sexta-feira, 28 de março de 2014

O petróleo é nosso?

O petróleo é nosso?

Em meio à crise da Petrobras, Pará, Maranhão e Amapá concorrem a bases de apoio de empresas que irão explorar 12 blocos com potencial para produzir petróleo no AP.


Régis Sanches

A notícia é velha, mas o petróleo ainda não jorrou. De concreto, três empresas ganharam o leilão da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para prospectar 12 blocos exploratórios na costa norte do Amapá, numa faixa oceânica que se estende do Oiapoque, passando por Calçoene, até o Amapá.
Por enquanto, há um exercício de futurologia. O petróleo da Foz do Rio Amazonas trará dividendos para as futuras gerações amapaenses. A previsão mais otimista é que a exploração comece a partir de 2019. A prospecção se dará no bojo da crise de confiança na administração Dilma Rousseff.

Em 2006, Lula da Silva era presidente e Dilma Rousseff, então chefe da Casa Civil e membro do Conselho de Administração da Petrobras, autorizou a compra de uma refinaria em Pasadena (Texas - EUA). O prejuízo para o Brasil soma mais de U$ 1 bilhão.

Enquanto lideranças do PT se esforçam para barrar a CPI da Petrobras no Parlamento, a estratégia do governo do Amapá para atrair as empresas está centrada na proximidade dos blocos de exploração com a costa amapaense em relação aos demais estados. O Amapá também oferece incentivos fiscais e a possibilidade de ceder áreas para instalação da infraestrutura necessária.

Os 12 blocos exploratórios na costa do Amapá foram leiloados em maio de 2013 pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Eles abrangem as regiões marítimas de Amapá, Calçoene e Oiapoque. Em agosto do mesmo ano, as empresas vencedoras do leilão iniciaram os estudos de pesquisas das áreas com potencial petrolífero. O investimento em pesquisas foi fixado em R$ 1,6 bilhão.

José Reinaldo Picanço
O secretário da Indústria, Comércio e Mineração, José Reinaldo Picanço, informou que as petroleiras devem terminar os estudos no fim de 2015. No ano seguinte iniciarão a perfuração de quatro poços que vão servir como testes. Para Picanço, trazer as bases de apoio das petroleiras ao estado significa "impulsionar o desenvolvimento econômico dos setores envolvidos pela atividade industrial".

"Teremos um impacto na economia porque envolverá uma rede de restaurantes, hoteis, transporte e alimentação. Então desenvolverá uma gama de serviços vinculados a essa atividade de petróleo. Por isso, pretendemos incentivá-las a trazer suas bases ao Amapá", reforçou Picanço. Como parte da estratégia, no final de abril haverá um seminário sobre logística, em Macapá, com as empresas responsáveis pela exploração do petróleo na costa amapaense.
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
O ‘caixa-preta’ da Petrobras
Paulo Roberto Costa,

Com influência em diversos partidos, especialmente PP, PMDB e PT, o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, é considerado uma espécie de “caixa-preta” da estatal. Ele está preso na Polícia Federal desde 20 de março. Costa foi detido no Rio de Janeiro quando tentava destruir provas da chamada Operação Lava Jato.
Paulo Roberto Costa construiu sua carreira na Petrobras desde os anos 1970. Chegou à diretoria de abastecimento da companhia em maio de 2004 pelas mãos do ex-presidente Lula. Na época, foi indicado pelo PP ao posto, ampliando sua influência política – já tinha respaldo de setores do PMDB e do grupo ligado ao deputado petista Cândido Vaccarezza (SP). “Ele era indicado do PP, mas depois virou [apadrinhado de] uma constelação de partidos”, diz um político ligado à estatal. Na campanha de 2010, doou R$ 10 mil para o PT do Rio de Janeiro.
Costa tem informações sigilosas, por exemplo, sobre a operação que levou a empresa brasileira de petróleo a comprar 50% da refinaria de Pasadena, no Texas, e depois, por meio de uma cláusula contratual denominada Put Option, pagar pelas ações da belga Astra Oil. O negócio, consolidado sob a gestão do petista José Sergio Gabrielli à frente da estatal, custou mais de 1 bilhão de reais aos cofres da empresa.
Após anos ocupando cargos na estatal – superintendência de produção da Bacia de Campos, a gerência de exploração da Bacia de Santos e a gerência-geral da logística da Unidade de Negócios Gás Natural da Petrobras –, Costa decidiu montar, há dois anos, uma consultoria para as áreas de combustível, engenharia e infraestrutura e se tornou uma espécie de lobista do setor. A Costa Global Consultoria e Participações, com sede no Rio, aliou-se a outra empresa do ex-diretor da Petrobras, a REF Brasil, para atuar em um dos mais recentes projetos da companhia: a instalação de uma refinaria em Carmópolis, principal bacia petrolífera de Sergipe. O investimento previsto é de R$ 120 milhões, com receita operacional de R$ 480 milhões.
Na Operação Lava Jato, os agentes federais cumpriram seis mandados de busca e apreensão em casas e endereços de Costa no Rio de Janeiro. Segundo as investigações, ele ganhou um carro de presente do doleiro Alberto Youssef, pivô do esquema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de R$ 10 bilhões. Na casa do ex-diretor da Petrobras foram apreendidos R$ 700 mil e U$ 200 mil dólares em espécie. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...