segunda-feira, 20 de abril de 2015

ANÁLISE


Arrocho atinge estados e administração federal

A política de ajuste fiscal e corte de investimentos, impulsionada pelo governo Dilma, tendo a frente Joaquim Levy, começa a apresentar resultados

Só em janeiro a economia com gastos do governo (superávit primário) atingiu R$ 21 bilhões, metade do governo federal e a outra parte dos governos estaduais e municipais. O governo pretende economizar R$ 111 bilhões em 2015, parte disso com cortes no que chama de "gastos públicos".

A determinação é cortar 1/3 das verbas públicas até abril deste ano. Os ministérios do governo Dilma só estão autorizados a utilizar 1/18 dos seus orçamentos até abril, o que dá uma ideia do tamanho do arrocho imposto.

O resultado disso são as péssimas condições de atendimento à população nas repartições, unidades de saúde e escolas públicas. A situação chegou a tal ponto que em alguns estados os servidores iniciaram o ano em greve. O maior exemplo disso é o Distrito Federal, no qual faltam recursos até para cobrir despesas do ano passado.

No caso do estado do Paraná, em que o governador reeleito, Beto Richa, decidiu mexer na previdência dos servidores estaduais para arcar com compromissos de sua própria administração, os servidores estaduais foram à luta e conseguiram reverter o prejuízo.

Em Santa Catarina o funcionalismo também se movimenta e no Rio o governador Pezão, herdeiro de Sérgio Cabral, já anunciou cortes e contenção de gastos da ordem de 25% das despesas de todas as secretarias do Estado. Medidas semelhantes foram anunciadas pelos governantes da Paraíba, Tocantins, Goiás e Pernambuco


COMO FOI DISTRIBUÍDO O CORTE ORÇAMENTÁRIO










 ORÇAMENTÁRIO O ORÇAMENTO ANO A ANO

Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida




“Ajuste” para que?

 Ao contrário do que é comumente difundido pela grande mídia, os cortes de verbas nas administrações federal, estaduais e municipais nada têm a ver com gastos excessivos   realizados por governos anteriores. O grande motivo pelo qual Levy mãos-de-tesoura mandou fechar as torneiras é a obrigação de fazer superávit primário, para o pagamento dos juros e amortizações da dívida pública do país.

Para se compreender a dimensão do problema, o Orçamento de 2015 destina a título de juros R$ 225 bilhões de reais e amortizações R$ 1,131 trilhão de reais, totalizando entre juros e amortizações a vultosa fortuna de R$ 1,356 trilhão de reais, aproximadamente 47% do Orçamento geral da União que está previsto para R$ 2,860 trilhões de reais. A dívida pública brasileira, hoje estimada em R$ 3,3 trilhões de dívida interna e 554 bilhões de dólares de dívida externa se constituiu, nos últimos 30 anos, na grande armadilha que emperra a melhoria dos serviços públicos.

Fonte: www.assibge.org.br • Jornal da ASSIBGE-SN, março/abril de 2015.





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