terça-feira, 31 de março de 2015

Casos de febre amarela

Caso de febre amarela é confirmado no AP após 73 anos de erradicação no país



Da Redação

O Amapá registrou um caso de febre amarela. O paciente não contraiu a doença no Estado, mas procurou atendimento em Macapá. Ele é proveniente de Gurupá, no Pará. Trata-se do primeiro caso após 73 anos de erradicação da febre amarela, na forma urbana, em todo o país. Segundo o Ministério da Saúde, a última incidência registrada foi em 1942, no Acre.
De acordo com o diretor-presidente do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), José Jeová Freitas Marques, o paciente encontra-se em quarentena, no Hospital da Criança e Adolescente do Amapá (HCA).
Marques informou que a doença foi detectada na última quinta-feira, 26, após investigação sorológica feita pelo Lacen. A amostra já foi encaminhada ao Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA), para testes complementares. A comunicação do caso foi imediata para a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (CVS), da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), para adoção de ações e medidas de controle do caso.
De acordo com Marques, a febre amarela não é transmitida de uma pessoa para outra. O contágio do vírus ocorre quando o mosquito pica uma pessoa infectada e depois pica uma pessoa saudável que não tenha tomado a vacina preventiva à doença.
A coordenadora do programa estadual de imunizações, Janaína Cristina Leite, informa que a Vigilância Epidemiológica realizará acompanhamento do paciente diagnosticado e internado, assim como um levantamento dos locais por onde essa pessoa transitou no Estado, para que sejam realizadas as vacinações, sobretudo em familiares. "O Estado onde a doença foi contraída também realizará um bloqueio", lembra.
Conforme a coordenadora, a vacina contra a febre amarela é disponibilizada gratuitamente, em todas as salas de vacina do Estado, que recebe o material, acondiciona e repassa aos municípios, conforme solicitação.
Em média, são distribuídas de 5 a 10 mil doses por mês. Ao ano, são quase 90 mil vacinas distribuídas no Estado. Leite declara que o índice de imunização ainda está abaixo do indicado. "Atualmente temos um índice de imunização de 90%, quando o ideal seria 100%, uma vez que o Amapá está em área endêmica de risco de reintrodução da doença".
A coordenadora lembra que além das doses solicitadas, o Estado possui uma reserva técnica de 20%. "É importante que a população se conscientize da importância da imunização".
A primeira dose da vacina pode ocorrer a partir dos 9 meses. A segunda dose ocorre após dez anos. Porém, a partir do ano que vem, ela será distribuída em dose única, segundo recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A vacinação é recomendada, especialmente aos viajantes que vão para zonas de florestas e cerrados e devem ser tomados dez dias antes da viagem.
A doença
Existem dois tipos de febre amarela: a silvestre, transmitida pela picada do mosquito Haemagogus e a urbana transmitida pela picada do Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue. Embora os vetores sejam diferentes, o vírus e a evolução da doença são absolutamente iguais.
Os sintomas são febre alta, mal-estar, dor de cabeça, dor muscular, cansaço, calafrios, vômitos e diarreia que aparecem, em geral, de três a seis dias após a picada. Como os sintomas são muito parecidos com a dengue e malária, o diagnóstico pode ser confirmado por exames laboratoriais.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...