Arrocho atinge estados
e administração federal
A política de ajuste
fiscal e corte de investimentos, impulsionada pelo governo Dilma, tendo a
frente Joaquim Levy, começa a apresentar resultados
Só
em janeiro a economia com gastos do governo (superávit primário) atingiu R$ 21
bilhões, metade do governo federal e a outra parte dos governos estaduais e
municipais. O governo pretende economizar R$ 111 bilhões em 2015, parte disso
com cortes no que chama de "gastos públicos".
A
determinação é cortar 1/3 das verbas públicas até abril deste ano. Os
ministérios do governo Dilma só estão autorizados a utilizar 1/18 dos seus
orçamentos até abril, o que dá uma ideia do tamanho do arrocho imposto.
O
resultado disso são as péssimas condições de atendimento à população nas
repartições, unidades de saúde e escolas públicas. A situação chegou a tal
ponto que em alguns estados os servidores iniciaram o ano em greve. O maior
exemplo disso é o Distrito Federal, no qual faltam recursos até para cobrir
despesas do ano passado.
No
caso do estado do Paraná, em que o governador reeleito, Beto Richa, decidiu
mexer na previdência dos servidores estaduais para arcar com compromissos de
sua própria administração, os servidores estaduais foram à luta e conseguiram
reverter o prejuízo.
Em
Santa Catarina o funcionalismo também se movimenta e no Rio o governador Pezão,
herdeiro de Sérgio Cabral, já anunciou cortes e contenção de gastos da ordem de
25% das despesas de todas as secretarias do Estado. Medidas semelhantes foram
anunciadas pelos governantes da Paraíba, Tocantins, Goiás e Pernambuco
COMO FOI DISTRIBUÍDO O CORTE ORÇAMENTÁRIO
ORÇAMENTÁRIO O ORÇAMENTO ANO A ANO
Fonte: Auditoria Cidadã da
Dívida
“Ajuste” para que?
Ao contrário do que é comumente difundido pela grande mídia, os
cortes de verbas nas administrações federal, estaduais e municipais nada têm a
ver com gastos excessivos realizados por governos anteriores. O grande motivo pelo qual Levy
mãos-de-tesoura mandou fechar as torneiras é a obrigação de fazer superávit
primário, para o pagamento dos juros e amortizações da dívida pública do país.
Para se compreender a dimensão do problema, o Orçamento de 2015
destina a título de juros R$ 225 bilhões de reais e amortizações R$ 1,131
trilhão de reais, totalizando entre juros e amortizações a vultosa fortuna de
R$ 1,356 trilhão de reais, aproximadamente 47% do Orçamento geral da União que está previsto para R$ 2,860 trilhões de reais.
A dívida pública brasileira, hoje estimada em R$ 3,3 trilhões de dívida interna
e 554 bilhões de dólares de dívida externa se constituiu, nos últimos 30 anos,
na grande armadilha que emperra a melhoria dos serviços públicos.
Fonte: www.assibge.org.br • Jornal da
ASSIBGE-SN, março/abril de 2015.
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