IDOSOS

IDOSOS

Da sabedoria à desvalorização

REINALDO COELHO

Todos sabem que um dia chegará a hora da velhice, mas evitamos pensar nessa realidade que por este motivo poderá nos surpreender como um fardo excessivamente pesado. Mas a velhice não impõe deveres apenas aos velhos; aqueles que rodeiam o ancião, em especial os seus familiares, têm de aprender não apenas a suportar as limitações que acompanham a idade, mas a amá-las ativamente. Esse amor traduz-se no cuidado físico, na atenção, no tempo que se gasta com o idoso. Traduz-se também em ajudá-lo a superar os seus defeitos, que costumam ter as suas manifestações próprias, diferentes das da juventude e da maturidade. 

Variações Culturais

 Em sociedades antigas o ancião era visto com uma aura de privilégio sobrenatural que lhe concedia uma vida longeva e como resultado, este ocupava um lugar primordial, onde a longevidade se associava com a sabedoria e a experiência. Assim era nas sociedades orientais, principalmente na China e Japão.

Por exemplo, na cultura oriental os idosos são vistos como um símbolo de sabedoria devido às experiências vividas, e por isso são os mais respeitados e com o mais alto estatuto na sociedade.

Em Esparta, tinha a Apela que era uma Assembleia Popular (correspondente a nossa Câmara dos Deputados) formada por todos os cidadãos espartanos com mais de 30 anos. Porém, acima da Apela havia a Gerúsia, (correspondente ao Senado Federal) um Conselho formado por 28 anciões (cidadãos idosos) chamados de gerontes, que tinham funções legislativas e também judiciárias, julgando conflitos dos espartanos. Decidiam sobre assuntos de política externa e controlavam as diarcas.

Na religião

Na religião os anciãos ou presbíteros eram as autoridades de nível mais elevado na igreja local. Este ofício foi inspirado no sistema de governo que Moisés estabeleceu no deserto. Em Israel havia basicamente duas classes de anciãos: os que eram respeitados por causa de sua idade (a Lei admoestava o fiel a honrar seus pais, e outras passagens bíblicas requeriam que houvesse respeito aos idosos); e os anciãos que exerciam uma função de direção. Assim como Moisés escolheu setenta homens "dos anciãos de Israel" (Números 11:16) para terem uma função de autoridade, os anciãos que governavam a igreja eram diferenciados daqueles que simplesmente eram respeitados por sua idade e fidelidade.

Crescimento da expectativa de vida

A expectativa de vida dos brasileiros aumentou para 74,8 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo 71,3 anos para os homens e 78,5 anos para as mulheres. No ano 2041 a esperança de vida no Brasil chegará a 80 anos e em 2060 será de 81,2 anos - 78 anos para os homens e 84,4 anos para as mulheres. 

O ganho em relação a 2013 chegará a 6,7 anos para a população masculina e 5,9 anos para a feminina. A proporção de idosos (65 anos ou mais) na população passará de 7,4% este ano para 26,7% em 2060.

No Estado do Amapá que tem uma população de 748.701 habitantes, a população acima de 60 anos é de 5,1% ou seja, 38.183 pessoas estão nessa faixa etária. Em 2030 serão aproximadamente, 99 mil pessoas. Cerca de 3,3 vezes maior do que é hoje. 

Um destaque é quando se trata da formação, a taxa de analfabetismo chega a 10% enquanto no Brasil é de 12%. Dentro do universo dos idosos, o analfabetismo alcança 40%%, sendo que 60% desse número são negros e 70% mulheres. O que é preocupante e não temos nenhuma politica publica para resgatar esses cidadãos para a educação.

O que seria uma boa notícia, porém, vem acompanhada de outra, preocupante

É que a sociedade brasileira ainda enxerga o idoso como um problema e as famílias muitas vezes não sabem como tratá-lo, justamente num período da vida em que ele mais precisa de cuidados especiais. 

