sexta-feira, 10 de outubro de 2014

CULTURA




Círio de Nazaré em Macapá
80 anos de confirmação da fé em Nossa Senhora

E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador (Lucas 1:47)







Reinaldo Coelho


Centenas de fiéis participam do Círio de Nazaré para agradecer as bênçãos alcançadas e pedir intervenções divinas por meio da padroeira da Amazônia, na capital. Este ano Este ano a tradição completa 80 anos na capital tucujú, e tem como tema ‘Alegria de Maria, alegria do cristão’.

O Círio de Nazaré é a maior festa religiosa em Macapá, onde os fiéis se juntam em um cantando músicas marianas, rezando, pedindo e agradecendo à Virgem pelas graças alcançadas. Conhecida como a “Rainha da Amazônia”, Nossa Senhora de Nazaré é padroeira de toda a região Norte. Ela também é tradicional na cidade paraense de Belém. A tradição do Círio de Nazaré no Estado do Amapá vem do vínculo com Estado vizinho, do qual se desmembrou em 1943. 


Peregrinação  da imagem


Uma parte da programação que está se tornando tradicional é a peregrinação da imagem de Nossa Senhora de Nazaré que sai da Catedral de são José de Macapá, para  visitar órgãos públicos da capital.  A peregrinação da santa inicia pelo Palácio do Setentrião e passa pela Câmara Municipal, Polícia Militar, Tribunal de Justiça do Amapá, hospitais e faculdades.

A corda simboliza as graças alcançadas


Uma das cenas que mais chama a atenção é a dos devotos que disputam um espaço na corda que envolve a berlinda, onde segue a imagem da santa católica pelas ruas e avenidas da cidade. Neste ano, a procissão contará com uma corda feita de sisal com 150 metros de extensão e duas polegadas de espessura. O objeto foi entregue à Catedral de São José, nesta segunda-feira (6).

Lançamento inédito de CD

Música para louvar e fortalecer a fé por Nossa Senhora de Nazaré. Assim será o primeiro CD composto de canções inéditas dedicadas a padroeira da Amazônia, em Macapá. O trabalho reúne 12 músicas de artistas locais e foi lançada no fim de agosto, após a missa de acolhida da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, na Catedral de São José de Macapá.

Entre os artistas que participam do CD, estão os cantores Brenda Melo, Amadeu Cavalcante, Osmar Junior, Nivito Guedes, Patrícia Bastos banda Forró para Louvar e Nadiele Martins. As músicas têm estilo variado que vai desde o tradicional religioso ao pagode. O CD começou a ser produzido em maio e em junho deste ano foi gravado.

Círio das águas


As dezoito vítimas do naufrágio do barco 'Reis I', ocorrido em outubro de 2013, durante o Círio Fluvial no rio Amazonas, serão homenageadas na programação do Círio deste ano e uma missa será realizada em memória dos mortos que acompanhavam o translado da santa na baia do  Amazonas.
Sobre a segurança este ano no círio fluvial e na procissão, eventos programados para os dias 11 e 12 de outubro, a coordenação informou que solicitou o reforço de militares. "Queremos preservar a integridade física dos nossos fieis durante as homenagens à santa. Pedimos apoio à Capitania dos Portos para fiscalizar as embarcações e do Corpo de Bombeiros para ajudar as pessoas que passarem mal na romaria das águas ou no trajeto da procissão".




Historia do Círio em Macapá
A primeira procissão do Círio de Nazaré realizada em Macapá aconteceu em 1934, quando as religiosas da Congregação das Filhas do Coração Imaculado de Maria, ao  comando da senhora Ester Benoniel Levy, esposa do então prefeito de Macapá, major Moisés Eliezer Levy, organizaram pela primeira vez a procissão e festa.  Apesar da cidade já ter seu padroeiro, São José, cuja festa é realizada todo dia 19 de março, a concentração de romeiros do Círio de Nazaré em Macapá consegue ultrapassar, em volume de massa, os penitentes do próprio padroeiro São José, crescendo a cada ano o número de fiéis.
No Estado ele segue a tradição do Pará, sendo realizada a festa sempre no segundo domingo de outubro.  Apesar do grande numero de romeiros em Macapá, o Círio é uma festa de paraenses. A presença da Virgem andando pelas ruas de Macapá nesse período é justificável historicamente. É que Macapá pertencia, juntamente com Mazagão, ao Estado do Pará até 1943, quando foi criado o Território Federal do Amapá.
A confecção da indumentária da santa foi, por alguns anos, obra de uma devota fiel, de nome Raimunda Mendes Coutinho, educadora da fase territorial do Amapá, já falecida, conhecida popularmente como dona Guita. Mas a exemplo das religiosas da congregação fundada pelo padre Júlio Maria Lombaerd, várias outras congregações como religiosas de Maria Menina (Bartoloméa) não mediram esforços para que a maior festa religiosa do Estado tivesse, ao longo dos tempos, um colorido maior.

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