Círio de Nazaré em Macapá
80 anos de confirmação da fé em
Nossa Senhora
E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador (Lucas 1:47)
Reinaldo Coelho
Centenas
de fiéis participam do Círio de Nazaré para agradecer as bênçãos alcançadas e
pedir intervenções divinas por meio da padroeira da Amazônia, na capital. Este
ano Este ano a tradição completa 80 anos na capital tucujú, e tem como tema ‘Alegria
de Maria, alegria do cristão’.
O Círio
de Nazaré é a maior festa religiosa em Macapá, onde os fiéis se juntam em um
cantando músicas marianas, rezando, pedindo e agradecendo à Virgem pelas graças
alcançadas.
Conhecida como a “Rainha da Amazônia”, Nossa Senhora
de Nazaré é padroeira de toda a região Norte. Ela também é tradicional na
cidade paraense de Belém. A tradição do Círio de Nazaré no Estado do Amapá vem
do vínculo com Estado vizinho, do qual se desmembrou em 1943.
Peregrinação da imagem
Uma
parte da programação que está se tornando tradicional é a peregrinação da
imagem de Nossa Senhora de Nazaré que sai da Catedral de são José de Macapá,
para visitar órgãos públicos da
capital. A peregrinação da santa inicia pelo
Palácio do Setentrião e passa pela Câmara Municipal, Polícia Militar, Tribunal
de Justiça do Amapá, hospitais e faculdades.
A corda simboliza as graças
alcançadas
Uma das
cenas que mais chama a atenção é a dos devotos que disputam um espaço na corda
que envolve a berlinda, onde segue a imagem da santa católica pelas ruas e
avenidas da cidade. Neste ano, a procissão contará com uma corda feita de sisal
com 150 metros de extensão e duas polegadas de espessura. O objeto foi entregue
à Catedral de São José, nesta segunda-feira (6).
Lançamento inédito de CD
Música
para louvar e fortalecer a fé por Nossa Senhora de Nazaré. Assim será o
primeiro CD composto de canções inéditas dedicadas a padroeira da Amazônia, em
Macapá. O trabalho reúne 12 músicas de artistas locais e foi lançada no fim de
agosto, após a missa de acolhida da imagem peregrina de Nossa Senhora
Aparecida, padroeira do Brasil, na Catedral de São José de Macapá.
Entre
os artistas que participam do CD, estão os cantores Brenda Melo, Amadeu
Cavalcante, Osmar Junior, Nivito Guedes, Patrícia Bastos banda Forró para
Louvar e Nadiele Martins. As músicas têm estilo variado que vai desde o
tradicional religioso ao pagode. O CD começou a ser produzido em maio e em
junho deste ano foi gravado.
Círio das águas
As
dezoito vítimas do naufrágio do barco 'Reis I', ocorrido em outubro de 2013,
durante o Círio Fluvial no rio Amazonas, serão homenageadas na programação do
Círio deste ano e uma missa será realizada em memória dos mortos que
acompanhavam o translado da santa na baia do
Amazonas.
Sobre a
segurança este ano no círio fluvial e na procissão, eventos programados para os
dias 11 e 12 de outubro, a coordenação informou que solicitou o reforço de
militares. "Queremos preservar a integridade física dos nossos fieis
durante as homenagens à santa. Pedimos apoio à Capitania dos Portos para
fiscalizar as embarcações e do Corpo de Bombeiros para ajudar as pessoas que
passarem mal na romaria das águas ou no trajeto da procissão".
Historia do Círio em Macapá
A primeira procissão do
Círio de Nazaré realizada em Macapá aconteceu em 1934, quando as religiosas da
Congregação das Filhas do Coração Imaculado de Maria, ao comando da senhora Ester Benoniel Levy,
esposa do então prefeito de Macapá, major Moisés Eliezer Levy, organizaram pela
primeira vez a procissão e festa. Apesar da cidade já ter seu padroeiro,
São José, cuja festa é realizada todo dia 19 de março, a concentração de
romeiros do Círio de Nazaré em Macapá consegue ultrapassar, em volume de massa,
os penitentes do próprio padroeiro São José, crescendo a cada ano o número de
fiéis.
No Estado ele segue a
tradição do Pará, sendo realizada a festa sempre no segundo domingo de
outubro. Apesar do grande numero de
romeiros em Macapá, o Círio é uma festa de paraenses. A presença da Virgem
andando pelas ruas de Macapá nesse período é justificável historicamente. É que
Macapá pertencia, juntamente com Mazagão, ao Estado do Pará até 1943, quando
foi criado o Território Federal do Amapá.
A confecção da
indumentária da santa foi, por alguns anos, obra de uma devota fiel, de nome
Raimunda Mendes Coutinho, educadora da fase territorial do Amapá, já falecida, conhecida
popularmente como dona Guita. Mas a exemplo das religiosas da congregação
fundada pelo padre Júlio Maria Lombaerd, várias outras congregações como
religiosas de Maria Menina (Bartoloméa) não mediram esforços para que a maior
festa religiosa do Estado tivesse, ao longo dos tempos, um colorido maior.
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