sexta-feira, 11 de abril de 2014


ANTENADOS
Bárbara de Azevedo Costa


Não há texto para essa semana

Ser comentador não é fácil. Nem sempre você tem o que dizer. O mundo continua gritando aí fora, mas, por dentro de si, você só encontra como resposta o silêncio... E aí, o que é que faz?
Hoje já é quinta-feira. Enquanto escrevo essas palavras, o relógio do computador marca exatamente a hora zero do dia 10 de abril de 2014. Agora me dou conta de como o tempo tem passado rápido...
Mas não é sobre o tempo que estamos conversando. É sobre... O pânico e a agonia que me abateram quando, por mais ou menos duas horas, encarei a página em branco do bloco de notas do meu computador. Encarei e ela me encarou de volta, ambas mudas. Eu não tinha o que escrever.
Algumas vezes, acontece. Embora ter a obrigação de redigir semanalmente seja uma experiência maravilhosa - porque, desse modo, a sua mente nunca para de trabalhar, e você vive à caça de pautas e histórias interessantes em toda parte -, há ocasiões em que nada flui... A angústia de deparar-se com a folha em branco e o nada... 
Mas, pensando sobre todas essas coisas, sobre a idéia do vazio e do não saber o que falar ou como se expressar, ocorreu-me exatamente escrever sobre isto: eu simplesmente não sei o que contar. Nessa semana, a coluna Antenados é dedicada... ao nada! 
Bem, o bloqueio literário existe, está aí. Que se há de fazer? Vamos contornando como der e se der. Nem sempre você tem a palavra, nem sempre você doma e forma os pensamentos num ordenado de frases concretas e coerentes. As coisas ficam só na mente da gente... Depois é que vão tomando corpo, se quiserem. Eu posso tentar forçá-las, mas certamente não funcionará. O resultado da obra será um desastre. 
Enquanto eu encaro a imensidão branca do não-texto na madrugada desta quinta-feira, me vem o estalo: se você não tem sobre o que escrever, não escreva; e depois surgiu o segundo estalo: talvez seja a hora de parar para ouvir. Ei, tem alguém aí? Se houver alguém a me ler agora, o que eu quero é escutar o que você tem a dizer. 
O que acha da vida? Como tem se comportado ultimamente? Será que vai ter Copa? Será que o Corinthians se recupera? Será que o Amapá supera as crises? Como anda a política por aí em nosso Estado? E os buracos? E o vestibular? E a escola? E a faculdade? O trabalho, como vai indo? Muitos momentos de inércia criativa, assim como o meu? 
Me conte sobre seus planos e seus desejos todos, inclusive os mais tolos... Quais são os seus projetos para os próximos meses ou anos? O que você tem lido? O que tem escutado? O que acha de escrever? O que quer ser quando crescer?
Se há alguém do outro lado, segurando este papel, que me responda. Me mande um email (o meu endereço é costaribeirobarbara@gmail.com), me mande uma carta, me mande um pensamento, qualquer coisa! Eu, sinceramente, gostaria de te ouvir. 
Há momentos em que você reconhece não ser capaz de traduzir sozinho o significado do mundo... Eu preciso dos seus achares para completar os meus. Chega de falar. Tentar costurar o sentido das coisas sozinho é tarefa inglória. O diálogo é indispensável. A gente nunca sabe o suficiente. Deixe-me saber de você, então. 
Se chegar até mim a notícia de que alguém leu isto, certamente o meu coração se alegrará. E eu espero que essa pessoa possa me contar um pouco de sua história e deixar que esse texto aqui derramado, o não-texto, que ele tenha valido muito mais do que a minha falta de inspiração achou que poderia valer um dia. Espero resposta. Câmbio, desligo. Por ora.

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