba do Amapá (Liesap), os empresários, aos poucos, começam a se articular para não perder esse nicho de mercado.

"O recurso liberado pelo governo gera outras receitas", enfatizou o coordenador de Eventos do Estado, Jean Alex Nunes. Dos R$ 3 milhões investidos pelo Governo do Amapá - e rateados entre as agremiações -, pelo menos R$ 1,2 milhão é injetado na economia amapaense, estima o presidente da Liesap, Luiz Motta, o Geleia.
"Com esse dinheiro, compramos aqui os materiais mais básicos como tecidos e ferros. Os demais que não encontramos no comércio local são adquiridos em outros estados", frisou.

Apesar de o comércio amapaense não atender completamente à demanda das agremiações, mesmo assim os empresários têm investido em produtos carnavalescos. "Muitos brincantes procuram adereços para os desfiles de blocos. Por isso, esses materiais não se perdem, pois as escolas também compram para confecção de fantasias", conta o auxiliar administrativo Paulo Trindade, que trabalha numa loja de festas.
Já o gerente administrativo de uma loja de tecidos, Clenilton Costa, disse que a empresa procurou a Liesap, ainda em 2013, para verificar que tipos de produtos as escolas mais compram."Com isso, percebeu-se que os mais procurados são oxford, lamê, esponjado, entre outros. A partir daí, investimos na compra de uma remessa maior desse material. E a expectativa é aumentar em 10% o faturamento em relação ao ano passado", explicou.

Mesmo com o alto custo das agremiações, o presidente da Liesap, Luiz Motta, considera importante o investimento do Estado no desfile das escolas de samba. "Quando os empresários locais pensarem o Carnaval como uma oportunidade de divulgação da sua marca e a mídia apostar na transmissão estimulando os patrocínios, poderemos diminuir a dependência de repasses do governo", avaliou. (G1)
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