ALAP – AUDIÊNCIAS
PÚBLICAS
Marília Góes propõe audiências públicas para discutir o Orçamento de 2015
Reinaldo Coelho
Da Reportagem
Iniciativa corriqueira para discutir problemas específicos,
como educação e saúde, as audiência públicas são importante instrumento da
sociedade para aprimorar a prestação de serviços aos cidadãos. A maioria dos
estados já realiza esses eventos para
debater o orçamento, caso de São Paulo que realiza mais de 21 audiências em
diversos munícipios. No Amapá, essa discussão se dava de forma restrita entre
os parlamentares. Porém, a deputada estadual Marilia Góes (PDT) protocolou na
quarta-feira, 21, requerimento para a realização de quatro audiências públicas.
O objetivo é discutir o orçamento de cada Poder (Executivo, Legislativo e
Judiciário) e do Ministério Público Estadual para o exercício financeiro de
2015.
De acordo com Marília, as audiência irão propiciar à sociedade
civil conhecer os parâmetros através dos quais são estimadas as receitas e
fixadas as despesas para o exercício do próximo ano. Caixa preta para a
maioria, a Lei Orçamentária Anual (LOA) define quanto será destinado à cada
área, programa e atividade, não apenas do Governo do Estado, mas também do
Legislativo, Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública.
Além de prever gastos de pessoal e de custeio da máquina
pública, a lei orçamentária reserva recursos para investimentos. E cabe à
Assembleia discutir a proposta apresentada pelo Executivo, promover as
alterações que julgar necessárias e aprovar o orçamento do ano seguinte.
"É muito bom que a sociedade se manifeste sobre os
últimos acontecimentos do Estado. E acredito que o povo queira discutir como o
orçamento do Estado está sendo aplicado em sua máxima amplitude. Sendo o nosso
papel de legisladores e fiscalizadores intermediar o debate", afirma a
deputada.
Marilia defende que o orçamento público seja esmiuçado por
cada um dos Poderes. Ela não concorda que apenas o quantitativo de verbas
destinadas ao Legislativo seja colocado em cheque. Marília acredita que a
tentativa de esquartejar o dinheiro dos parlamentares, movimento liderado pelo
PSB do senador João Capiberibe, tem objetivos eleitoreiros.
"Tenho certeza que o povo amapaense quer discutir o
orçamento do Legislativo, sim, mas também o do Executivo, que diariamente é
denunciado por mau uso do dinheiro público”, ressalta. A parlamentar acrescenta
que o povo também quer discutir a legalidade de alguns benefícios recebidos por
promotores públicos estaduais, como o auxílio-moradia.
“A sociedade quer que esta discussão aconteça, mas não aceita
que ela seja manipulada por quem quer jogar uma cortina de fumaça sobre seus
atos irregulares", justificou a pedetista, referindo-se às manobras
políticas do PSB.
Discussão do orçamento
Via de regra, cabe ao Poder Executivo promover a discussão
com representantes dos demais Poderes, para definição do orçamento do ano
subsequente. A sociedade, através de suas organizações, também deve ser
estimulada a participar das discussões, ajudando a definir metas e prioridades
da administração pública.
Numa sequencia lógica, a definição do orçamento para o
exercício do ano seguinte segue um ritual, com a elaboração e o encaminhamento
da Lei de Diretrizes Orçamentarias (LDO), da Lei Orçamentária Anual (LOA) e do
Plano Plurianual (PPA), para aprovação pela Assembleia Legislativa, é de
responsabilidade do Poder Executivo.
Em 30 de abril de 2014, o Governador encaminhou à Assembleia
Legislativa, o Projeto de Lei n.º 0008/14, que dispõe sobre as diretrizes para
a elaboração da Lei Orçamentária para o exercício financeiro de 2015. Na LDO
são definidos os critérios para o cálculo da participação dos Poderes e do
Ministério Público na elaboração do orçamento público, sendo uma peça
imprescindível na consecução dos objetivos de cada um.
Segundo a Mensagem n.º 030/2014 do referido Projeto, o mesmo
foi apresentado e submetido a eventuais propostas de alteração em reunião com
representantes dos poderes Judiciário e Legislativo, incluindo o Tribunal de
Contas, e o Ministério Público. As propostas de elaboração da LOA 2015 devem
ser finalizadas até 30 de agosto de 2014, restando, contudo, apenas discutir o
assunto com a sociedade amapaense.
Em termos percentuais o orçamento está distribuído da
seguinte forma: Assembleia Legislativa do Amapá + Tribunal de Contas do Estado
(6,22%), Poder Judiciário (6,90%), Ministério Público Estadual (4,13%), Poder
Executivo (82,75%).
"Considerando que há um clamor da sociedade por um
orçamento justo e digno para cada Poder e para o Ministério Público, peço a
realização de tais audiências, como medida preparatória para emendas na Lei
Orçamentária de 2015, antes desta ser finalizada por cada Poder", concluiu
Marilia.
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