UM
SONHO QUE ESTÁ VIRANDO PESADELO
Rodolfo
Juarez
O Amapá
tem sido vítima de decisões equivocadas e de interlocutores mal informados ou
que não se interessam em dizer a verdade para a população.
Separado
do resto do Brasil pelo boqueirão do rio Amazonas, o Estado do Amapá,
localizado na margem esquerda do grande rio, não tem o seu sistema rodoviário
ligado com o sistema nacional, o que retira do Estado a capacidade de dispor
condições para adotar os mesmos princípios dos modos de transportes de cargas e
passageiros adotados em outros Estados da Federação.
Com
essa limitação física, o Estado buscou prioritariamente, contar com um sistema
de transporte aéreo, uma vez que ainda não ‘descobriu’ que pode desenvolver um
modelo tendo como base os rios, considerados estradas naturais, tanto que não
conta com nenhum terminal público para oferecer a população e fazer os
controles de entradas e saídas do Estado.
O olhar
se concentrou nos aeroportos, ou melhor, no Aeroporto Internacional de Macapá,
que no começo deste século recebeu o nome de Alberto Alcolumbre.
Desde
2004 se completou o projeto que antes era uma ideia para atender os mais de 500
mil passageiros que usam a estação durante o ano, como aconteceu em 2014.
As
condições da estação de passageiros estavam completamente fora do padrão que o
país alardeava e tentava fazer, principalmente quando era levada em
consideração a realização da Copa do Mundo de Futebol da FIFA que seria
realizada, como foi em 2014.
As
pressões sociais locais aos políticos acabaram produzindo um efeito em cadeia
para que os políticos, com mandato, pressionassem o Governo Federal para que
colocasse na lista de interesse nacional a modernização da estação de
passageiros, o acesso ao aeroporto e as próprias pistas de pouso.
Naquela
época se definia a aplicação dos recursos destinados ao primeiro Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC 1).
O
Estado do Amapá foi ‘contemplado' e a INFRAERO, responsável pela exploração do
aeroporto, recebeu a autorização para tomar as providências objetivando a
construção do novo terminal de passageiros e o ajuste nas pistas,
estacionamento e acesso.
A
condução não foi considerada certa, tanto que houve uma operação policial que
teria flagrado superfaturamento no orçamento da obra que além dos 113 milhões
de reais do PAC ainda se somavam 17 milhões de reais do Tesouro do próprio
Estado para a construção dos acessos.
Nessa
época, o Secretário de Estado dos Transportes, atendendo aos megalômanos,
chegou a assinar dois contratos, um para construção de vias de acesso ao
aeroporto e outro para construir o corredor que mais tarde seria batizado de
Rodovia Norte-Sul.
Aqueles
contratos chamaram a atenção, pois, cada um, superava os 100 milhões de reais.
Com a
operação policial anunciando que havia superfaturamento na estação de
passageiros, os contratos locais foram abortados e as obras não foram
iniciadas.
De lá
para cá o que se ouve é uma série de informações fantasiosas que não se
confirmam. Não dá nem para saber se é um arroubo dos anunciantes, ou se é pouco
caso dos responsáveis, inclusive ministros e outros agentes públicos do alto
escalão federal.
O
último anúncio foi feito pelo senador Randolfe Rodrigues que chegou a marcar
data para a inauguração do terminal de passageiros o que aconteceria em junho
de 2015.
Como a
situação da obra continua na estaca zero, já se pode dizer que foi mais uma
informação incorreta passada para a população e que os usuários terão que se
conformar com os puxados que se tornaram a marca registrada do terminal do
aeroporto Alberto Alcolumbre, pelo menos até agora.
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