quinta-feira, 17 de abril de 2014

Conjuntura

Conjuntura
Se a eleição fosse hoje
Dilma (PT)





















Régis Sanches

O noticiário da TV aberta e das redes sociais está impregnado por três temas predominantes: o rombo da Petrobras, a desorganização da Copa do Mundo e a corrupção desenfreada. É apenas o prenúncio da conjuntura sob a qual se dará a eleição marcada para 05 de outubro de 2014. Para piorar o quadro caótico, o mercado sinalizou que a inflação poderá terminar o ano mais alta que o previsto, em torno de 6,47%, muito perto do teto da meta (6,5%).
E se a eleição fosse hoje? Embora não haja pesquisa nem bola de cristão que possam prever com tamanha precisão esse resultado, a seis meses do pleito, o jornalista Zuenir Ventura lançou uma luz sobre a questão. Ele extraiu respostas importantes de Carlos Augusto Montenegro, o mago do Ibope, enquanto caminhava pelo calçadão de Ipanema. Eis o seu relato:
"Domingo pela manhã, eu caminhava pela pista de lazer de Ipanema, atento para não ser atropelado por bicicletas, triciclos, skates ou patins, quando encontrei Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope e uma das pessoas que, por meio de pesquisas, mais conhecem o gosto e as preferências eleitorais dos brasileiros. Resolvi então lhe propor algumas hipóteses para que ele emitisse suas impressões informalmente, despreocupado, sem a responsabilidade do cargo.

- Se a eleição fosse hoje, quem ganharia?
- Pelas pesquisas, Dilma. Mas sua vantagem não está consolidada.

- Por quê?
- Ela vem caindo a cada rodada e sua agenda está muito negativa, crise política, escândalo da Petrobras, inflação. É muito desgaste.

- Quem deve ganhar?
- Essa é a eleição de prognóstico mais difícil de nossa História, até porque é a primeira vez em muitos anos que não tem candidato de SP. Parece que o eleitor não quer que ninguém ganhe. Ele vai votar contra, não a favor. As pessoas dizem: "Voto em fulano porque chega de PT", "Voto em sicrano porque não aguento mais a Dilma", "Não quero continuísmo".

- E Eduardo Campos?
- Ele vem aparecendo, é uma possibilidade real, ainda mais contando com a leveza da Marina, mas até agora isso não se refletiu nas pesquisas.

 - A Copa vai ter alguma influência?
- Nunca teve. Em 98, o Brasil perdeu e FH se reelegeu no primeiro turno; em 2002, a seleção ganhou e o presidente não fez o sucessor, José Serra; em 2006, foi a vez da Itália, e Lula se reelegeu. Em 2010, perdemos para a Espanha e mesmo assim Lula elegeu Dilma. Mas, como a Copa vai ser aqui, quem sabe ela tenha alguma influência.

- E vai ter Copa?
Ele não entende a dúvida. Digo que há ameaças que vão dos black blocs até movimentos sociais. Um partido chegou a criar o slogan "Dilma, escuta, na Copa vai ter luta". Montenegro acha que as manifestações se esvaziaram depois da morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido por um rojão. Admite que possa haver tentativas no Rio, em SP e Brasília, mas sem sucesso. Aqui, a seleção só vai jogar na final. "Você acha que alguém vai impedir o carioca de ver o jogo?"
Por coincidência, na segunda-feira, Ricardo Noblat, citando entrevista à "Veja" de Mauro Paulino, diretor do Datafolha, concorrente do Ibope, chegou a conclusão parecida: "A dupla Campos e Marina é de fato uma possibilidade real de poder."
Quer dizer: se democracia é mesmo alternância de poder, estamos correndo o risco de cair nela definitivamente.
É surpreendente a precoce riqueza vocabular de Alice e sua geração. Além de acusar a fada de "arrogante", ela saiu-se com essa, em meio a uma brincadeira: "Isso é um jogo, Vô, não é a
vida real." No meu tempo, levei bem mais de quatro anos e meio para aprender a diferença, se é que aprendi."
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   Previsão para inflação encosta no  
   teto da meta: 6,47%
O mercado está achando que a inflação terminará o ano ainda mais alta. Pela sexta semana seguida, elevou a projeção para o IPCA, desta vez, de 6,35% para 6,47%, muito perto do teto da meta (6,5%). Essa é a previsão dos analistas do mercado financeiro que consta no Boletim Focus, divulgado hoje pelo Banco Central. As expectativas não param de subir porque a inflação vem piorando. O que chama a atenção é que a deterioração foi rápida: na primeira pesquisa divulgada este ano, por exemplo, a previsão para o IPCA estava em 5,97%.
Na semana passada, o IBGE divulgou que o IPCA de março subiu 0,92% - mais do que se esperava, puxado pelos alimentos, mas não são só eles que estão pressionando a inflação. No acumulado em 12 meses, já está em 6,15%, e os economistas estão prevendo que continuará aumentando, podendo estourar o teto da meta ainda no primeiro semestre.
Os economistas também elevaram a projeção para a inflação do ano que vem, que passou de 5,84% para 6%. 
Inflação e juros altos, crescimento baixo
Segundo o relatório Focus, os economistas preveem que o PIB crescerá 1,65% este ano, um pouco mais do que o projetado há uma semana (1,63%). No ano que vem, deve ter expansão de 2%. 
Para o mercado, a taxa básica de juros, atualmente em 11% ao ano, chegará ao fim de 2014 em 11,25%. No ano que vem, deve ficar em 12%.

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