sexta-feira, 25 de abril de 2014

MATÉRIA DE CAPA

Deputados federais
na linha de tiro do eleitor

Roberto Gato
Da Superintendência

O Tribuna Amapaense realizou, durante esta semana, uma enquete na qual foram entrevistadas 500 pessoas, com objetivo de saber como o eleitor avalia o desempenho da bancada federal do Amapá na Câmara dos Deputados. A resposta não foi uma surpresa. Setenta por cento dos investigados avaliaram o desempenho dos parlamentares como ruim; quinze por cento consideraram regular; dez por cento classificaram como bom; e cinco acharam ótimo. A maioria dos que opinaram como sendo ótimo, tiveram como referência a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 111 (PEC 111), que transfere para o quadro da União servidores do Estado e dos Municípios que trabalhavam antes de 1988 no Território, ou seja, antes da transformação do Amapá em Estado. Mas as pessoas que reconhecem esse ganho são servidores públicos.

Metodologia da enquete

Durante o trabalho de investigação não identificamos o grau de escolaridade, idade, renda, mas apenas a profissão e sexo. Não pedimos identificação, até porque a consulta foi feita de forma aleatória. Nossos investigadores ligavam para um número de telefone, se identificavam e explicavam o objetivo da enquete. Portanto, as pessoas que não queriam participar do questionamento, desligavam o telefone e não foram poucos os assim o fizeram, perfazendo exatos 30%. Ou seja, 150 dos inquiridos demonstraram, dessa forma, o desinteresse pelo processo eleitoral.
Como frisamos acima, entrevistamos 500 pessoas, sendo 200 do sexo feminino e 300 do sexo masculino. Dentro do universo investigado (500), 70%, ou seja, 350 pessoas opinaram. Destas, 110 eram mulheres e 240 homens. No universo dos que opinaram, 70% (245) disseram que o trabalho da bancada é ruim; 15%, (52,5) avaliaram o desempenho como regular; 10% (35) como bom e 17,5 pessoas (5%) como ótimo.
A enquete consistiu de três perguntas simples: pedia a avaliação do eleitor sobre o desempenho da bancada federal. O resultado foi o seguinte: ruim (70%), regular (15%), bom (10%) e ótimo (5%).  A segunda questão é sobre a necessidade de mudança ou não de parlamentares, e quais deles.
A resposta para Janete Capiberibe foi: 147 eleitores disseram que ela deve deixar o mandato e 203 que ela deve continuar. Portanto 58% dos investigados querem Janete Capiberibe de volta à Câmara.
Dalva Figueiredo também teve o mandato aprovado pelos eleitores. 52%, ou seja, 182 investigados disseram que a petista continuar na Câmara Federal; 168 declararam que gostariam de vê-la fora do Congresso.
Fátima Pelaes recebeu votação negativa: 196 dos entrevistados (56%) disseram não ao mandato da pemedebista e 154 (44%) afirmaram sim.
Outro reprovado foi Evandro Milhomem (PCdoB) com uma rejeição de 70%; ou seja, 245 eleitores disseram que Milhomem não deve retornar à Câmara.
Davi Alcolumbre também foi reprovado com 65% de rejeição; Vinicius Gurgel tem desaprovação de 60%, enquanto Luiz Carlos é rejeitado por 75%; Bala Rocha tem reprovação de 55% dos entrevistados. (Veja Quadro ao lado).

Resultado da enquete




Qual dos parlamentares você reconduziria?

