sexta-feira, 10 de outubro de 2014

ARTIGO DO GATO






Qual o problema da magistratura amapaense?




Juízes bem formados, capazes, inteligentes, comprometidos om a justiça, com biografias irretocáveis que levam o judiciário do Amapá a ser considerada um dos melhores e mais céleres do Brasil. Recentemente recebeu distinção do CNJ-Conselho Nacional de Justiça por ter cumprido a meta 18, determinação do Conselho para que os Tribunais Regionais limpassem as gavetas com processos por Improbidade administrativa e crimes de corrupção.
Na justiça amapaense há erros? Há! Claro. Existe alguns que por esse ou aquele motivo aqui ali desalinham. Mas o livre convencimento, independência para julgar, são prerrogativas do magistrado que lhes garantem fazer um julgamento sem pressão.
Mas algo de errado existe entre a Justiça amapaense e o senador Capiberibe. Um político de biografia controversa. João Alberto Capiberibe alega ter iniciado sua militância política nos movimentos estudantis do início dos anos 60. Com o golpe militar diz que foi para o exílio, que lutou no MR8 Movimento Revolucionário 8 de Julho comandado pelo Capitão do Exército Brasileiro Carlos Lamarca. Registro nenhum. A biografa do Livro Guerrilha do Araguaia, Tais Morais, afirmou não ter encontrado nenhum vestígio que ligasse a figura de Capiberibe a qualquer movimento contra o regime de exceção.  Capiberibe diz que foi exilado no Chile, na África e em Cuba e desde que retornou para o Amapá sustenta o discurso de ter sido uma das vítimas da ditadura, junto com a mulher, Janete. Capiberibe parece ter adotado a técnica do responsável pela propaganda nazista Joseph Goebbels, para quem uma mentira contada mil vezes virava verdade. E vira? Pelo jeito vira, pois Capiberibe, o pai, tem utilizado dessa estratégia sistematicamente.
Mas desde que voltou para o Amapá nos anos 80, Capiberibe com um discurso moralista e de combate intransigente à corrupção foi eleito prefeito, não sem antes ter enganado Azevedo Costa e entrado no MDB e ser indicado secretário de agricultura de Nova da Costa. Com apoio dos partidos de esquerda foi eleito prefeito, governador por dois mandatos e senador. Capiberibe na trajetória administrativa realizou pouco, involuiu o Amapá, porém, mais uma vez habilidoso no jogo do sofisma inventou um programa de governo centrado nas bases da Agenda 21, Carta Compromisso dos Países participantes da Eco 92 realizada no Estado do Rio de Janeiro.
O fiasco da gestão de Capiberibe sempre foi empanado pelas brigas com os poderes. Tribunal de Justiça e Assembleia. Motivo? Orçamento. Capiberibe sempre alegou a falta de dinheiro para fazer uma administração eficiente. E nessa guerra Capiberibe nunca mediu palavras e nem ambientes para jogar na lama a reputação de uma justiça premiada, composta pela maioria de juízes honrados e de biografia irretocada e com uma carreira exitosa na magistratura nacional.
Para Capiberibe, ao que parece, os melhores desembargadores são, o advogado Carlos Tork, que teve as contas reprovadas na OAB/AP, doou dinheiro para a campanha do PSB, Suely Pinni que entrou pela janela no Tribunal, pois ocupou uma vaca que pertencia ao juiz Cézar Augusto e depois de idas e vindas conseguiu obter do CNJ a aprovação do nome para ocupar a cadeira deixada pelo juiz Dôglas Evangelista Ramos.
Mas o que quero dizer que apesar dos imbróglios, Tork e Pinni são desembargadores e como tais merecem respeito, mas eles que não ousem contrariar a vontade do discípulo de Fidel e do finado Chávez, que aí eles também vão sentir o peso da língua bifurcada do sofista Capiberibe.
Capiberibe é maniqueísta na essência, para ele o mundo é feito de bem e mal. Do lado dele os que esposam o bem e os contrários compõem o time do mal. Capiberibe ver a corrução nos governos do PSB chegar no pescoço, mas ele, impávido e com a certeza de ter o dom de eleger até um poste, nega sistematicamente que por onde anda a corrupção não existe. Uma pena que o judiciário sofra as agressões num silêncio sepulcral que chega mesmo a incomodar aos que acreditam piamente no judiciário do Amapá.

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