Restaurante Popular
Uma obra que está
virando lenda
Nando
Santos
Colaborador
Lembram-se da Feira Livre da Rua Mato Grosso, no Bairro
Pacoval, aquela de esquina com a Avenida Piauí? Pois bem, ela foi extinta, e há
quase 10 anos, neste local, deu-se início às obras do lendário restaurante
popular de Macapá, na gestão do então prefeito João Henrique.
O Restaurante Popular foi implantado em mais de 86 municípios
brasileiros pelo Programa Fome Zero, no primeiro governo do ex-presidente Lula.
O badalado programa criado em 2001 teve a aprovação da FAO, como medida
positiva de combate à fome.
Na época do lançamento, os pratos servidos nos restaurantes
custariam R$ 1 e, para manter o preço, a prefeitura subsidiaria de R$ 0,7 a R$
1,2 por refeição, a depender do cardápio. Os alimentos veriam da compra
antecipada da agricultura familiar e, o restante seria adquirido por meio de licitações.
É preciso enfatizar que a construção do restaurante popular
de Macapá foi iniciada no segundo mandato do ex-prefeito de Macapá, João
Henrique Pimentel, após ter conseguindo se reeleger em 2004 pelo Partido dos
Trabalhadores (PT), mas o mesmo não conseguiu concluir a obra no período de
2005 à 2008, deixando mais de 95% do prédio construído, contudo, o restaurante
foi dado como concluído pelo referido político.
Em 2012, quase no final da gestão do ex-prefeito Roberto Góes
(PDT), também foi dado continuidade à obra do restaurante popular, e com
promessa de conclusão e reinauguração, uma vez que o mesmo já havia sido
‘inaugurado’, porém segundo o prefeito, o governador em gestão na época, Camilo
Capiberibe (PSB), recusou parceria com a prefeitura. Com isso, mais tempo se
passou e a obra continuou inacabada.
Na campanha política do Prefeito de Macapá, Clécio Luís
(PSOL), o restaurante popular foi mais uma das promessas. Segundo o gestor, o
município tem dinheiro para finalizar a obra desde 2008. Só não se sabe então o
porquê disso não ter acontecido? Por que o restaurante popular ainda não foi
inaugurado ou reinaugurado? Já que a previsão de abertura das portas deste era
uma promessa para novembro de 2014?
Recursos
A obra do restaurante popular estava orçada em
aproximadamente R$ 1,5 milhões, um milhão foi destinado somente para a
estrutura física do prédio. O projeto é um
convênio firmado entre a Prefeitura de
Macapá e o Governo Federal.
O Restaurante Popular
é uma das propostas inseridas no programa ‘Fome Zero’, que garante segurança
alimentar e nutricional à população de baixa renda, com preço acessível, mas
até agora, o dinheiro tem sido investido
bem é em reformas e reformas, enquanto que alimentação acessível que é bom para
a população, nada, e quase dez anos já se passaram.
O restaurante oferecerá ao menos 200 refeições diárias a
pessoas de baixa renda, ao preço de R$ 2. Segundo a prefeitura, as pessoas com
direito a alimentação estão incluídas no Cadastro Único (CadÚnico) do Governo
Federal.
A ironia é que os constantes adiamentos da inauguração e com
base nos discursos do prefeito Clécio Luiz, em sua campanha eleitoral, foi
colocado um outdoor com a frase "Palavra é para ser cumprida".
Em 22 de janeiro de 2014, portanto com um ano de gestão, o
prefeito anunciou a retomada da obra do Restaurante Popular, que por muitos
anos pereceu aos olhos dos amapaenses.
Durante visita técnica, imprensa, comunidade, delegados do PPA e o
Movimento da Zona Norte receberam a "boa nova" de que ainda em 2014
teriam o local em pleno funcionamento. Em abril de 2015 tudo permanece do mesmo
jeito.
O feirante Valter da silva, de 60 anos, conta que trabalha 25
anos no local, desde o tempo da antiga feira livre e nada de inauguração:
"Nesse tempo que estou aqui desde quando existia a feira, já passou
três prefeitos, veio um começou e não terminou, veio outro reformou e nada de
ficar pronto e agora esse prefeito que está aí tornou reformar, só não sei por
que nunca inauguram?", relata o feirante.
Hoje o povo Amapaense quer saber a resposta da mesma pergunta
que o Prefeito Clécio fez no início de seu mandato, "quando o
restaurante popular vai ficar pronto?".
Enfim,
enquanto essa pergunta ninguém consegue responder, a incógnita paira no ar:
"Será que essa obra vai continuar sendo um elefante Branco?"
As propagandas políticas apontam para melhorias e muitos bons resultados na
cidade, sobretudo às populações mais carentes, mas a realidade é outra,
totalmente ao contrário.
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