O que acham do desempenho da Bancada Federal do Amapá




















   Conjuntura volátil

Como dizem os mineiros, política é como nuvem – a cada momento em que olhamos está de um jeito -, por isso a conjuntura é volátil. Portanto, a cinco meses da eleição o quadro é de reprovação da bancada federal amapaense. No universo de 30% dos que não quiseram opinar, houve os que desligaram o telefone ao serem informados que se tratava de uma enquete. Outros afirmaram que não acreditam mais na política, e houve os que se omitiram de dar opinião em função do quadro de desconfiança que paira hoje no Amapá.
A terceira pergunta aferiu se o eleitor já havia decidido em quem votar: 257 não possuem candidato e 93 declinaram suas preferências. (Veja Quadro ao lado).
 Ao pesquisarmos no site no Tribunal Regional Eleitoral do Amapá constatamos que os atuais parlamentares foram muito bem avaliados pelos eleitores em 2010. A deputada Janete Capiberibe (PSB) obteve 28.147 votos; Vinicius Gurgel (PR) 21.479; Dalva Figueiredo (PT) 20.203; David Alcolumbre (DEM) 14.655; Fátima Pelaes(PMDB) 14.193; Evandro Milhomem (PC do B) 13.974; Sebastião Bala Rocha (SDD) 12.739; e Luiz Carlos (PSDB) 10.945.
A enquete revelou que passados quase quatro anos de mandato, os parlamentares amapaenses perderam a credibilidade perante o eleitorado. O resultado da enquete aponta que, dos oito deputados, apenas dois receberam aprovação de seu desempenho. Os demais foram reprovados, sendo o deputado Luiz Carlos o que tem a maior rejeição, com o percentual de 75%.
Em meados de 2013 um movimento iniciado nas redes sociais colocou o Brasil nas ruas para cobrar respostas das instituições públicas. A iniciativa espontânea e apartidária cobrou melhoria nos serviços essenciais como saúde, educação e segurança. E, e, sobretudo, um comportamento ético dos parlamentares brasileiros, sempre envoltos em escândalos de corrupção.
Essa relação promíscua entre o Poder Executivo e o Legislativo, foco de reportagens investigativas da imprensa brasileira, ganhou contornos mais graves com o julgamento dos envolvidos no escândalo do mensalão, que levou para a cadeia caciques petistas como José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, além de outros políticos de biografia mais modesta, como Waldemar Costa Neto, por exemplo.
O Trabalho da ONG Congresso em Foco confirma o comportamento nada republicano dos parlamentares brasileiros. Essa anomalia foi esmiuçada em reportagem da Revista da instituição, publicada em 2013 sob o título “Número de Parlamentares Investigados bate Recorde”. Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF) nada menos que 542 inquéritos e ações contra 224 parlamentares federais tramitam da corte suprema.
No Amapá, de uma bancada de oito membros, mais de 50% respondem a processos no STF.



Má gestão de Camilo respinga em parlamentares

Pelo baixo percentual de eleitores que demonstram interesse nas eleições, percebe-se que essa inapetência política é fruto de um ambiente de desconfiança que paira sobre o céu das casas legislativas. Muitos parlamentares foram mal avaliados, por exemplo, por não se posicionarem contra o atual governo estadual, que tem feito uma administração desastrosa e reprovada pelo cidadão amapaense, eleitor ou não.
Os parlamentares que estão alinhados ao governo, e que não falam dos desmandos administrativos que ocorrem no Amapá, também são rejeitados na mesma proporção. É o caso da mãe do governador, Janete Capiberibe, que foi a mais votada nas duas últimas eleições, e a enquete evidenciou que ela também está sendo penalizada pela má gestão do filho.
Outros deputados, como Luiz Carlos (PSDB) e Evandro Milhomem (PC do B), carregam como herança maldita o mesmo fardo que pesa sobre os ombros do governador Camilo Capiberibe, uma rejeição pesadíssima.
Dentro de um mês, o Tribuna Amapaense irá repetir esse trabalho num universo mais ampliado, e com maior rigor científico. Na próxima edição, mostraremos a enquete que já iniciamos sobre o parlamento estadual. Aguardem!

Deputados Federais processados no STF


  Deputado Evandro Milhomem, uma denúncia contra o parlamentar no Ministério Público do Estado envolvendo uma menor de idade.  A mesma menor teria prestado depoimento no final de 2013 para a Polícia Federal em Brasília, juntamente com mais duas testemunhas.

 

Deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP), responde ao inquérito 3577 (peculato). 






 Deputada Dalva Figueiredo  é quem mais tem problemas com a justiça . A deputada e alvo da ação penal 491 (prevaricação) e dos inquéritos 2838, 2671 e 3648, por peculato e crimes eleitorais, todos relacionados ao período  que a parlamentar foi governadora do Estado. 






 n Deputado federal, Bala Rocha, o parlamentar responde à ação penal 508 e ao inquérito 2709 por corrupção passiva, prevaricação e crimes da lei de licitações referente ao período que ocupou o cargo de secretário de saúde do Estado, durante a gestão do ex-governador Waldez Góes.




Deputado Vinícius Gurgel (PR-AP) responde ao inquérito 3529, por crimes contra a ordem tributária.

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