Um idoso não é um velho, mas sim uma pessoa vivida, com muita sabedoria para lidar com os problemas na vida. Enquanto adolescentes, jovens e adultos somos capazes de cuidar de nós próprios, mas um dia seremos idosos e seremos dependentes dos cuidados dos que nos rodeiam, sejam eles amigos, familiares ou instituições.

Força de Trabalho

O idoso pode ser parte significativa da força de trabalho de uma sociedade. A nova Terceira Idade, com a saúde em boas condições e prontos para encarar novos desafios, refutam - se a aposentadoria precoce. Os idosos se tornaram importante fonte de sustento das famílias. São grandes pagadores de impostos e consumidores dos mais exigentes.

Boa parte dos idosos hoje são chefes de família e nessas famílias a renda média é superior àquelas chefiadas por adultos não idosos. Quase um quarto dos idosos não vive só da aposentadoria, continuam trabalhando. Metade tem conta poupança e usa cartão de crédito.  Tem participação nas últimas décadas nas mudanças da economia brasileira, com isso também se beneficiam, como por exemplo: ter melhor qualidade de vida, comprar seu carro, tirar sua carteira e dirigi-lo com segurança, conhecer outros Estados, outros Países, formar grupos de pessoas da melhor idade para viajar, fazem novas amizades participando mais, com dignidade e respeito da Sociedade.

O quadro é um retrato do que acontece com os países como o Brasil, que está envelhecendo ainda na fase do desenvolvimento. Já os países desenvolvidos tiveram um período maior, cerca de cem anos, para se adaptar.

Internação, abrigo ou violência.

A população brasileira não tem demonstrado respeito com seus idosos, isso acontece desde o núcleo familiar ao poder público. Percebe-se um sentimento de egoísmo e a família despreza os seus anciões, culminando na internação desses anciãos, na maioria das vezes contra a vontade, em asilos.

Muitas desses estabelecimentos, não apresentam adequações para suportar e tratar esses idosos. No Amapá temos somente um abrigo, e que é mantido pelo estado. Hoje o Amapá possui um Conselho Estadual dos Direitos do Idoso (Cedpi) instituído pela Lei nº. 1.159, de 14 de dezembro de 2007.

A presidente do Cedpi Amapá, Nádia Silva Souto, informou que a violência contra os idosos no Amapá cresceuem 2013 foram 129 casos. As denúncias vão desde constrangimentos em filas de bancos e repartições públicas até cárcere privado.Segundo a presidente do conselho, maioria das denúncias concentra-se na capital.

A presidente do Cedpi explicou que a forma de descaso com o

presidente do Cedpi Amapá, Nádia Silva Souto

idoso é diferente entre homens e mulheres. “Nas idosas, a maioria das denúncias atestam violência física e o abuso financeiro, e, com os homens idosos as denúncias tendem a ser o abandono e a negligência dos responsáveis”, especificou.

Um gargalo no Cedapi é a questão de logística, faltam veículos, para realizar as notificações, o que dificulta o acompanhamento constante e rápido dos casos, segundo atestou Souto.

Turismo na Terceira Idade

CARAVANAS DA TERCEIRA IDADE AMAPAENSE PERCORRE O BRASIL

O Turismo na Terceira Idade, ou Melhor Idade, vem ganhando gradativamente espaço em cenário Nacional, sendo um dos segmentos do turismo que tem contribuído para a dinamização da economia, bem como para a melhoria da qualidade de vida do público ao qual se destina. O público alvo deste tipo de turismo, como no nome já diz, são pessoas da terceira idade, que buscam na atividade uma forma de preencher seu tempo livre, divertindo-se tanto quanto as pessoas mais jovens, lhes proporcionando sem dúvida uma melhor qualidade de vida, afinal viajar, quando o principal motivo é o lazer, é como se fosse uma terapia, no qual a pessoa se renova a cada viagem. O Estado tem que investir nesses segmentos, pois são mais de dez grupos da terceira idade no Amapá e a maioria programa excursões a outros estados, como também aos munícipios amapaense.

CELERINA CARDOSO DOS SANTOS

Dona Celerina Cardoso dos Santos, aposentada, é uma dessas jovens idosas que já fez mais de vinte viagens pelo Brasil,  ela e as amigas conheceram o Nordeste, Centro Oeste e a Região Sul e caravanas que cresciam com as que vinham de outras unidades da federação. "Há vinte anos que participo das caravanas de turismo nos diversos estados e municípios brasileiros. Este ano já estou me preparando"

Idosos em nossa sociedade: valorizados, desvalorizados ou privilegiados?

Muitos se aventuram no esporte como Dona Iaia que salta de paraquedas COM 103 ANOS

idosos tem vacina especifica para sua faixa etária

Com o “envelhecimento” da população brasileira, tem-se falado muito da importância do bem-estar dos idosos. Em sociedades como a indiana e a japonesa, por exemplo, o velho é a figura mais importante da família e da comunidade. 

No Brasil, alguns sociólogos afirmam que, se um país precisa de um “estatuto dos idosos” (ou seja, de uma lei) para lembrar a respeitabilidade deles, isso indica que algo está muito errado... Por outro lado, há tantos privilégios sociais em torno da “terceira idade” (meias-entradas, ausência de filas, empréstimos especiais) que os “não velhos” se consideram prejudicados. 

ENQUETEQual é sua opinião: O idoso, no Brasil - com ou sem rendimentos próprios - é valorizado, desrespeitado ou privilégios?

                                     

                                             Robson Luan (Personal Trainner)

Eles podem ainda oferecer muita experiência em todas as áreas.  E a sociedade pode retornar com mais respeito e valoriza-los. E o estado oferecer mais saúde para que todos tenha uma melhor qualidade de vida. Todos os idosos devem ser motivados a praticar atividades físicas.  Para prevenir várias doenças como: arritmia, osteoporose e previne os desgaste das articulações e da coluna , etc.

n Tica Lemos (Jornalista)

Os idosos podem oferecer conhecimento, sabedoria, experiência, devem ser respeitados pela  sociedade e valorizados com dignidade pelos governantes.  O idoso tem sempremuito a contribuir com sua pátria!

n Graciete Coelho Moreira (Técnica em Enfermagem)

O idoso é parte significativa da força de trabalho. A nova Terceira Idade, com a saúde em boas condições e prontos para encarar novos desafios, refutam - se a aposentadoria precoce. Os idosos se tornaram importante fonte de sustento das famílias. São grandes pagadores de impostos e consumidores dos mais exigentes.

                                    João Lazaro (Radialista)

Um dos problemas enfrentados pelos idosos na sociedade moderna, é - em elevado número deles - a solidão. Outro fator importante para sua sobrevivência é a necessidade de ter uma atividade para complementar a renda de (em alguns casos) sua aposentadoria. Um agravante maior que se registra em boa parte dos lares, é a desagregação das famílias, que provoca um desequilíbrio emocional nos anciões. Isso, sem enumerar as consequências dos abalos, pela perda do companheiro e as doenças crônicas, pela idade vulnerável. 

n Iranilde dos Santos (Professora)

Os idosos movimentam a economia brasileira investindo em viagens e estudo. Em muitos casos eles sustentam a família. Eles dão uma grande lição: a Educação é o melhor investimento, respondem por quase 20% do consumo nacional, compram cada vez mais produtos relacionados à educação deles próprios, dos filhos e netos e buscam produtos de tecnologia, inserindo-se cada vez mais no  mundo virtual.

n Maria do Carmo Amaral (Autônoma)

Pegue um ônibus para você ver como alguns motoristas tratam os idosos, parecem que os mesmos são donos das empresas de ônibus e que os idosos não podem viajar, como se eles também não fossem ficar idosos e serem vitimas desse desrespeito para com os mais velhos.

n Naderson Aranha (Estudante)

Quem tem dinheiro interna seus pais idosos em asilos porque não querem ter dor de cabeça....é fácil fugir dos problemas. Mas vale lembrar que um dia muitos irão envelhecer também....